A conclusão a que se chega é a de que os empresários ainda estão receosos quanto à extensão e os efeitos da crise
O empresariado ainda não retomou a confiança no desenvolvimento da economia nacional. O cenário de crise externa e a queda na produção industrial registrada neste início de ano contribuiu para que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), medido pela Confederação Nacional das Indústrias, atingisse a marca de 58,6 pontos neste mês. Apesar da leve recuperação, uma vez que em fevereiro o índice registrado foi de 58,2 pontos, está abaixo da média histórica, que é de 60 pontos. O Icei varia de zero a 100. Valores acima de 50 revelam otimismo e abaixo dos 50, pessimismo.
Na Região Sul, o Icei medido em março ficou em 56,8 pontos, ante 57,5 pontos em fevereiro. É o segundo pior resultado, ficando atrás apenas da Região Sudeste (56,4 pontos). Os mais otimistas são os nordestinos.
A melhora do resultado, na avaliação de especialistas, é que as medidas anunciadas pelo governo federal – como a redução da taxa de juros e a taxação sobre investimentos estrangeiros para evitar a apreciação do real frente ao dólar – já tenha surtido algum efeito. O Icei é utilizado para identificar mudanças na tendência da produção industrial. O indicador, inclusive, auxilia na previsão do produto industrial e, por conseguinte, do Produto Interno Bruto, uma vez que empresários confiantes tendem a aumentar o investimento e a produção para atender o esperado crescimento na demanda. Desta forma, a conclusão a que se chega é a de que os empresários ainda estão receosos quanto à extensão e os efeitos da crise. Por isso, ainda são urgentes medidas de estímulo à produção e ao consumo interno.
Coincidência ou não, o setor industrial que mais apresentou otimismo foi a construção civil, com 61,7 pontos. De fato, o panorama é positivo, uma vez que em ano eleitoral historicamente o volume de obras aumenta e, além disso, os investimentos do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida vão contribuir para manter aquecido o segmento. No entanto, é importante que sejam tomadas medidas urgentes para que todos os setores industriais voltem a investir.
