Uma operação feita em abril pela Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) autuou 64% das lojas de materiais de construção do estado de São Paulo, a maioria delas por comercializar produtos fora do prazo de validade. A prática, além de dificultar o trabalho dos pedreiros, pode causar gastos excessivos e transtornos para quem está fazendo obras.
O engenheiro civil de São Carlos (SP) Celso Martins Júnior explicou que a cor da tinta vencida, se utilizada, pode mudar e não se fixar direito na parede. “Ela tem dentro da composição dela um adesivo. Se a tinta está vencida, o adesivo que está dentro dela também está vencido, podendo gerar problemas de adesividade ao substrato, além da soltura do produto”, revelou.

Diferença entre cimento vencido (à esq) e o produto dentro da validade (à dir). (Foto: Reprodução/EPTV)
O pedreiro Lourival dos Santos explicou a diferença de um cimento fora da validade e um com a data correta. “Dentro da validade fica com um ‘chapisco’ totalmente líquido, fácil de fazer, fácil de misturar. O outro que tem um ano de validade vencida é duro de misturar. A aderência que um novo dá, o velho não dá”, contou.
Um impermeabilizante com seis meses de vencimento ficou endurecido. E o engenheiro alertou que usá-lo fora do prazo pode causar futuros problemas. “Vão acontecer vazamentos e infiltrações”, disse.
Caso o consumidor não repare na data de validade e compre um produto vencido, a orientação do Procon é que o material seja trocado na loja. Caso o comerciante não aceite, é necessário procurar os órgãos de defesa do consumidor.

Impermeabilizante com seis meses de vencimento ficou endurecido. (Foto: Reprodução/EPTV)
