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Representantes da Superintendência Regional de Trabalho e Emprego de Mato Grosso (SRTE) se reuniram na manhã desta quinta-feira (9) com os seis haitianos que deixaram o local onde estavam trabalhando por estarem descontentes com o salário pago pela empresa. A fábrica de cerâmica onde os imigrantes trabalhavam deve passar por uma fiscalização nos próximos dias.
 
Conforme o chefe de Fiscalização do Trabalho, Amarildo Borges Oliveira, depois de ouvir os haitianos, o próximo passo será ouvir os representantes da empresa. “Agora vamos ouvir a outra parte. Estamos montando uma logística de fiscalização para ir até a empresa”, explicou. Ainda de acordo com o representante da Superintendência do Trabalho, um relatório deve ser emitido com base nos depoimentos dos haitianos e da empresa.
 
O grupo chegou em Mato Grosso no dia 18 de janeiro, vindo do Acre, estado por onde os haitianos entraram no país. Em entrevista ao G1, o haitiano Wasnaldo Colon, de 24 anos, afirmou que o patrão havia combinado um valor de salário, mas quando o grupo chegou ao local, os haitianos foram informados de que o pagamento ocorreria de outra forma. “Quando nós fomos contratados, eles informaram que iriam nos pagar R$ 900. Mas quando chegamos aqui [em Mato Grosso], nos falaram que iriam ser descontadas as despesas de alimentação e moradia e que nosso salário iria cair para R$ 742”, contou.O caso
 
Os seis haitianos deixaram o local onde estavam trabalhando na cidade de Nossa Senhora do Livramento, a 42 km de Cuiabá, na tarde desta quarta-feira (8). Eles procuraram um posto da Polícia Rodoviária Federal que fica em Várzea Grande, afirmando que tinham percorrido o caminho até o local à pé. “Eles chegaram caminhando até a nossa unidade dizendo que queriam ir até a Polícia Federal. Eles nos relataram que tinham deixado a empresa onde estavam por causa de mudanças no pagamento deles”, informou o policial rodoviário Vinicius Figueredo.
 
O dono da fábrica de cerâmica em que os haitianos trabalhavam, Otto Frank, negou as acusações. Ao G1 ele explicou que o grupo fugiu do local e que o salário de R$ 742 seria apenas inicialmente. Otto também negou que estaria cobrando as despesas de moradia e alimentação dos haitianos.