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Em entrevista à rádio CBN nesta terça-feira (18), o presidente Lula fez críticas duras ao Banco Central, afirmando que o comportamento da instituição é o único aspecto “desajustado” no Brasil atualmente. Lula destacou que a taxa básica de juros, Selic, está em um patamar proibitivo para investimentos no setor produtivo, prejudicando o crescimento econômico.

“O Brasil não pode continuar com uma taxa de juros proibitiva de investimento no setor produtivo? Como é que você vai convencer o empresário a fazer investimento se ele tem que pagar uma taxa de juros absurda?”, questionou Lula durante a entrevista.

O petista acusou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de ter um “lado político” e de trabalhar contra os interesses do país. Lula também levantou questões sobre as intenções políticas do presidente do BC.

“A quem esse rapaz [Campos Neto] está submetido? Como ele participa de eventos em São Paulo quase se lançando como candidato a um cargo no governo estadual? Onde está o compromisso dele com a economia?”, questionou Lula. Campos Neto foi homenageado pelo governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, cotado como candidato a presidente em 2026.

De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, o presidente do BC admitiu assumir o Ministério da Fazenda em um eventual governo Tarcisio. “Não é que ele se encontrou com Tarcísio, a festa foi do Tarcísio para ele, foi uma homenagem do governo de São Paulo”, declarou.

“O presidente do Banco Central está disposto a fazer o mesmo papel que o Moro fez? O paladino da justiça, com rabo preso a compromissos políticos. O presidente do Banco Central precisa ser uma figura séria, responsável e tem que ser imune aos nervosismos momentâneos do mercado”, disse.

Lula afirmou que pretende escolher como sucessor de Campos Neto “uma pessoa madura, calejada, responsável”. “Alguém que tenha respeito pelo cargo que exerce e alguém que não se submeta a pressão de mercados, que faça aquilo que é de interesse do 203 milhões de brasileiros”, declarou. Ele reiterou a necessidade de uma gestão do Banco Central alinhada com os interesses nacionais e que promova um ambiente econômico mais favorável ao investimento e ao crescimento sustentável.

A entrevista também abordou a política fiscal do governo e questões relacionadas aos gastos públicos, com Lula enfatizando a importância de medidas que possam fortalecer a economia brasileira sem comprometer direitos fundamentais como saúde, educação e previdência.

As declarações do presidente ocorrem no dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) começa a sua reunião de dois dias para definir a taxa básica de juros, atualmente no patamar de 10,5% ao ano. Nessa segunda-feira, o PT publicou uma nota crítica ao Banco Central. Segundo o partido do presidente da República, setores privilegiados “fabricam uma inexistente crise fiscal” no país e promovem “a manutenção da maior taxa de juros do planeta”.

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