Vai haver uma grande renovação, nas eleições deste ano, com a troca de cerca da metade dos integrantes do Congresso Nacional e nos governos estaduais. A avaliação é do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), órgão que presta serviços a 900 entidades de trabalhadores.
Ainda assim, o índice de renovação será inferior aos registrados pela instituição em pesquisas desde a década dos anos 90. Mas atinge expressões nacionais que desistiram da reeleição, a exemplo do deputado Ciro Gomes (PSB/CE), cuja candidatura à Presidência foi sacrificada em favor da candidata do PT, Dilma Rousseff. Há ainda o ex-ministro Antonio Palocci (PT/SP), que vai trabalhar na campanha petista.
Para Antônio Augusto de Queiroz, diretor de Documentação do Diap, o Brasil é o único País que registra essa alta taxa de renovação. Em parte, ele atribui isso ao alto custo das campanhas e também aos efeitos da Lei Ficha Limpa, que torna inelegível quem já foi condenado por grupo de juízes ou renunciou a mandato eletivo.
“Isso indica a necessidade de uma ampla reforma política, com a criação do financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais”, afirmou ao DCI.
Para o Senado, nas eleições de 2010, o prognóstico do Diap é que entre 15 e 20 senadores consigam renovar seus mandatos, numa renovação mínima de 72,22% e 62,96% das vagas em disputa e máxima de 48,15% e 41,97% da composição total da Casa.
É um alto índice de renovação, mas bastante inferior ao de 1994, quando 9 dos 54 senadores foram reeleitos. Ou seja, houve renovação de 83% em relação às vagas em disputa e de 55% em relação à composição total do Senado, que é de 81 vagas.
Em relação ao Senado, o órgão fez um prognóstico em cada estado. Em São Paulo, por exemplo, o coordenador do Diap avaliou que “o senador Romeu Tuma [PTB/SP] não tem a menor chance de se reeleger. O mesmo acontece com o senador Mão Santa (PMDB/PI)”.
Ainda no estado, com “média chance de ser eleito” ao Senado, são citados pelo órgão o ex-governador Orestes Quércia (PMDB), o ex-secretário do governo Aloysio Nunes Ferreira e o veredor Netinho de Paula (PCdoB). À frente está a ex-ministra Marta Suplicy (PT/SP) .
Em 2002, quando houve também a renovação de 2/3 da Casa, apenas 14 dos 54 senadores se reelegeram, numa renovação de 74,93% das vagas em disputa e de 49,38% em relação à composição total do Senado.
As futuras bancadas do Senado, tendo por parâmetro a atual composição partidária, sofrerão pequenas oscilações, para cima ou para baixo. A oposição será a principal prejudicada. A tendência é que PT, PSB e PP cresçam e DEM, PSDB, PMDB, PTB, PDT e PR reduzam suas bancadas.
O PT, que atualmente possui nove senadores, sendo que sete deles encerram seus mandatos em 2011, remanescendo apenas dois com mandato até 2015, poderá eleger entre 11 e 13 neste pleito, chegando a uma bancada entre 13 e 15 senadores.
Sai de quarta para a segunda bancada, superando PDSB e DEM, ficando atrás apenas do PMDB, que atualmente conta com 18 senadores e renova 15 cadeiras neste pleito, permanecendo apenas três senadores com mandato até 2015. O PMDB deve eleger entre 12 e 14 senadores.
Na Câmara dos Deputados, o coordenador do Diap disse prever que a renovação deve ficar em mais de 50% das 513 cadeiras. Essa é média da renovação registrada nas eleições de 1990 (62%), 1994 (54%), 1998 (43%), 2002 (46%) e 2006 (47%).
De saída, haverá uma renovação em torno de 20%. Segundo Queiroz, custos de campanha e a imagem negativa dos políticos em geral e dos parlamentares federais em particular parece ter motivado a desistência de 34 deputados, que não concorrem a nenhum cargo nestas eleições.
Esse número é um pouco mais que o dobro do pleito de 2006, quando a avaliação sobre o Congresso era pior e somente 15 deixaram de disputar postos eletivos. Apesar disso, pelo menos 420 dos 513 deputados, ou 81,87% da composição da Câmara, irão tentar a reeleição.
Dos 93 que não tentarão renovar o mandato, 32 disputam uma vaga ao Senado, 10 são candidatos a governador, 8 a vice, 5 a deputado estadual, 2 são suplentes de senadores e dois são candidatos a vice-presidente da República – Michel Temer (PMDB) e Índio da Costa (DEM).
Entre os governadores, haverá renovação de mais da metade porque apenas 12 vão tentar a reeleição. Dez governadores se desincompatibilizaram para disputar novos cargos como Senado.
Vai haver uma grande renovação, nas eleições deste ano, com a troca de cerca da metade dos integrantes do Congresso e dos governos estaduais. A avaliação é do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), órgão que presta serviços a 900 entidades de trabalhadores.
O diretor da entidade, Antônio Augusto de Queiroz, atribui o cenário ao alto custo das campanhas e também aos efeitos da Lei Ficha Limpa.
Para o Senado, nas eleições de 2010, o prognóstico é que entre 15 e 20 senadores consigam renovar seus mandatos. Os senadores Romeu Tuma (PTB/SP) e Mão Santa (PSC/PI), por exemplo, não teriam chance de reeleição.