Empresários e sindicalistas tentarão nos próximos dias avançar nas negociações sobre as condições de trabalho nos canteiros dos grandes projetos de infraestrutura do país. A conclusão de um acordo é o objetivo final da comissão criada pelo Palácio do Planalto depois dos incidentes ocorridos nas obras das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio, em Rondônia. A comissão, no entanto, corre o risco de chegar a um impasse.
As centrais sindicais e o empresariado avançaram nas conversas sobre o combate aos chamados “gatos”, os intermediadores de contratação de mão de obra. Até agora, no entanto, não há concordância em relação à instituição de um canal de diálogo permanente entre representantes dos trabalhadores e das construtoras em cada uma das grandes obras.
Para que esses grupos de discussão funcionassem na prática, alegam os sindicalistas, a direção das empresas teria de dar autonomia a pelo menos um de seus funcionários para resolver de forma mais rápida contratempos corriqueiros, como problemas de transporte ou a qualidade da comida.
Condições de trabalho
A mesa de negociação sobre as condições de trabalho nas grandes obras de infraestrutura do país está em fase conclusiva.
A comissão foi criada no fim de março, depois que as construtoras Camargo Corrêa e Odebrecht enfrentaram graves problemas nas obras das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia.
A mesa de negociação instituída pelo Planalto obteve avanços. Empresários e trabalhadores concordaram em unir esforços no combate aos intermediadores de contratação de mão de obra.
As conversas sobre a necessidade de reforço nos programas de qualificação da mão de obra e de dar preferência à contratação de empregados das localidades de cada obra também progrediram. Empresários e trabalhadores negociam ainda medidas para garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores.