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Taxa de desemprego recuou para 6% em julho, menor índice já registrado no mês. Mas, para o IBGE, mercado de trabalho “não se aqueceu suficientemente”

Rio de Janeiro – Apesar do leve recuo na taxa de desemprego registrado na passagem de junho para julho, a geração de postos de trabalho não correspondeu ao comportamento esperado para o mês. Habitualmente, há uma inflexão maior nessa época do ano, devido às contratações para dar conta de um aumento na demanda por produtos e serviços no segundo semestre do ano.

“O mercado não se aqueceu suficientemente para atender a essa demanda, a essa procura por emprego”, disse Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Tra­balho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Esta­tística (IBGE). “Você ainda tem 1,4 milhão de pessoas procurando emprego e esse numero só vai ceder quando você tiver um mercado de trabalho mais aquecido para absorver essa mão de obra.”

De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país, de 6% em julho, foi a menor para o mês desde o início da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), em março de 2002. A população desocupada ficou em 1,4 milhão de pessoas no mês passado, patamar ligeiramente inferior ao do mês anterior (6,2%).

A população ocupada nas seis regiões pesquisadas pelo IBGE (Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador) ficou em 22,5 milhões, estável em relação a junho. No confronto com julho de 2010, houve aumento de 2,1% no número de ocupados.

Qualidade

Embora o mercado de trabalho não esteja criando tantas vagas quanto se esperava para essa época do ano, houve melhora na qualidade das vagas criadas, segundo Azeredo. “O mercado não está absorvendo a mão de obra que se esperava, mas ele também está tendo uma qualidade que não se esperava, com a geração de mais empregos com carteira assinada.”

Formalização

Segundo o gerente do IBGE, o aumento de 2,2% na geração de vagas com carteira assinada em São Paulo representa uma tendência de formalização do emprego. “Uma das regiões que mais geraram empregos com carteira foi a região metropolitana de São Paulo, que tem um efeito farol. O que ocorre lá depois se reflete nas outras regiões do país. Essa região é onde a indústria é mais forte, onde o rendimento é maior, então a gente pode concluir que essa melhora do emprego em São Paulo vai ser sentida também em outras regiões”, avaliou o gerente do IBGE.

Indicador

Na região de Curitiba, desemprego cai a 3,7%

A taxa de desemprego na região metropolitana de Curitiba (RMC) recuou de 4,1% para 3,7% na passagem de junho para julho, informou ontem o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). A pesquisa é feita em parceria com o IBGE, mas não é contabilizada no cálculo da “taxa oficial” de desemprego do país. A taxa da Grande Curitiba, inferior à de julho de 2010 (4,3%), é também a menor para o mês da série histórica, iniciada em 2002.

No entanto, o rendimento médio real (descontada a inflação) caiu 2,1% em relação ao mês anterior e 2,6% na comparação com julho de 2010, atingindo R$ 1.639,90 – o terceiro maior do país, atrás do verificado nas regiões metropolitanas de São Paulo (R$ 1.719,70) e Rio de Janeiro (R$ 1.672,80). O rendimento médio nacional é de R$ 1.612,90.

De acordo com o Ipardes, a queda da renda na RMC foi concentrada nos segmentos de serviços e administração pública, “em face, sobretudo, dos efeitos mais acentuados da aceleração da inflação para categorias de trabalhadores menos organizadas ou mais sensíveis às limitações de gastos impostas aos orçamentos públicos”.

Na avaliação do presidente do Ipardes, Gilmar Mendes Lourenço, “a manutenção da marcha de queda da desocupação e de subida – ou de estabilização a discreto recuo – dos rendimentos sinaliza o prosseguimento da recuperação da economia brasileira, ainda que em ritmo menor do que o prevalecente em 2010, mesmo com a aplicação das medidas de austeridade monetária pelo governo federal”.