NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

Operação verificou excesso de carga, de velocidade, de jornada, uso de drogas, vínculo empregatício dos motoristas e condições de uso dos veículos

Belo Horizonte (MG), 4/3/2011 – Numa profissão solitária, sujeita à grandes riscos e longe da família, a estrada deve ser a principal aliada dos caminhoneiros. Mas como esperar que o trabalho seja seguro com as más condições das rodovias brasileiras, num ambiente em que os motoristas se submetem à jornadas excessivas e cargas transportadas muito acima do limite permitido?

Clodoaldo de Jesus, motorista há 12 anos, transportava 31.630 toneladas de minério de ferro quando foi barrado pela Polícia Rodoviária Federal, na BR 040, nesta quarta-feira, 02. O veículo que ele conduzia tem capacidade de 23.500 toneladas. Assim como ele, Everaldo de Abreu transportava 8 toneladas acima do limite permitido e para conseguir uma renda de R$2 mil reais por mês, deve trabalhar 12 horas diárias. Os motoristas assinaram auto de infração pelo excesso de carga transportado.

A blitz que analisou as condições de trabalho desses dois motoristas e mais 60 caminhoneiros foi realizada nesta quarta-feira, no Km 607 da BR 040, pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).  (Veja a galeria de fotos)

De acordo com o procurador-chefe do MPT, Arlélio Lage, que coordenou a Operação Rodovida, o local foi escolhido por sugestão da Polícia Rodoviária Federal devido ao grande número de mineradoras presentes na região. “Esta Operação teve como foco a verificação do excesso de carga; de velocidade; de jornada, uso de drogas, vínculo empregatício dos trabalhadores e condições de uso dos veículos”, afirma.

Segundo o superintendente da PRF em Minas, Waltair Sobrinho, um dos principais problemas encontrados na rodovia é o excesso de peso transportado pelos caminhoneiros. “O excesso de carga compromete o asfalto, os veículos, e causa acidentes por causa dos buracos”. Sobrinho explica que as irregularidades nas estradas trazem conseqüências não só para o trânsito como também para consumo da sociedade. “Como cidadão, você tem que entender que as coisas que você compra estão mais caras porque o transporte está mais caro porque a estrada está ruim.”

Além de colher depoimento dos motoristas, os procuradores do Trabalho fiscalizaram seis mineradoras na região para verificar também o excesso de peso transportado pelos caminhoneiros. “Esse excesso causa danos aos sistemas de freio e suspensão dos veículos, dificultando sua condução e colocando em risco o condutor e as demais pessoas que trafegam nas BR´s, principalmente, neste período que antecede o Carnaval”, explica Arlélio.

Maconha encontrada durante Operação – De acordo com o procurador, durante a Operação foi constatado o uso de maconha em horário de trabalho e excesso de velocidade muito além dos 80Km/h permitidos, “demonstrando irresponsabilidade de determinados caminhoneiros e nenhuma preocupação com a vida”. “As irregularidades encontradas serão objeto de Ação Civil Pública para que as empresas se adequem à legislação reduzindo os riscos das pessoas que utilizam as BR´s em seu dia-a-dia”.

Oito procuradores – Arlélio Lage, Márcia Duarte, Elaine Nassif, Adriana Moura, Adolfo Jacob, Paulo Veloso, Roberto Gomes e Thais Borges – e 10 agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) participaram da operação, entre profissionais do Núcleo de Operações Especiais, do Corpo de Motociclismo e da Seção de Recursos Humanos.

De acordo com Arlélio Lage, a Operação Rodovida deverá se repetir pelo menos mais quatro vezes neste semestre.

Fonte: MPT-MG