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A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou, nesta sexta-feira (22), o relatório “Mudanças climáticas e estresse térmico no local de trabalho”. O documento aponta uma grave situação laboral: as altas temperaturas causam lesões ocupacionais e cerca de 19 mil mortes por ano.

O alerta reúne informações de agências da ONU, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Meteorológica Mundial (OMM) e Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Nos cálculos da OIT, pelo menos 2,4 bilhões de trabalhadores em todo o mundo estão submetidos a trabalhos sob calor intenso. Esse número representa 71% da população ativa mundial. Além das 19 mil mortes anuais, o calor intenso no trabalho também é responsável por 22,9 milhões de lesões ocupacionais por ano.

A orientação tem como objetivo que empregadores, governos e agentes de saúde fiquem atentos para os riscos que trabalhar sob estresse térmico pode causar. A situação tem se agravado nos últimos anos com o aumento de temperatura global, sendo especialmente danosa aos trabalhadores da agricultura e da construção civil, mas também afetando quem desempenha funções em locais fechados sem climatização ou ventilação adequadas.

Além de prejudicar a saúde, o calor excessivo afeta a produtividade nesses setores, gerando impactos econômicos, indica a ONU.

Segundo a OMM, “temperaturas diurnas de mais de 40°C e até acima de 50°C estão se tornando cada vez mais comuns”. A produtividade dos trabalhadores é reduzida entre 2% e 3% para cada grau acima de 20°C.

De acordo com a ONU, “os riscos à saúde incluem insolação, desidratação, disfunção renal e distúrbios neurológicos, que prejudicam a saúde e a segurança econômica a longo prazo.”

Recomendações

O documento da ONU pede a urgente proteção dos trabalhadores expostos à sobrecarga térmica.

De forma geral, as recomendações para melhorar a saúde térmica passam pela criação de programas de saúde térmica ocupacional; atenção especial a grupos vulneráveis; treinamento de socorristas e funcionários; adoção de soluções tecnológicas; e realização de pesquisas para avaliação de estresse térmico.

O relatório também faz recomendações específicas que o próprio trabalhador deve seguir, outras direcionadas aos setores públicos visando regulamentações e também aos empregadores.

Estes últimos devem desenvolver um Plano de Ação para o Trabalho integrado ao Plano de Saúde Ocupacional; adotar resfriamento de locais internos e instalar ventilação local; fornecer instalações que compreendam pontos de hidratação, resfriamento, descanso e higiene adequados às condições do local; promover o revezamento de trabalhadores entre ambientes quentes e frios, incluindo ciclos de trabalho-descanso e sistemas de duplas; realizar a mudança de horários de trabalho para evitar expor os trabalhadores aos horários de calor intenso; fornecer monitoramento fisiológico, equipamentos de proteção individual e uniformes que permitam maior conforto térmico, entre outros elementos.

O relatório completo (em inglês) pode ser acessado aqui.

Fonte: Vermelho
Texto: Murilo da Silva
Data original da publicação: 22/08/2025

DM TEM DEBATE

https://www.dmtemdebate.com.br/calor-no-local-de-trabalho-causa-19-mil-mortes-por-ano-diz-onu/