Os aposentados e aposentadas são, antes de tudo, trabalhadores que dedicaram sua vida à produção da sociedade e de sua riqueza. É preciso combater o preconceito que muita gente ainda nutre contra este momento da vida, que pensa que aposentado é aquele que não contribuí para a vida em sociedade, quando a verdade é justamente o oposto. A instituição da aposentadoria foi uma vitória histórica do movimento dos trabalhadores e cabe agora a nós sindicalistas a luta pela manutenção e valorização deste direito.Como trabalhadores, precisamos lamentar que por mais um ano não tivemos aumento real para os aposentados do INSS que ganham acima do piso. Por um lado comemoramos o novo salário mínimo nacional de R$ 622,00, o que representa um aumento real de 9,2%. No entanto os cerca de 9 milhões de aposentados que ganham acima do salário mínimo contam apenas com o reajuste da inflação, sem ganho real.
A defasagem no ganho de aposentados e pensões não leva em conta que estas pessoas possuem gastos altos com saúde e com auxílio a outros membros da família, sobretudo jovens que ainda não se estabeleceram no mercado de trabalho. Além disso, os trabalhadores aposentados já são prejudicados com a aplicação do fator previdenciário, criado no governo Fernando Henrique Cardoso e existente até hoje.
O fator previdenciário prejudica aqueles que entraram mais cedo no mercado de trabalho sendo um entrave ao desenvolvimento do país. Precisamos nos livrar deste entulho neoliberal da era FHC e fortalecer uma seguridade social que construa um país sem pobreza. Devemos garantir a dignidade daqueles que estão involuntariamente excluídos do mercado formal, por meio deste sistema que engloba a previdência social, assistencial social e a saúde pública.
Um país que não valoriza seus aposentados é um país que não valoriza seus profissionais. E não valorizar seus profissionais é ir na contramão do desenvolvimento.