NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

As medidas anunciadas em meados de abril pelo Governo Federal para estimular a indústria nacional ainda não surtiram efeito para o setor no Paraná. O levantamento divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) aponta que as vendas do primeiro trimeste de 2012 fecharam em queda de 0,65% em relação ao mesmo período do ano passado. E pior, a entidade estima que as vendas este ano crescerão em ritmo mais lento que em 2011 – com os índices oscilando – principalmente no primeiro semestre.

Os setores que estão puxando a queda são o de alimentos e bebidas – declínio de 6,32% no comparativo – e veículos automotores, com queda de 6,29%. Ambos possuem grande impacto para a indústria paranaense, mas outros setores também ”auxiliaram” a colocar o índice no vermelho, como o de móveis e indústrias diversas (-22,7%), metalurgia (-19,62%) e indústria têxtil (-10,31%).

O economista da Fiep, Roberto Zurcher, apontou dois principais fatores para este momento ruim do setor. O primeiro deles é a desaceleração econômica do País, já prevista pelos especialistas desde o final do ano passado, e a segunda, de ordem mais regional, foi a quebra da safra paranaense justificada pela forte estiagem nos estados do Sul, o que causa a redução na renda interna. ”O Brasil passa por um momento de alta da inflação, o que desestimula o setor. Já a quebra da safra foi mais pontual e se não fosse ela estaríamos um pouco acima deste número”, analisou Zurcher.

Pelas projeções da Fiep, os estímulos governamentais como a queda nos juros e a desoneração na folha de pagamento devem dar fôlego para a indústria, mas apenas a partir do segundo semestre deste ano. Zurcher relatou quem sem tais ações a situação estaria ainda mais complicada. ”A indústria é o setor da economia brasileira que menos vem crescendo. Mas aqui no Paraná temos a expectativa que as safras de inverno ajudem a recuperar no setor de alimentos”, estimou o economista.

A entidade havia projetado em dezembro último um crescimento das vendas industriais entre 3,5% e 4% em 2012. No ano passado, o índice fechou em 5,8% e a produção física com aumento de 7%. ”Até o final do semestre devem ocorrer pequenas oscilações. Depois disso, vai depender muito do desenvolvimento do agronegócio no Estado e o impacto das medidas do governo no setor, que de uma forma ou outra, vão acontecer”, decretou Zurcher.

Evolução

Se no comparativo entre os trimestres a desacelaração é evidente, pelo menos a indústria teve crescimento entre fevereiro e março. A Fiep apontou alta de 3,98%, sendo que 16 dos 18 gêneros pesquisados apresentaram resultado positivo, incluindo o de veículos automotores (31,26%), refino de petróleo e produção de álcool (3,26%). ”Neste ano, o pior mês até agora foi janeiro. Em fevereiro houve um crescimento importante, mas março já retornou aos patamares normais”, completou o especialista.