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Nova denúncia aponta compra de gado de fazendas ilegais em assentamentos e Terras Indígenas no Pará.

A reportagem é publicada por ClimaInfo.

Um relatório divulgado pela Human Rights Watch (HRW) mostrou que a JBS continua envolvida em crimes ambientais e trabalho escravo, apesar de há 16 anos ter se comprometido a eliminar toda ilegalidade de sua cadeia produtiva. A nova denúncia aponta para compras de gado em fazendas ilegais em assentamentos e Terras Indígenas no Pará.

O estudo documentou a expansão da pecuária na TI Cachoeira Seca, do Povo Arara, e no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Terra Nossa, destinado a pequenos agricultores que praticam atividades sustentáveis, informam Nexo e Terra. “Nosso foco era violência e intimidação contra lideranças que denunciavam desmatamento e apropriação ilegal de terras, na verdade. Mas aí ficou evidente os motivos econômicos por trás disso”, explicou Luciana Chávez, pesquisadora sênior de meio ambiente da HRW.

Parte do gado foi vendida para fornecedores diretos de unidades da JBS em Marabá (PA), Colíder (MT) e Andradina (SP) entre 2019 e 2022, mostra o rastreamento da HRW. A sistematização dos dados contou com a colaboração da Repórter Brasil.

A carne bovina e o couro provenientes da região podem ter sido, inclusive, exportados para a União Europeia, contam Agência Pública e IstoÉ Dinheiro.

Em nota, a JBS negou à DW os resultados do estudo feito pela HRW. Segundo a produtora de proteína animal, as conclusões “não se sustentam em nenhuma evidência concreta”. A empresa não comentou sobre como funciona seu monitoramento de fornecedores indiretos.

Para Paulo Barreto, pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON), a falta de transparência e rastreabilidade na cadeia do gado na Amazônia ainda é um grande problema e frigoríficos como a JBS estão longe de atingir suas promessas.

Há pouco mais de um mês, o Greenpeace denunciou a compra pela JBS de gado criado ilegalmente na TI Pequizal do Naruvôtu, na Amazônia matogrossense.

Em tempo:

A J&F Investimentos, holding dos empresários Joesley e Wesley Batista que controla a JBS, adquiriu da Eletrobras, por R$ 535 milhões, parte da estatal Eletronuclear, responsável pela operação das usinas nucleares Angra 1, com potência instalada de 640 megawatts (MW), Angra 2, de 1.350 MW, e pelo projeto em desenvolvimento de Angra 3, de 1.405 MW. A transação acontece em um momento em que a estatal enfrenta dificuldade para arcar com custos de Angra 3 e cumprir obrigações financeiras com bancos, contam ICL e g1.

IHU – UNISINOS

https://www.ihu.unisinos.br/658872-jbs-continua-envolvida-em-crimes-ambientais-e-trabalho-escravo