O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, fez um comentário irônico em relação a uma declaração do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de 2018, na qual ele sugeriu que seria suficiente “um cabo e um soldado” para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Muitos lembram da época em que se dizia que apenas um cabo e um soldado seriam necessários para fechar o STF. No entanto, o cabo, o soldado e até mesmo o coronel estão atualmente detidos, enquanto o STF permanece aberto e operante”, declarou Alexandre de Moraes, sem citar o nome do deputado, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. O ministro fez referência aos eventos de 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, em uma tentativa de golpe.
As observações foram feitas durante o encerramento de um seminário internacional sobre inteligência artificial, democracia e eleições, realizado no TSE. Alexandre aproveitou a oportunidade para discutir o que ele descreve como um “novo populismo digital extremista”, que busca minar os fundamentos da democracia ocidental, incluindo a imprensa livre, as eleições e o Judiciário.
O ministro destacou que esse tipo de populismo digital extremista opera principalmente nas redes sociais, diferentemente dos golpes tradicionais que envolviam intervenções militares e o fechamento de instituições democráticas.
Nesta quarta-feira (23) Eduardo Bolsonaro respondeu Alexandre de Moraes, sugerindo que o ministro também está preso. “Você também está preso, Alexandre, ou você sai as ruas tranquilo? Conte-nos como é a reação das pessoas quando você chega no clube Pinheiros? Ou se você consegue jantar em Londres sem antes checar as redes sociais de nome por nome daqueles que se sentarão a mesa? Valeu a pena?”
Em vídeo que circulou pelas redes sociais em 2018, Eduardo respondeu uma questão sobre a possibilidade de o STF contestar a candidatura de Bolsonaro. O deputado disse que o Supremo teria de pagar para ver o que aconteceria caso decidisse impugnar a candidatura de seu pai.
“Eu não acho isso improvável, não. Mas aí vai ter que pagar para ver. Será que eles vão ter essa força mesmo? O pessoal até brinca lá: se quiser fechar o STF, você sabe o que você faz? Você não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo. Não é querer desmerecer o soldado e o cabo não”, disse o deputado. Assista ao vídeo:
CONGRESSO EM FOCO