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O Brasil pôde dar respostas rápidas aos impactos da crise internacional de 2008 graças à combinação entre políticas econômicas e sociais, que permitiram uma recuperação do emprego e movimentaram o mercado interno. Contudo, o país mostrou deficiências a serem superadas, como uma melhora no sistema público de emprego e renda e um melhor controle do fluxo de capitais.

 

Essas são as conclusões de um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), intitulado Estudos sobre Crescimento com Equidade – Brasil: Uma Estratégia Inovadora Alavancada pela Renda, divulgado nesta terça-feira (22).

Uma das autoras do estudo, a pesquisadora Janine Berg, disse que o Brasil precisa fortalecer o sistema público de emprego, trabalho e renda, área que, segundo ela, não está recebendo recursos suficientes. Ela disse ainda que há exemplos, em países do Norte da Europa, para melhorar esse sistema e que podem ser adaptados para o Brasil.

“Em países do Norte da Europa, se uma pessoa recebe seguro-desemprego, ela tem que participar de um curso de formação profissional. Esse é um requisito para receber o seguro desemprego. Tem que ter contato com o Sine [Sistema de Emprego e Emprego] desse país para assegurar que haja uma intermediação de mão de obra que seja boa”, comentou.

Janine disse que esse tipo de ação poderia colaborar para que houvesse uma integração maior entre as políticas de emprego e renda. Outra questão que precisa ser melhorada, de acordo com o estudo, é o fluxo de capitais.

Segundo a pesquisadora, está entrando no Brasil muito capital estrangeiro para aproveitar as taxas de juros e isso pode deixar o país mais vulnerável em uma crise porque a tendência é esse capital sair rapidamente. Por outro lado, sugere o estudo, o Brasil precisa expandir o investimento global.

“O capital [para investimento] que está chegando para ajudar a construir um porto, ou uma autopista, é capital que nós queremos. Isso é bem distinto do capital que está chegando para aproveitar a taxa de juros, mas isso não significa que controlando um o outro não vai chegar. A chave seria controlar esse capital de curto prazo”, afirmou.

O relatório sobre o Brasil faz parte de uma série de estudos sobre o crescimento com equidade. Também foram avaliados a Alemanha e a Indonésia. (Fonte: Agênica Brasil)