Desde o início do Governo Dilma, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem sido a trincheira avançada na luta contra o aumento real para o salário mínimo, a correção da tabela do imposto de renda, o fim do fator previdenciário e o reajuste para os aposentados. Assumindo posturas neoliberais e conservadoras, o ministro insiste em manter uma política econômica equivocada, com base no arrocho salarial e no aumento da taxa de juros, que contrariam as práticas econômicas do Governo Lula e que propiciaram crescimento econômico com a geração de mais de 15 milhões de empregos.
No Governo Dilma, ao que parece, o ministro Mantega adotou as propostas neoliberais e mostra-se incapaz de compreender que não adianta os sindicatos conquistarem reajustes reais de salários para as suas categorias e depois ter essa conquista tomada pela taxação do Imposto de Renda.
Para a Nova Central Sindical de Trabalhadores, a preocupação do Governo, inclusive, deveria ser no sentido de adotar medidas tributárias mais justas, para corrigir a absurda desigualdade que há no Brasil, onde, praticamente, só os trabalhadores recolhem o IR sem qualquer possibilidade de sonegação, uma vez que são taxados na fonte. È comum e consensual entre economistas sérios e honestos a constatação de que são os assalariados os que efetivamente contribuem com o Imposto de Renda. Sobre isso o ministro não apresenta propostas.
O presidente da Nova Central, José Calixto, defende uma solução negociada para estas questões, tanto com relação ao novo valor do salário mínimo, que deve ser de R$ 580,00 ou para a correção da tabela do imposto de renda, na perspectiva de assegurar distribuição de renda e conseqüente geração de emprego. Ele destaca que os ganhos dos trabalhadores são fundamentais para desenvolver e economia, pois, diferente das camadas mais ricas da população, que vivem de rendas e de outros lucros, os assalariados devolvem o que ganham para o governo e para o mercado, na forma de impostos e consumo.
“Pesquisa divulgada recentemente acaba de provar que a chamada Classe C consome muito mais do que a Classe A, o que significa que aumento real nos salários e valorização do salário mínimo são fundamentais para manter o crescimento econômico e garantir a distribuição de renda”, afirmou José Calixto.
As posições do ministro da Fazenda tem sido equivocadas, ao divulgar, em entrevistas pela imprensa, dificuldades quase insuperáveis na negociação estabelecida entre o governo e o movimento sindical brasileiro, através das centrais sindicais. A NCST, afirma José Calixto, questiona a postura do ministro que, em algumas das suas intervenções, descarta qualquer possibilidade de entendimento com as centrais.
“Da nossa parte vamos insistir na negociação e no entendimento, buscando a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras com vistas a garantir a valorização do salário mínimo, o fim do fator previdenciário, correção da tabela do imposto de renda e reajuste digno para os aposentados, conforme propõe a COBAP. Esperamos que, por parte do Governo e, em especial, do ministro da Fazenda, haja maior sensibilidade para estes temas, através de negociações e entendimento. Será um imenso retrocesso, para o País e para os trabalhadores, a adoção de políticas neoliberais que causaram e ainda causam tantos prejuízos ao povo brasileiro,” concluiu José Calixto.
Fonte: NCST