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Senado dos Estados Unidos aprovou, na noite de terça-feira (28), um projeto de lei que prevê a anulação das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros, incluindo petróleo, café e suco de laranja. A iniciativa, apresentada pelo senador democrata Tim Kaine, da Virgínia, foi aprovada por 52 votos a 48, com cinco senadores republicanos apoiando a medida — Susan Collins, Mitch McConnell, Lisa Murkowski, Rand Paul e Thom Tillis. Todos os democratas presentes votaram a favor.

Apesar do aval do Senado, o projeto enfrenta grandes obstáculos. Ele ainda precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos, que recentemente adotou regras que permitem à liderança barrar projetos relacionados a tarifas. Além disso, Trump poderia vetar a proposta, reforçando o caráter principalmente simbólico da medida.

Para Kaine, a votação é uma forma de forçar o debate sobre os impactos econômicos das tarifas. “É uma maneira de expor a destruição econômica causada pelas tarifas”, afirmou.

A resolução também funciona como teste para medir a adesão dos senadores republicanos à política comercial do presidente, especialmente no contexto de instabilidade econômica.

O Escritório de Orçamento do Congresso já indicou que as tarifas podem elevar desemprego e inflação, além de reduzir o crescimento econômico nos EUA.

Caminho para negociações bilaterais sobre tarifas

A aprovação do projeto ocorre em paralelo a avanços nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. No domingo (26), os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se reuniram por cerca de 45 minutos, aumentando a expectativa de exportadores brasileiros quanto à redução das tarifas.

“O que importa em uma negociação é olhar para o futuro. A gente não quer confusão, quer resultado”, disse Lula. Trump, por sua vez, afirmou que o encontro foi “muito bom”, mas não garante um acordo imediato, destacando que o Brasil ainda paga cerca de 50% de tarifa sobre alguns produtos.

Na segunda-feira (27), representantes comerciais dos dois países realizaram a primeira reunião técnica, com participação do chanceler Mauro Vieira, do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, e do embaixador Audo Faleiro. O grupo estabeleceu um calendário de reuniões focado nos setores mais afetados pelas tarifas, sem data definida para novos encontros.

Lula destacou que “não existem temas proibidos” nas negociações, incluindo minerais estratégicos, açúcar e etanol, e sugeriu a suspensão temporária das tarifas durante o processo, modelo aplicado em acordos com México e Canadá.

O presidente também contestou a justificativa do governo norte-americano para a imposição das tarifas, apresentando a Trump um documento que revela um superávit de US$ 410 bilhões acumulado pelos EUA na balança comercial com o Brasil nos últimos 15 anos.

Diálogo cordial

O diálogo foi descrito como cordial, com Trump afirmando que foi “uma grande honra” conversar com Lula, e ambos cogitaram visitas recíprocas ainda sem data definida. Entidades empresarias, como a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a Amcham (Câmara Americana de Comércio para o Brasil), consideraram o encontro um avanço concreto e esperam um acordo nas próximas semanas.

“Esperamos concluir em pouco tempo uma negociação bilateral que trate dos setores afetados”, afirmou Vieira, sinalizando otimismo em torno do desfecho das tratativas.

ICL NOTÍCIAS
https://iclnoticias.com.br/economia/senado-dos-eua-tarifas-do-brasil/