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Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (20), o projeto de decreto legislativo 471/2022, que aumenta o salário de todo o quadro de deputados, senadores, ministros de Estado, presidente e vice-presidente da república a partir de 2023. O reajuste, de mais de 19%, vale para os quadros que chegam para assumir a próxima legislatura. A aprovação se deu em meio à votação relâmpago para votar os principais aumentos antes do recesso legislativo.

O atual salário de um deputado é de R$ 33 mil. Pelo decreto legislativo, vai aumentar gradualmente ao longo dos próximos anos: em 2023, passa para R$ 39 mil até abril, quando sobe para R$ 41,2 mil. Em 2024, passam a ganhar R$ 42 mil. O valor sobe novamente em 2025, para R$ 44 mil; e por fim R$ 46 mil em 2026.

Apenas para o ano de 2023, o impacto orçamentário para a União arcar com os reajustes será na casa dos milhões. Para o Legislativo, será de R$ 86 milhões na Câmara e R$ 14 milhões no Senado. Outros R$ 7 milhões vão para o aumento no Poder Executivo. No caso das casas legislativas, o último reajuste foi de 2016.

Apesar de beneficiar a categoria, nem todos os deputados e nem todas as bancadas votaram a favor. Ao Congresso em Foco, a líder do PsolSâmia Bomfim (SP), antecipou sua orientação contra. “Psol vota contra porque é legislar em causa própria. Há muitas categorias com salários congelados, sem reajuste, que não recebem atenção do Congresso. O salário mínimo não é reajustado há anos. Mas na hora de aumentar o próprio salário, que é alto, não há o mesmo tratamento… é muito incoerente”, declarou.

Seu relator, deputado Hildo Rocha (MDB-MA), já afirma que o projeto é meritório tanto em função do atraso de seis anos para o reajuste salarial dos parlamentares quanto pelo fato do atual salário dos chefes do Executivo e Legislativo estar abaixo do previsto para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), poder de valor igual ao dos outros dois.

O projeto foi aprovado em votação simbólica, modalidade em que as lideranças votam em nome de seus partidos. Apenas duas legendas votaram contra: o Psol e o Novo. Apesar disso, diversos parlamentares se levantaram para manifestar contrários, incluindo quadros do União Brasil, MDB, PL e PSB. No entendimento do presidente da sessão, deputado Odair Cunha (PT-MG), as manifestações contrárias não foram suficientes para mudar a modalidade, preservando os votos simbólicos.

Na mesma sessão, o plenário também aprovou o aumento salarial para o quadro de pessoal das duas casas, bem como para defensores públicos e procuradores da República. O projeto será enviado ao Senado.

AUTORIA

Lucas Neiva

LUCAS NEIVA Repórter. Jornalista formado pelo UniCeub, foi repórter da edição impressa do Jornal de Brasília, onde atuou na editoria de Cidades.

CONGRESSO EM FOCO