33% dos entrevistados acreditam que o comportamento dos juros, do dólar e da bolsa de valores será o principal obstáculo a ser enfrentado pela nova gestão
Quase a metade dos brasileiros (46%) acredita que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será ótimo/bom, segundo pesquisa Observatório Febraban (Federação Brasileira de Bancos) – Ipespe, divulgada nesta quinta-feira (15).
A pesquisa ouviu 3.000 pessoas em todas as regiões do país, entre os dias 29 de novembro e 5 de dezembro. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos.
O intervalo de confiança é de 95,5%, o que significa que se a pesquisa fosse realizada 100 vezes, em 95 delas o resultado ficaria dentro da margem de erro.
Outros 16% dos entrevistados disseram acreditar que o governo Lula será regular. Na outra ponta, pouco menos de um terço (31%) avalia que o novo governo será ruim/péssimo.
As prioridades dos brasileiros para o próximo governo se sobrepõem, em várias áreas, à agenda dos principais compromissos abordados na campanha do presidente eleito.
Educação foi citada por 20% dos entrevistados; saúde por 17%; desemprego por 15%; fome e miséria por 14%; inflação e custo de vida por 13%; e combate à corrupção por 10%.
Desafios para o novo governo
Cerca de um terço dos entrevistados (33%) acredita que o comportamento dos juros, do dólar e da bolsa de valores será o principal obstáculo a ser enfrentado pelo governo Lula.
A falta de apoio do Congresso vem na sequência, tendo sido citada por 16% dos entrevistados. Em terceiro lugar, as manifestações e falta de apoio da população foram citadas por 14% dos entrevistados como desafios para o novo governo.
A expectativa de relacionamento entre o novo governo, o Supremo Tribunal Federal (STF), o Congresso Nacional e outros setores é majoritariamente positiva.
Sobre o STF, 67% dos entrevistados acreditam que a relação entre o Supremo e o novo governo será ótima/boa. Já 59% acreditam que a relação entre o novo governo e os movimentos sociais será ótima/boa.
No caso dos bancos, a expectativa de 48% dos entrevistados é de que a relação com o novo governo será ótima/boa. Com o Congresso, é de 40%, e com os empresários, 37%.
Otimismo com a economia
Três em cada quatro brasileiros estão otimistas em relação a 2023, segundo a pesquisa. Entre os entrevistados, 55% acreditam que em 2023 o Brasil vai melhorar, enquanto 26% esperam por uma piora e 13% imaginam que o país vai permanecer igual.
45% apontam que a economia só deve melhorar a partir de 2023, enquanto para 39% a economia já está se recuperando. Apenas 8% dos entrevistados não acredita em uma recuperação econômica.
Sobre a taxa de juros (Selic), 25% dos entrevistados afirmam que ela vai diminuir e 24% acham que ela permanecerá igual. Já 48% preveem uma alta da Selic.
Sobre a inflação, 29% acham que o custo de vida vai diminuir, enquanto 24% dizem que ele ficará no patamar atual. Já 45% avaliam que ele irá aumentar.
Sobre o acesso ao crédito, 40% dos entrevistados disseram que os recursos para pessoas e empresas vão aumentar, enquanto 32% afirmaram que eles ficarão como estão. Já 23% acreditam que o crédito disponível vai diminuir.
Em relação ao desemprego, 39% acreditam que ele vai diminuir em 2023, ou, para 28%, ele ficará como está hoje. Já para 31% o desemprego irá aumentar nos próximos seis meses.
A pesquisa também perguntou sobre a percepção de poder de compra dos entrevistados. Para 36%, o poder de compra dos brasileiros deve aumentar em 2023. Já 26% enxergam que ele vai continuar como está agora e 34% acham que ele irá diminuir.
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