Mesmo sob protestos dos trabalhadores que estavam em greve geral, o parlamento da Grécia aprovou, nesta quinta-feira (16), uma reforma que permite jornadas de trabalho de até 13 horas diárias. A proposição foi feita pelo governo conservador do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis.
A oposição, liderada pelo partido de esquerda Syriza, classificou o projeto como “monstruosidade” e se negou a votá-lo. Os sindicatos Adedy (em português, Confederação dos Sindicatos de Funcionários Públicos) e GSEE (Confederação Geral dos Trabalhadores da Grécia) promoveram diversas paralisações contra o projeto. Antes da votação, de segunda-feira (13) a quarta-feira (15), os trabalhadores estavam em greve geral nos serviços e transportes públicos.
A nova lei, chamada de “regresso à Idade Média”, além de trazer prejuízos para a vida dos trabalhadores, os coloca sob o risco de demissão, caso não aceitem as novas condições, apontam os sindicalistas.
Já os defensores do aumento da jornada alegam que as 13 horas de trabalho só podem ser aplicadas em 37 dias do ano e no setor privado, de forma opcional.
Para a agência AFP, representantes da Adedy indicaram que, na prática, a medida significa a abolição da jornada de oito horas, a destruição da vida familiar e social e a legalização da superexploração. Os sindicalistas e a oposição agora buscam se reorganizar para tentar derrubar a medida e evitar outros retrocessos impostos pela direita.
De acordo com a agência Eurostat, os gregos já possuem uma das maiores jornadas da Europa, com uma carga horária, em média, de 39,8 horas semanais, que representam 4 horas a mais do que a média dos outros países do continente, de 35,8 horas.
VERMELHO