As condições de trabalho na indústria da construção civil são tema de debate na audiência pública que será realizada nesta terça (16), a partir das 9 horas, na sede do Ministério Público do Trabalho – MPT (Av. Sete de Setembro, 308, Corredor da Vitória). Os principais atores do mundo laboral estarão reunidos para compartilhar informações e estudar novas formas de intensificar a atuação conjunta. Além do MPT, representantes do Ministério do Trabalho e Emprego (SRTE/BA), federações e sindicatos dos trabalhadores e empregadores na indústria da construção, além de organismos de referência em saúde do trabalhador devem apresentar contribuições que agilizem as investigações e correção de irregularidades.
Setor de números expressivos na Bahia, a construção civil é só otimismo quando exalta o desempenho na geração de empregos (185.480 trabalhadores formais até junho/2011) e financiamentos imobiliários (1.516 milhões, com 11.627 unidades construídas, até maio/2011). São dados animadores não fosse a contramão identificada em situações como a tragédia da última terça (9), quando nove trabalhadores morreram após a queda do elevador em obra de prédio empresarial na capital baiana. Já são 53 acidentes de trabalho no setor de construção civil em Salvador, somente em 2011.
Risco grave de queda e choques, por ausência de proteções coletivas, escoramento e instalações elétricas improvisadas, elevadores e escadas inseguros, falta de equipamento de segurança nas gruas, de sinalização, além de jornada excessiva estão entre as principais irregularidades flagradas em inspeções conjuntas MPT/MTE. Os números da Previdência mostram crescimento de 69,3% no número de acidentes de trabalho na construção civil entre 2006 e 2008. No mesmo intervalo, as mortes aumentaram 25% e os acidentes geradores de incapacidade permanente cresceram 37%.