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Em reunião preparatória para o G20, presidente do TST ressalta importância da justiça social para alcançar uma transição justa

Em reunião preparatória para o G20, presidente do TST ressalta importância da justiça social para alcançar uma transição justa

Ministro Lelio Bentes participa em Fortaleza (CE) de reunião do grupo de trabalho sobre emprego

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Lelio Bentes Corrêa, está em Fortaleza (CE), a convite do Ministério do Trabalho e Emprego, para participar do Grupo de Trabalho sobre o Emprego, quinta e última etapa do G20 Brasil, que reúne, até sexta-feira (26), representantes das maiores economias do planeta para discutir diretrizes para um mundo do trabalho mais inclusivo e justo.

Na abertura da sessão, nesta quinta-feira (25), ele ressaltou a importância da justiça social para se alcançar uma transição justa. Invocando a Encíclica Fratelli Tutti, do Papa Francisco, ele afirmou que a profunda desigualdade na distribuição de riquezas é uma situação social e ambientalmente insustentável, além de moralmente injustificável.

Lelio Bentes lembrou o papel da Justiça do Trabalho na implementação de direitos que revolucionaram a sociedade brasileira, com a promulgação da CLT, e reafirmou o compromisso da instituição com a promoção dos direitos sociais, da cidadania e dignidade no mundo do trabalho.

GT Emprego

As discussões do GT sobre Emprego têm quatro eixos prioritários: criação de empregos de qualidade e promoção do trabalho decente para garantir a inclusão social e eliminar a pobreza, promoção de uma transição justa no processo de transformações digitais e energéticas, uso de tecnologias para a melhoria da qualidade de vida de todos e igualdade de gênero e promoção da diversidade no mundo do trabalho.

Participam das atividades representantes de trabalhadores, empresários, poder público e organismos multilaterais como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), entre outras. A declaração a ser elaborada na reunião se somará aos documentos dos outros GTs na cúpula de chefes de estados, em 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro, quando acaba a vigência da presidência do Brasil no G20.

Além da União Europeia e da União Africana, integram o G20: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, EUA, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia. Juntos, esses países representam cerca de 80% do produto mundial bruto, 75% do comércio internacional, dois terços da população global e 60% da área terrestre do mundo.

Igualdade salarial

Na quarta-feira (24), Lelio Bentes participou também da reunião da Coalizão Internacional pela Igualdade Salarial, liderada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), pela ONU Mulheres e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

No encontro, o ministro lembrou que, segundo dados do 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, as mulheres ganham 19,4% a menos que os homens no Brasil, e as mulheres negras ganham 66,7% da remuneração das mulheres não negras.

Atenta a esses aspectos, a Justiça do Trabalho criou o Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade e lançará, em agosto, três documentos: o protocolo para atuação e julgamento com perspectiva da infância e adolescência; o protocolo para atuação e julgamento com perspectiva de enfrentamento do trabalho escravo contemporâneo; e o protocolo para atuação e julgamento com perspectiva antidiscriminatória, interseccional e inclusiva. “O documento tem por objetivo orientar a prestação jurisdicional para garantir, efetivamente, a dignidade de todas as pessoas que vivem do trabalho”, ressaltou o ministro.

(Carmem Feijó)

TST

https://tst.jus.br/web/guest/-/em-reuni%C3%A3o-preparat%C3%B3ria-para-o-g20-presidente-do-tst-ressalta-import%C3%A2ncia-da-justi%C3%A7a-social-para-alcan%C3%A7ar-uma-transi%C3%A7%C3%A3o-justa

Em reunião preparatória para o G20, presidente do TST ressalta importância da justiça social para alcançar uma transição justa

Recepcionista com visão monocular receberá indenização por ter sido dispensada

Para a 6ª Turma, medida foi discriminatória

A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho restabeleceu a condenação do Condomínio Complexo Turístico Jurere Beach Village, em Florianópolis (SC), a pagar a uma recepcionista com cegueira monocular R$ 10 mil de indenização. Segundo o colegiado, o caso deve ser tratado como dispensa discriminatória.

Óculos furtados e dificuldade para trabalhar

Na reclamação trabalhista, a recepcionista disse que seu celular e seus óculos foram furtados nas dependências do complexo turístico. A partir daí, passou a trabalhar com óculos reserva, mas inadequados à sua dificuldade visual. Ela informou ao chefe que sentia fortes dores de cabeça e que não estava conseguindo cumprir suas atividades. Contudo, a ordem era que continuasse trabalhando.

Onze dias depois da perda dos óculos, a recepcionista procurou a gerência de hospedagem e pediu ajuda financeira para comprar um novo par. Pediu também para fazer outras atividades em que não precisasse usar o computador, até que conseguisse comprar novos óculos. No dia seguinte, veio a demissão sem justa causa.

Em sua defesa, o condomínio garantiu que “a funcionária jamais foi demitida por ter deficiência”. Disse que essa condição era desconhecida e que já havia a intenção de demitir a recepcionista. “Inclusive, já estava procurando outras pessoas para o emprego”, argumentou.

Visão monocular compromete noções de distância e profundidade

Segundo laudo médico, a recepcionista tem ambliopia no olho direito. A doença geralmente ocorre na primeira infância e, se não for diagnosticada e tratada, pode acarretar a perda de visão. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a visão monocular ocorre quando a pessoa tem visão igual ou inferior a 20% em um dos olhos. Nessa situação, as noções de distância, profundidade e espaço ficam comprometidas.

Para TRT, dispensa é direito do empregador

A 6ª Vara do Trabalho de Florianópolis (SC) julgou procedente o pedido da recepcionista, mas o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC) reformou a sentença para excluir a condenação. Na avaliação do TRT, a deficiência da empregada não evidencia doença grave que cause preconceito ou estigma no ambiente de trabalho, capaz de presumir discriminação.

De acordo com a decisão, a dispensa discriminatória exige prova contundente da conduta atribuída ao empregador, e esse ônus é da empregada. “Sem comprovar conduta ilícita ou discriminatória, a dispensa sem justa causa está enquadrada no poder diretivo do empregador”, diz a decisão.

Doença grave, passível de acarretar preconceito

O relator do recurso de revista da trabalhadora, desembargador convocado Paulo Régis Botelho, propôs a condenação do condomínio ao pagamento dos salários correspondentes ao período de afastamento entre a dispensa sem justa causa e data em que a sentença foi proferida e, ainda, a pagar indenização de R$ 10 mil. Segundo ele, a Lei 14.126/2021 classifica a visão monocular como deficiência visual, o que dá às pessoas nessa condição os mesmos direitos previdenciários de quem tem a deficiência visual completa. “Antes da legislação federal, a jurisprudência dos tribunais brasileiros já fazia esse enquadramento”, ressaltou. A seu ver, a decisão do TRT contrariou a Súmula 443 do TST, por se tratar de doença grave que pode gerar estigma ou preconceito.

A decisão foi unânime.

(Ricardo Reis/CF)

Processo: RR-327-07.2022.5.12.0036

Tribunal Superior do Trabalho

https://tst.jus.br/web/guest/-/recepcionista-com-vis%C3%A3o-monocular-receber%C3%A1-indeniza%C3%A7%C3%A3o-por-ter-sido-dispensada

Em reunião preparatória para o G20, presidente do TST ressalta importância da justiça social para alcançar uma transição justa

Veja como pessoas 50+ podem se recolocar no mercado de trabalho

Especialista discute a importância da diversidade etária nas empresas e oferece dicas valiosas

Redação EdiCase

A diversidade nos processos de contratação tem sido um tema frequente em fóruns empresariais, com um destaque especial para a inclusão etária, que teve uma expansão significativa nos últimos anos no Brasil. Em pouco mais de uma década, o país viu um aumento de mais de 110% no número de trabalhadores com mais de 50 anos, passando de 4 milhões para 9 milhões, segundo o Ministério do Trabalho.

Atualmente, o país possui 55 milhões de pessoas com mais de 50 anos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este grupo demográfico se caracteriza por um alto nível de experiência e especialização. Dados da Agência Brasil mostram que 38% dessa faixa etária têm o ensino médio completo e 24% concluíram o ensino superior, indicando uma força de trabalho não apenas maior, mas também altamente qualificada.

Abertura para a contratação de pessoas 50+

O mercado de trabalho está mostrando uma maior abertura para a contratação de pessoas 50+, valorizando a senioridade e a experiência profissional consolidada desses profissionais, observa Renata Fonseca, psicóloga, especialista em Pessoas e Cultura e sócia da Refuturiza, ecossistema pioneiro a unir educação e empregabilidade.

“Essas contratações são impulsionadas por uma agenda de diversidade e inclusão que está ganhando muita força nas empresas”, afirma. Este movimento é uma resposta à necessidade de trazer perspectivas variadas e aproveitar a rica bagagem de conhecimento desses profissionais.

Desafios e oportunidades

Apesar da abertura do mercado, Renata Fonseca destaca que ainda existe um preconceito de que pessoas 50+ são desatualizadas, principalmente em termos de novas tecnologias. “É fundamental que esses profissionais mostrem, por meio de exemplos práticos, que estão atualizados e têm muito a contribuir”, explica.

Outro ponto que precisa ser desconstruído é o clichê de que pessoas mais velhas são menos abertas a mudanças. “Embora possa haver um estereótipo de que profissionais mais velhos são resistentes a mudanças, o fato de já terem passado por diversas experiências e desafios ajuda na construção da competência de se adaptar às mudanças e na construção de uma resiliência para lidar com novos desafios”, atesta Renata Fonseca.

Talentos e habilidades

A profissional ressalta que profissionais 50+ trazem talentos e habilidades únicas que só a experiência é capaz de desenvolver, tais como:

  • Solução de problemas: com histórico comprovado de resoluções de problemas complexos;
  • Mentoria: com capacidade de atuar como mentores para profissionais mais jovens, compartilhando seu conhecimento e oferecendo aconselhamento;
  • Estabilidade emocional;
  • Adaptação a mudanças: desenvolvidas por meio de diversas experiências e desafios enfrentados ao longo da carreira.

“O público 50+ precisa ocupar um lugar diferente e complementar ao público mais jovem, e não ‘competir’ pelo mesmo espaço”, ressalta Renata Fonseca.

Como exemplo do que a profissional indica, ganha destaque o filme “O senhor estagiário” (2015), no qual o personagem interpretado por Robert De Niro, Ben Whittaker, um homem de 70 anos, decide se candidatar a um programa de estágio na startup de moda que ocupa o prédio da empresa na qual ele trabalhou durante décadas.

Na construção da sua relação com a CEO e fundadora da startup, Jules (Anne Hathaway), o senhor estagiário mostra como a experiência é fundamental na resolução de problemas, tornando-se um mentor não só para Jules, mas para vários outros funcionários de diferentes gerações.

Vemos a resiliência do profissional, a dedicação diária ao aprendizado contínuo, a disponibilidade para ensinar e a proatividade, afinal foi dele a iniciativa de organizar a mesa da bagunça que tanto irritava a liderança. Com paciência, troca de experiências e sem perder o seu estilo, o senhor estagiário torna-se indispensável à equipe.

Conselhos para profissionais 50+

Para aqueles que estão se preparando para voltar ao mercado de trabalho, Renata Fonseca aconselha:

  • Atualização tecnológica: o mais importante é se manter atualizado com as novas tecnologias e tendências de mercado;
  • Networking: use e abuse da sua rede de contatos para buscar novas oportunidades;
  • Abertura para aprender: esteja aberto a rever seus conceitos e a aprender coisas novas.

Dicas para entrevistas de emprego

Para se sair bem em entrevistas, especialmente para aqueles que estão fora do mercado há algum tempo, Renata Fonseca sugere:

  • Atualização do LinkedIn: atualize e dê uma turbinada no LinkedIn. Existem consultorias especializadas que podem ajudar;
  • Retrospectiva da carreira: durante a entrevista, faça uma retrospectiva de sua carreira e apresente resultados concretos que você conquistou. Traga, principalmente, situações que demonstrem como sua experiência profissional consolidada e sua senioridade fizeram a diferença;
  • Prova de atualização: dê exemplos de como você se mantém atualizado, citando fóruns, grupos de discussão e eventos especializados de que você participa.

Para quem quer ser contratado e para quem contrata

Saber quais as tendências do mercado e como elas estão de acordo com as habilidades e competências do profissional é um passo importante. Para isso, há testes disponíveis no mercado, como o DISC, que ajudam a traçar o perfil comportamental e, assim, identificar os pontos positivos e aqueles que precisam ser desenvolvidos para exercer a nova função a fim de ingressar em uma nova carreira.

Neste ponto, de acordo com Renata Fonseca, é preciso também comprometimento das empresas, sobretudo da área de Pessoas e Cultura, por meio de processos seletivos que promovam o preenchimento de vagas por pessoas diversas, assim como o cultivo de um ambiente de trabalho que permita que todos os membros da equipe prosperem.

Por Denise Freire

CORREIO BRAZILIENSE

https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2024/07/6906472-veja-como-pessoas-50-podem-se-recolocar-no-mercado-de-trabalho.html

Em reunião preparatória para o G20, presidente do TST ressalta importância da justiça social para alcançar uma transição justa

PIB dos EUA avança 2,8% no 2º trimestre e fica bem acima do esperado. Como afeta os juros?

Primeira prévia do trimestre aponta crescimento anualizado do PIB de 2,8% e indica forte avanço do ritmo de crescimento da economia em relação ao primeiro trimestre

Por Valor Investe — São Paulo

O Produto Interno Bruto (PIB) anualizado dos Estados Unidos cresceu 2,8% no 2º trimestre de 2024, bem acima do avanço de 1,9% esperado pelos analistas, conforme divulgado nesta quinta-feira (25) pelo Escritório de Análise Econômica (BEA).

Nesta primeira leitura, o número mostra que a economia americana avançou em relação à terceira prévia do primeiro trimestre, divulgada no fim de junho, quando o PIB cresceu 1,4%.

Sinais de enfraquecimento ou força do economia sugerem se há ou não a necessidade de estímulos do banco central americano (Federal Reserve, o Fed). Em outras palavras, se existe espaço para os cortes de juros aguardados pelo mercado.

Nesse sentido, um passo em falso pode implicar mais inflação. Menos juros podem turbinar ainda mais o consumo e, consequentemente, o custo de vida. O Fed ainda vai encontrando dificuldades para alcançar a meta inflacionária de 2% ao ano.

A estimativa do PIB divulgada hoje é baseada em dados que estão incompletos ou sujeitos a revisão adicional. Cada PIB trimestral pode ser revisado em três leituras.

Inflação

O índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) aumentou 2,6% no segundo trimestre, o que representa uma desaceleração em comparação ao trimestre anterior, quando avançou 3,4%. Seu núcleo, que exclui preços de alimentos e energia, aumentou 2,9%, em comparação com um aumento de 3,7% no primeiro trimestre. Contudo, ambos ficaram bem acima do esperado por analistas, alta de 1,8% e 2,7%, respectivamente.

Para Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, os números divulgados hoje reforçam a cautela que o Federal Reserve vem adotando em relação ao início do ciclo de corte de juros nos EUA.

“Apesar de os últimos indicadores de inflação terem demonstrado uma tendência de desaceleração, a autoridade monetária ainda aguarda mais dados para confirmar que a inflação está de fato convergindo para a meta de 2%. Na nossa visão, o Fed deve promover um corte de juros ainda em 2024, mas mais próximo do final do ano”.

Matt Peron, diretor de soluções globais da Janus Henderson, aponta que a maior parte da surpresa positiva do PIB foi gerada por aumento de estoques e do crescimento no consumo pessoal.

“Embora este número possa ser revisado, ele apoia a narrativa de um pouso suave, que é o nosso cenário base. O relatório de hoje deve proporcionar algum alívio aos mercados estressados ao mostrar que o segundo trimestre foi sólido”.

No entanto, como a economia parece estar desacelerando, pode causar sobe e desce nos mercados nos próximos meses, conclui Peron.

VALOR INVESTE

https://valorinveste.globo.com/produtos/investimento-no-exterior/noticia/2024/07/25/pib-dos-eua-avanca-14percent-no-2o-trimestre-e-fica-abaixo-do-esperado-como-afeta-os-juros.ghtml

Em reunião preparatória para o G20, presidente do TST ressalta importância da justiça social para alcançar uma transição justa

Governo prevê mudanças no Minha Casa, Minha Vida após contratação recorde no programa

Financiamento de imóveis usados tem pressionado o orçamento para habitação popular. Alvo deve ser Faixa 3, famílias com renda de R$ 4,4 mil até R$ 8 mil

Por Thiago Resende, TV Globo — Brasília

O governo estuda mudanças em regras do Minha Casa, Minha Vida para tentar frear o avanço dos financiamentos de imóveis usados. Isso porque, com contratação recorde de financiamentos, o fundo que banca o Minha Casa está pressionado. E o governo entende que imóveis novos geram mais empregos.

O programa habitacional deve fechar o ano com quase 600 mil financiamentos, um recorde. Esse saldo inclui contratações de imóveis novos e também usados.

O desempenho, porém, tem pressionado o orçamento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que viabiliza as contratações do programa social. O Minha Casa, Minha Vida é bancado pelos recursos do fundo.

O governo já havia começado a endurecer essas regras em abril. Mas agora vai precisar ajustar ainda mais. O objetivo é equilibrar os recursos do FGTS e garantir verba para contratos de imóveis novos, que geram mais empregos.

Nos próximos dias, o governo deve dar mais um passo para controlar o aumento dos contratos de imóveis usados.

A medida em avaliação é elevar o valor da entrada exigida nos financiamentos do Minha Casa, Minha Vida para a Faixa 3 do programa –famílias com renda de R$ 4,4 mil até R$ 8 mil– que queiram comprar imóvel usado.

As famílias mais carentes, com renda menor que R$ 4 mil, não serão impactadas.

“Nós fizemos algumas reduções em algumas faixas de renda no limite daquilo que pode ser financiado dos imóveis usados [aumentou o valor da entrada a ser paga] e nós devemos estudar algumas medidas para poder equilibrar isso. Esse processo está em discussão com a Casa Civil e nos próximos dias, na próxima semana, a gente já deve estar disponibilizando essas informações para a sociedade”, disse o ministro das Cidades, Jader Filho, em entrevista à TV Globo.

“A gente precisa atender tanto aos imóveis usados quanto a imóveis novos”, explicou.

Regras para compra

No início do ano, as famílias do Faixa 3 precisavam dar de entrada pelo menos 20% do imóvel. O valor máximo da casa ou apartamento para esse público do programa é de R$ 350 mil.

Em abril, o governo já enfrentava um aperto no orçamento do FGTS. Por isso, aumentou o valor da entrada para famílias do Faixa 3 nas regiões Sul e Sudeste. A fatia subiu para 25% ou 30% dependendo da renda familiar.

Agora, o governo discute ampliar ainda mais essa exigência para a entrada e que ela passe a valer para todo o país. Mas ainda não há a decisão final de qual será o novo patamar.

A avaliação é que imóveis usados tendem a ser mais baratos –o que beneficia a população mais carente. Só que imóveis novos acabam gerando mais emprego.

“Eu acho que os dois têm vantagens, os dois precisam ter toda a atenção e é isso que o governo vai ter, dando equilíbrio para imóveis novos, porque obviamente gera emprego, mas também sabendo a importância dos imóveis usados, tanto na economia quanto no atendimento das famílias”, explicou o ministro.

Crescimento dos usados

Os imóveis usados devem representar mais de 30% dos 600 mil contratos do Minha Casa, Minha Vida desse ano.

Só que essa fatia era de 14,3% em 2022 e de 6,25% em 2021. Portanto, houve um forte aumento desde o ano passado, quando ficou próximo de 25% dos financiamentos.

Diante disso, o governo deve mexer nas regras para o Faixa 3, famílias de renda mais alta dentro do programa. E pretende preservar as regras para as faixas mais carentes, de renda menor que R$ 4 mil.

Recorde no programa

A meta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é de 2 milhões de unidades habitacionais contratadas pelo programa nos 4 anos desse governo.

No entanto, essa meta deve ser batida antes do prazo.

Considerando 2023 e o primeiro semestre de 2024, foram mais de 860 mil novos contratos assinados, informou o ministro. “Isso aponta um crescimento substancial, são recordes que nós temos batido ano a ano”, concluiu.

“Nos últimos quatro anos não teve nenhuma linha [habitacional] para atender as famílias das rendas mais baixas da população. Então você fica com uma demanda reprimida nos últimos quatro anos”, explicou Jader Filho sobre o desempenho do programa.

G1

https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/07/26/governo-preve-mudancas-no-minha-casa-minha-vida-apos-contratacao-recorde-no-programa.ghtml