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Demora para agendamento do seguro-desempego em Londrina faz trabalhadores sobrecarregarem as unidades de Cambé e Ibiporã.
 
Até às 9h30 de ontem, a unidade do Sine de Cambé havia atendido 15 londrinenses e somente dois cambeenses.
 
Em outubro, Rosilene de Araujo Rocha saiu do emprego e ao procurar a Agência do Trabalhador de Londrina para dar entrada no seguro-desemprego foi informada que o agendamento demoraria aproximadamente dois meses. Para agilizar o processo, ela procurou a unidade de Cambé, que oferece atendimento diariamente por meio de senha. Outro que desistiu de enfrentar a fila em Londrina é Alexandre Prado, que também ficou desempregado em outubro, e preferiu ir direto para a unidade do Sine de Cambé. ”Logo que saí do emprego entrei em outro, mas não passei na experiência e como sabia da demora de Londrina, por meio de amigos, vim direto para cá”, conta. 
 
Rosilene e Alexandre representam a realidade de trabalhadores que querem obter o benefício com rapidez, mas encontram dificuldades por causa das longas filas na agência de Londrina. A demora pelo atendimento tem levado os trabalhadores a sobrecarregarem as unidades das cidades da região. 

A situação é confirmada pelo gerente da Agência do Trabalhador de Cambé, Wilson Silva. Segundo ele, cerca de 90% do atendimento de seguro-desemprego da unidade é voltado para moradores de Londrina. A agência, que opera com distribuição de senha, por ordem de chegada, libera até 80 números por dia. ”Temos estrutura suficiente para atender os nossos munícipes, mas como o atendimento do posto é de ordem federal, estendemos a outros municípios, na medida do possível”, explica. 

De acordo com ele, há um ano, 50% dos requerentes eram de Londrina, ”o que não atrapalhava tanto”, mas desde agosto subiu para 90% e passou a congestionar a unidade. ”Como Londrina é uma cidade com meio milhão de habitantes, poderia ter uma estrutura maior para atender os seus munícipes e, assim, evitar que eles migrem para cidades vizinhas por conta da demora no agendamento”, considera. 
Até agosto, a unidade de Cambé contava com dois atendentes para seguro-desemprego, mas devido à demanda, foi necessário dobrar o número de funcionários para a função. ”Abrimos a agência às 8h30, mas tem gente que fica na fila desde às 5 horas para garantir a senha”, conta a recepcionista Gisele Toledo. ”Também acontece das pessoas agendarem atendimento em Londrina, virem para cá sem desmarcar o horário lá, o que acaba ocupando lugar de outro requerente naquela agência”, reconhece o gerente Silva. 
Em Ibiporã a situação não é diferente. Dos 366 atendimentos de seguro-desemprego realizados em novembro na Agência do Trabalhador de Ibiporã, 157 foi de londrinenses (42%); 193 de ibiporaenses (52%); 12 de jataienses e o restante de moradores de outros municípios (6%). Conforme a gerente da unidade e Secretária Municipal do Trabalho, Lourdes Aparecida da Silva Narcizo, desde julho do ano passado a agência começou a ficar sobrecarregada por conta do número excessivo de londrinenses que migraram para lá. ”Até junho deste ano mantivemos o atendimento com senha, mas como a situação ficou insustentável, e em julho adotamos o sistema de agendamento”, conta. 
Atualmente, a unidade conta com quatro atendentes de guichê para seguro-desemprego e intermediação de mão de obra. O prazo entre o agendamento e a entrada do benefício demanda aproximadamente uma semana. Segundo Lourdes, antes da implantação do sistema Mais Emprego, do Ministério do Trabalho, em agosto, o fluxo era mais intenso. ”Agora, com a necessidade de fazer pelo menos três tentativas de colocação no mercado antes de dar entrada no seguro, diminuiu o número de pedidos”, relata. 
Diariamente, a agência atende de 35 a 40 trabalhadores para entrada do benefício. ”O problema é que dispomos de poucos funcionários para atender a nossa cidade e essa grande quantidade de pessoas vindas de Londrina”, reitera.