Contrariando lei federal, agências bancárias de Curitiba estão em funcionamento sem a presença de vigilantes, que continuam em greve. Mesmo impedindo a entrada de pessoas no interior dos bancos, gerentes e outros funcionários continuam cumprindo expediente e realizando atendimentos. A comunicação com os clientes é feita, principalmente, pela abertura do porta-objetos, ao lado da porta giratória.
Segundo o gerente de uma agência da Caixa Econômica Federal em um bairro de Curitiba, são realizados pequenos serviços, como o desbloqueio de cartões. Ele chega a sair para o ambiente dos terminais eletrônicos para prestar atendimento, geralmente a clientes idosos. Dentro da agência, pelo menos três outros empregados trabalhavam durante a tarde de ontem. Segundo o gerente, não havia nenhum vigilante no local.
No mesmo bairro, uma agência do Itaú funcionava também sem vigilância. Os bancários trabalhavam próximos a uma parede de vidro, visivelmente frágil. Quando clientes acenavam chamando os gerentes, funcionários ouviam a solicitação, e, dependendo do caso, prestavam atendimento.
Exigências
De acordo com a Lei 7.102, o sistema de segurança dos estabelecimentos financeiros deve incluir vigilantes, além de permanência ininterrupta do profissional durante o expediente para o público e enquanto houver movimentação de bancários no interior da agência. Bancos que descumprem a norma estão sujeitos a advertência, multa e até interdição.
Procurada pela reportagem, a assessoria da Caixa confirmou, em nota, que orientou os funcionários a continuar trabalhando – sem mencionar o atendimento presencial ao público. “Os empregados foram orientados a permanecer nas agências, cumprindo sua jornada de trabalho, realizando serviços administrativos e atendimento ao cliente pelos canais não presenciais (telefone, internet)”, dizia a Caixa. O Itaú informou que atende às “condições legais”. A Federação Brasileira de Bancos alegou não ter feito recomendações sobre o fechamento de agências.
O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região protocolou na Polícia Federal um ofício pedindo que sejam feitas fiscalizações para impedir que funcionários continuem cumprindo expediente sem os vigilantes. “A ausência dos vigilantes deixa os bancos vulneráveis e precisamos prezar pela segurança dos clientes e dos bancários”, afirma o presidente o sindicato, Otávio Dias. Ontem, em uma nova negociação entre vigilantes e empresas, o sindicato patronal prometeu apresentar uma nova proposta aos vigilantes até as 14 horas de hoje.
Fonte: Gazeta do Povo