O ‘sonho da casa própria’ ainda permeia o imaginário da população de todas as classes sociais
Desde a crise econômica desencadeada há três anos, a construção civil tem sido um dos pilares do desenvolvimento do País. Por meio deste segmento, há a geração – e manutenção – do emprego, aumento da renda dos trabalhadores e movimentação de vários outros setores, da indústria à prestação de serviços.
Nos dois últimos governos federais, a construção tem recebido vários incentivos, inclusive, foi transformada em um dos pilares da política social, com o lançamento do programa ”Minha Casa Minha Vida”. O ”sonho da casa própria” ainda permeia o imaginário da população de todas as classes sociais que, na maioria dos casos, não poupa esforços para realizar o desejo.
Somente no Paraná, a Caixa Econômica Federal (principal agente público financiador da habitação) já liberou R$ 2,7 bilhões em financiamentos de crédito imobiliário, com 42.072 contratos firmados. Foi registrado crescimento de 29,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. No entanto, a expectativa é que o ano seja fechado com um volume de R$ 5,5 bilhões liberados, um crescimento de 14,5%, conforme noticiou ontem a FOLHA.
O incentivo à habitação deve ter continuidade, principalmente porque ainda há grande deficit por moradias. Somente em Londrina, faltariam cerca de 40 mil casas. Estimativas ainda apontam que 160 mil pessoas atualmente vivem em situação de risco em 72 favelas da cidade. É um número muito grande para ser ignorado. O programa ”Minha Casa Minha Vida” tem contemplado essa parcela da população. Segundo a Caixa, 51% dos valores aplicados em crédito imobiliário estão na faixa de renda de até dez salários mínimos, sendo que 31% do total de contratos seriam para a faixa que recebe até três salários mínimos.
Este cenário indica para a continuidade desta política habitacional, uma vez que a instituição financeira já detectou uma provável escassez de recursos oriundos da caderneta de poupança a partir de 2013. Atualmente, financiamentos com recursos da poupança foram responsáveis por R$ 1,2 bilhão dos valores contratados, enquanto do FGTS saíram R$ 1,5 bilhão para o mesmo fim. É urgente que se crie novas alternativas para garantir a continuidade dos financiamentos para a manutenção dos programas de incentivo.