A greve dos trabalhadores da fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais (SJP) completa 34 dias e deve ganhar uma pauta bem mais ampla que a reivindicação inicial. Na reunião realizada na manhã desta terça-feira (7), o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) negociou um “pacotão” de reivindicações com a montadora.
Apesar de a paralisação ter sido motivada pela falta de acordo no valor da Participação nos Lucros e Benefícios (PLR), segundo o presidente da entidade, Sérgio Butka, assuntos como o plano de cargos e salários, os dias parados e a data-base precisam entrar na pauta.
Na assembleia de segnda-feira (6), os cerca de 2 mil funcionários presentes votaram pela manutenção da greve e uma nova assembleia foi agendada para esta terça.
“Hoje está mais difícil fechar acordo só com a PLR. Os dias parados precisam ser discutidos e a empresa vai ter de bancar. O presidente da empresa também é responsável pela paralisação quando declarou que era melhor ficar parado do que pagar”, afirma Butka.
“Vamos debater esses assuntos e tentar avançar na busca de uma alternativa. Esperamos uma nova posição da empresa”, diz o sindicalista.
“Sabemos da importância desse movimento para a classe metalúrgica brasileira. Um bom acordo aqui significará avanços não só para o Paraná, mas também para trabalhadores de outras regiões onde há montadoras. Por isso é o momento dos trabalhadores se unirem nessa luta. Esperamos bom senso da Volks na reunião de hoje”, completa.
A assembleia de ontem em frente à fábrica foi marcada pela presença de diversas lideranças sindicais de várias partes do país, como Paulo Pereira da Silva, o “Paulinho da Força”, presidente da Força Sindical e deputado federal, além de representantes de sindicatos de metalúrgicos das cidades paulistas de São Paulo, São Caetano do Sul, Taubaté e São Carlos – esses dois municípios também abrigam fábricas da Volks -, e Camaçari, na Bahia.
“Tivemos reunião com o Carlos Lupi [ministro do Trabalho] pedindo que o governo interfira para abrir negociação”, diz Paulinho. O deputado chegou a falar em convocar o presidente da Volks, Thomas Schmall, para dar explicações.
Nesse mais de um mês de greve, já deixaram de ser produzidas 18.630 veículos. O prejuízo da empresa chega a R$ 745,2 milhões.