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Enquanto governo federal e centrais sindicais travam uma disputa em torno do reajuste do salário mínimo, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou ontem que o piso regional deve ser superior a R$ 600. O anúncio foi feito no Palácio dos Bandeirantes após encontro do tucano com representantes de sete centrais sindicais (CUT, Força Sindical, CGTB, CTB, UGT, Nova Central e Conlutas). A reunião, aliás, foi positiva para os dois lados.

Alckmin tenta uma reaproximação com os sindicalistas após as relações com o governo estadual terem ficado estremecidas durante a gestão do seu antecessor, José Serra (PSDB). Para se ter uma ideia, durante a campanha à Presidência da República, Dilma Rousseff contou com o apoio da CUT, CGTB, Nova Central, CTB e Força Sindical. A UGT permaneceu neutra, enquanto a Conlutas resolveu aderir à candidatura de José Maria (PSTU).

Ao arrancar de Alckmin o compromisso de um piso regional acima de R$ 600, as centrais sindicais esperam pressionar o governo federal a abrir as negociações para reajustar o mínimo nacional de R$ 510 para R$ 580. Os sindicalistas chegaram, inclusive, a solicitar nesta semana uma audiência com Dilma para tratar do assunto. Ainda não obtiveram uma resposta.

Agora, com a reunião com o tucano, que está na oposição no plano federal, e a garantia de ganho real no piso estadual, as entidades acreditam que podem sensibilizar a equipe econômica de Dilma. “As centrais apoiaram a candidatura da Dilma. Não dá mais para esperar. Nós queremos conversar também”, disse o presidente da CGTB, Antonio Neto, que por outro lado, destacou o interesse de Alckmin em “em ouvir as nossas propostas e dialogar com a sociedade civil”.

Durante entrevista coletiva, o governador fez questão de afirmar que não discutiu valores na reunião. Apesar disso, ressaltou que o piso regional será maior do que os R$ 540 que o governo federal defende para o mínimo nacional e também superior aos R$ 600 que José Serra propôs na campanha presidencial. “Deve ser maior que os dois”, declarou o governador tucano, acrescentando que o reajuste será baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2010, que foi de 6,47%.

Hoje, o piso no Estado é dividido em três categorias, com vencimentos que variam entre R$ 560, R$ 570 e R$ 580. De acordo com Neto, se o cálculo levar em conta a inflação e o crescimento de 2010, o mínimo paulista passará na primeira categoria de R$ 560 para R$ 640, um reajuste de 13,4%. “Seria um bom piso”, afirmou o presidente da CGTB. O projeto de lei que altera o mínimo deve ser enviado para a Assembleia Legislativa até o começo de março.

Alckmin ainda se comprometeu a estudar a reivindicação dos sindicalistas de antecipar as discussões sobre o reajuste dos trabalhadores para janeiro, assim como já ocorre no plano nacional. A ideia, segundo Antonio Neto, é fazer com que as negociações sejam antecipadas em um mês em cada ano. Uma nova reunião entre o governador e as centrais sindicais está programada para o fim de fevereiro, quando os dois lados pretendem bater o martelo em torno do reajuste no Estado.

Fonte: Valor Econômico