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A possibilidade de uma pausa no processo de flexibilização na Selic é crescente

Por Victor Rezende e Gabriel Roca, Valor — São Paulo

Nem mesmo o tom mais duro e conservador utilizado pelo Banco Central na semana passada surtiu efeito e o mercado enfrentou na sessão desta segunda-feira uma nova deterioração das expectativas para a Selic à frente. As expectativas de inflação de médio prazo voltaram a subir, os juros futuros seguiram pressionados, enquanto o mercado exigiu prêmios de risco cada vez maiores, em distorções que levaram a curva de juros a precificar até mesmo alguma chance de elevação na taxa básica neste ano. Como resultado, as projeções de economistas para a Selic seguiram em alta e o espaço para ajustes adicionais no juro diminuiu ainda mais.

Embora as chances de uma retomada do ciclo de aperto sejam residuais e possam indicar algum exagero derivado do nível de prêmios no mercado de juros, a possibilidade de uma pausa no processo de flexibilização na Selic é crescente. No mercado de opções digitais, a probabilidade de que o juro básico siga em 10,5% na reunião de junho do Copom subiu para 68%, enquanto a chance de um corte de 0,25 ponto caiu para 28% na sessão desta segunda-feira.

Parte do susto do mercado vem de variáveis relacionadas ao próprio mercado, já que a dinâmica das expectativas de inflação do boletim Focus foi um fator chave para o comportamento dos ativos na sessão. A mediana das projeções dos economistas para o IPCA de 2025, que já é o principal no horizonte relevante da política monetária, voltou a subir, de 3,66% para 3,74%. E essa piora se deu em um contexto de taxa de juros mais alta, já que o ponto-médio da estimativas para a Selic no fim deste ano foi de 9,75% para 10%.