Justus e Curi respondem a nova ação no Paraná
Mais acusações
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Ministério Público do Trabalho (MPT) interditou um alojamento de operários da construção civil por falta de higiene em Ribeirão Preto (SP). A construtora Croma foi obrigada a realojar em hotéis da região os 280 trabalhadores que estavam hospedados nas acomodações, o que deverá ser feito ainda nesta quinta-feira (10).
Há duas semanas a construtora Croma foi autuada pelo MPT por manter funcionários em condições de trabalho análogas às de escravos em uma obra da Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU) em Bofete (SP).
A procuradora do MPT Regina Duarte da Silva constatou que os 28 quartos do alojamento estavam “em péssimas condições de conservação e limpeza”, além dos banheiros – sujos e com vazamento da caixa de água – ficarem muito perto dos dormitórios, obrigando os trabalhadores a conviverem com o mau cheiro. Também foram verificados a falta de proteção em fiações, aglomeração de camas, restos de lixo e comida nos quartos, além da ausência de pias, ralos, sabonetes e armários individuais.Em Ribeirão Preto, os funcionários trabalhavam na obra de um condomínio residencial no bairro Vila Virgínia, região oeste da cidade. “Ontem [quarta-feira] queriam levar a gente para dormir em chácara, no chão, mas ninguém quis. Hoje falaram que vão levar a gente para um hotel”, afirmou o operário Antônio Márcio Pereira da Silva, de 23 anos.
“Por não haver um sistema de esgotamento sanitário, acumulava-se no entorno do alojamento resíduos líquidos e sólidos, proveniente do esgoto, o que mais uma vez confere precárias condições de higiene ao local. Não houve alternativa senão a interdição do alojamento”, afirma a procuradora.
Os operários de Ribeirão não poderão voltar ao alojamentoa até a empresa sanar todas as falhas na infraestrutura.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Ribeirão Preto, Carlos Miranda, também esteve no alojamento e constatou a falta de condições. “Melhor do que isso aqui nós já fechamos. Estão precariamente aqui, tem quase um dedo de pó no chão, terra solta”, disse.
Outro alado
Por meio de nota, a construtora Croma informou que, após constatadas as irregularidades, ela se prontificou a realizar as mudanças e melhorias. Segundo a empresa, os trabalhadores estão hospedados em hotéis de Ribeirão Preto e Sertãozinho e a reforma do alojamento já foi iniciada e está em fase final.
O Brasil caminha para políticas mais complexas do que a simples transferência de renda e o próximo alvo, com o pacote social a ser lançado no final de semana pelo governo, será a primeira infância, que sofre duas vezes mais com a pobreza do que a média dos brasileiros.
Há um ano e meio trabalhando no plano que a presidente Dilma Rousseff anunciará em pronunciamento no domingo, o subsecretário de Ações Estratégicas da Presidência, Ricardo Paes de Barros, argumenta que atender a faixa populacional que mais sofre com a pobreza -crianças de até 6 anos- representa uma enorme economia para o país no médio e longo prazo.
Segundo os dados da secretaria, a extrema pobreza no Brasil atinge 8 por cento da população, mas chega a 16 por cento entre crianças nesta faixa etária.
“No Brasil você tem uma desigualdade intergeracional em que os idosos são muito pouco pobres e as crianças são muito pobres”, disse à Reuters Paes de Barros, doutor em economia e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Entre as razões está o fato de o país ter construído um sistema previdenciário que garante a todos os idosos um salário mínimo. Já as famílias com crianças nesta faixa etária em geral estão entrando no mercado de trabalho, são mais vulneráveis ou têm maior número de filhos.
TRASFERÊNCIA DE RENDA
“Quando você olha para o benefício do Bolsa Família (de até 306 reais), ele é pequeno se comparado ao salário mínimo (hoje em 622 reais), que é o benefício recebido pelo idoso no Brasil… Por isso, é preciso mais transferência de renda para crianças pequenas”, afirmou ele, citando o que deve ser um dos pontos fortes do novo programa.
“O momento do ciclo de uma família em que ela é mais vulnerável é quando ela tem uma criança”, completou.
O programa para a primeira infância, segundo Paes de Barros, é possível porque o Bolsa Família e o Brasil Sem Miséria já “pavimentaram o caminho”. Ao mesmo tempo, é bastante mais complexo, porque envolve auxiliar famílias a garantir boas condições de desenvolvimento das crianças e ter médicos e assistentes de saúde disponíveis.
O pacote incluirá atendimento à gestantes, recém-nascidos e pais, auxílio para complementação nutricional e creches que permitam que a mãe possa se integrar no mercado de trabalho.
“Uma das formas de resolver o problema da pobreza é permitir que mães jovens possam trabalhar”, disse.
Nesta área, além de planejar a construção de novas creches -Dilma prometeu na campanha 6 mil novas unidades até 2014-, o governo quer garantir, por meio de convênios com as prefeituras, vagas para crianças pobres em creches privadas.
“Você vai pegar as creches que já tem e dar um incentivo para elas receberem crianças pobres”, disse.
Segundo Paes de Barros, apenas 20 por cento das crianças entre zero e 3 anos estão em creches. Entre crianças pobres, o índice não ultrapassa 4 por cento. “Precisamos dobrar estes números”, disse.
A revista econômica Forbes listou a presidente Dilma Roussef como uma das 20 mães mais poderosas do mundo. O ranking baseou-se na lista anual da publicação das 100 mulheres mais poderosas do mundo e foi publicado na quinta-feira (10).
A lista é encabeçada pela secretária de estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, e leva em consideração a influência e o poder das decisões financeiras dessas mulheres ao redor do globo.
Além de Dilma e Hillary, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, a primeira-dama norte-americana Michelle Obama e a cantora Beyonce Knowles também aparecem na lista.