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Sindicatos precisam aprovar acordo fechado ontem entre federação de trabalhadores e empresa; orientação no Paraná é votar contra

Os Correios e grevistas fecharam ontem um acordo que pode pôr fim à greve dos funcionários da estatal, que já dura 21 dias. Depois de quase quatro horas de negociação, mediada pela ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Maria Cristina Peduzzi, os trabalhadores aceitaram a proposta dos Correios de reajuste de 6,87% a partir de 1.º de agosto e aumento linear de R$ 80 a partir de 1.º de outubro.

A aprovação da proposta na audiência de conciliação, no entanto, ainda não significa o fim da greve, pois terá de passar pelo crivo das assembleias que serão realizadas hoje por 35 sindicatos regionais em todo o país. Se a proposta for aprovada por 18 sindicatos, o movimento grevista chegará ao fim na quinta-feira. “Posso sair em defesa da proposta, mas quem vai dizer sim são os trabalhadores”, afirmou José Rivaldo, secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect).

No Paraná, as assembleias devem começar às 16 horas, e a orientação do Sindicato dos Tra­­ba­­lhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) é pela não aceitação da proposta – a entidade não explicou, no entanto, que pontos do acordo desagradaram os líderes sindicais paranaenses.

Aumento real

Na prática, o impacto total na base salarial da categoria será de 16,78% a partir de outubro, o que representa um aumento real de 9,9%. Os Correios também oferecerão aos trabalhadores um seguro-medicamento, que dará direito à compra de remédios com desconto e ressarcimento do valor gasto com medicamentos, entre outros benefícios. O valor do reembolso ainda não foi fechado.

Em relação ao desconto dos dias parados, o ponto mais crítico das negociações, os Correios fizeram a concessão de não descontar 15 dos 21 dias de duração da greve. A estatal, porém, não abriu mão dos seis dias já descontados na folha de pagamento de setembro, mas aceitou a proposta da ministra: os valores descontados serão devolvidos rapidamente, em folha suplementar, em um prazo de até cinco dias úteis após o retorno dos grevistas ao trabalho.

Os grevistas, no entanto, não ficaram imunes à cobrança desses seis dias. O valor será efetivamente cobrado em 12 parcelas sobre os salários, mas somente a partir de janeiro de 2012. Como esse parcelamento, que representa o desconto de meio dia de trabalho por mês durante os 12 meses de 2012, incide sobre o salário com os reajustes estabelecidos e afeta a data-base da categoria do ano que vem, ficará a critério de cada trabalhador manter o desconto já realizado ou aderir ao parcelamento.