A percepção negativa sobre a economia brasileira recuou, segundo a mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (8). Pela primeira vez desde o início do ano, caiu a proporção de brasileiros que avaliam que a economia piorou nos últimos 12 meses. O percentual caiu de 48%, em setembro, para 42% agora (queda de 6 pontos percentuais).
Ao mesmo tempo, a pesquisa Genial/Quaest aumentou para 35% a parcela dos que acham que a situação econômica se manteve estável – contra 29% no levantamento anterior. Já 21% disseram ver melhora, o mesmo percentual do mês anterior. Outros 2% não souberam ou não quiseram responder.
O resultado da mais recente Genial/Quaest é o melhor desde janeiro, quando 39% consideravam que a economia havia piorado, 32% diziam que estava igual, e 25% avaliavam que havia melhorado.
O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos e realizado pela Quaest entre os dias 2 e 5 de outubro, com duas mil e quatro entrevistas presenciais com pessoas de dezesseis anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de noventa e cinco por cento.
Genial/Quaest: otimismo com o futuro da economia também melhora
O otimismo com o futuro também aumentou. Para os próximos 12 meses, 43% dos entrevistados acreditam que a economia vai melhorar – 3 pontos percentuais acima de setembro. Já 35% acham que vai piorar, 2 pontos percentuais a menos.
Por sua vez, os que preveem estabilidade somam 19%, enquanto 3% não souberam responder.
Impacto no bolso
Apesar do avanço no sentimento econômico, o impacto no bolso ainda é negativo para a maioria: 63% afirmam que seu poder de compra diminuiu em comparação com o ano passado. Apenas 15% disseram que ele aumentou e 11%, que se manteve igual.
No recorte sobre preços de alimentos, 63% perceberam aumento de preços nas prateleiras dos supermercados, apesar da inflação de alimentos estar em queda, enquanto 21% disseram que os preços estão iguais e 15% acreditam que caíram.
Isenção de IR ganha apoio popular
Outro ponto de destaque da pesquisa foi a percepção da população sobre o projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil mensais – uma das principais promessas de campanha do presidente Lula (PT). A proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados e agora é conhecida por 67% da população – aumento de 12 pontos percentuais em relação ao levantamento de junho.
A aprovação da medida subiu para 69%, 4 pontos a mais do que em julho. Para 41%, a isenção representará uma “melhora importante” na vida financeira. Outros 49% esperam uma “melhora pequena”.
Além disso, 64% dos entrevistados se disseram favoráveis a aumentar impostos sobre os mais ricos para compensar a perda de arrecadação, contra 29% que são contra. A diferença entre os dois grupos subiu de 26 para 35 pontos percentuais desde julho.
Renda alta
O projeto também impacta positivamente a imagem do governo entre brasileiros de renda mais alta. O apoio a Lula entre aqueles que ganham acima de cinco salários mínimos cresceu sete pontos percentuais em um mês, chegando a 45%. Ainda assim, a maioria dessa faixa de renda (52%) continua desaprovando sua gestão.
No cenário geral, a aprovação ao governo Lula agora está tecnicamente empatada com a desaprovação: 48% aprovam, enquanto 49% desaprovam. Em julho, o saldo era negativo em 10 pontos percentuais.
Entre outros temas abordados, a pesquisa mostrou que 49% dos entrevistados acreditam que Lula saiu fortalecido após seu encontro com Donald Trump na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Já 27% acham que ele saiu enfraquecido.
Por fim, quando perguntados se o Brasil está no caminho certo, 56% disseram que o país segue na direção errada; 36% avaliam que a direção está correta; e 8% não souberam ou não quiseram opinar.
O que a pesquisa nos mostra
✔️ Queda na percepção de piora: caiu de 48% para 42% o número de pessoas que dizem que a economia piorou no último ano.
✔️ Mais expectativa positiva para o futuro: 43% acreditam que a economia vai melhorar nos próximos 12 meses – número maior que os que preveem piora (35%).
✔️ Maior apoio a medidas do governo: a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil é amplamente apoiada e vista como algo que pode trazer melhoria de vida.
❌ Por outro lado, o pessimismo ainda predomina em aspectos concretos:
✔️ Poder de compra caiu para 73% dos entrevistados.
✔️ Preço dos alimentos subiu para 63% da população.
✔️ Maioria ainda acha que o país está na direção errada (56%).
✔️ Apenas 21% dizem que a economia melhorou no último ano – o mesmo número de setembro, sem crescimento.
A partir dos números, é possível concluir que houve um leve aumento no otimismo do brasileiro, especialmente em relação ao que vem pela frente, mas a realidade atual ainda é vista com preocupação.
Apesar de o desemprego estar no patamar histórico mais baixo, a inflação dos alimentos estar caindo e a renda ter aumentado, é possível que esses números não estejam sendo amplamente sentidos no dia a dia do brasileiro. Não se pode esquecer, também, o impacto da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 15% ao ano, que encarece o crédito e reduz o poder de compra.
ICL NOTÍCIAS
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