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A ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, divulgada nesta manhã de terça-feira (24), indica que o ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, pode estar próximo do fim.

Em 18 de junho, os nove membros do Copom decidiram elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, para 15% ao ano, o maior patamar desde 2006. Agora, o colegiado aponta na ata para uma possível pausa no ciclo de aperto monetário, o que pode abrir espaço para quedas futuras, caso o cenário inflacionário evolua conforme o esperado.

Segundo o documento, o Copom entende que grande parte dos efeitos das altas anteriores ainda está por vir, em função do tempo de defasagem da política monetária. Com isso, indicou que deve interromper novas elevações para avaliar os impactos acumulados, reforçando que o atual nível da Selic poderá ser suficiente — desde que mantido por um período “prolongado” — para conduzir a inflação de volta à meta.

Trecho da ata diz que “o Copom decidiu elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 15,00% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”. “Em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, completa.

O centro da meta de inflação perseguida pela autoridade monetária é de 3%, podendo oscilar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).

Na véspera, o BC divulgou o Boletim Focus, com projeções econômicas do mercado financeiro, mostrando que a mediana do mercado financeiro para a projeção de inflação baixou de 5,25% para 5,24%, ou seja, apesar da queda, segue acima do teto da meta.

Ata do Copom mantém cautela sobre ambiente econômico

Apesar do tom mais ameno, o BC manteve a avaliação de que o ambiente econômico permanece adverso. O cenário internacional ainda é marcado por incertezas, como os rumos da política fiscal dos Estados Unidos, tensões geopolíticas no Oriente Médio e instabilidade nos preços das commodities. Esses fatores têm pressionado os mercados globais e influenciado a volatilidade cambial, exigindo cautela adicional por parte dos países emergentes.

No plano doméstico, os dados de atividade econômica mostram moderação no crescimento, ainda que o consumo das famílias e o mercado de trabalho sigam resilientes. A inflação corrente continua acima da meta e os núcleos inflacionários — especialmente de serviços — permanecem pressionados, sinalizando forte influência da demanda interna.

As expectativas de inflação seguem desancoradas, segundo a ata do Copom, com projeções acima da meta para 2025 (5,2%) e 2026 (4,5%), o que é motivo de preocupação recorrente entre os membros do Comitê. Ainda assim, houve surpresas baixistas recentes nos preços de alimentos e bens industrializados, o que contribuiu para aliviar parte das pressões inflacionárias no curto prazo.

Por essa razão, o Copom também ressaltou que manterá postura vigilante e poderá retomar o ciclo de alta se necessário, caso a inflação volte a se deteriorar.

ICL NOTÍCIAS
https://iclnoticias.com.br/economia/ata-do-copom-sinaliza-pausa-alta-selic/