por master | 08/05/12 | Ultimas Notícias
A Câmara pode votar nesta semana uma alternativa ao fator previdenciário, regra segundo a qual o trabalhador que se aposenta antes da idade mínima recebe proporcionalmente menos na aposentadoria. O fator também leva em conta o tempo e a alíquota de contribuição para a Previdência, e a expectativa de vida da população brasileira.
A Câmara de Negociação sobre Desenvolvimento Econômico e Social, grupo criado na Casa para discutir propostas de interesse de trabalhadores e empregadores, chegou a um consenso sobre o tema. O grupo defende a votação nos próximos dias de uma emenda que substitui o Projeto de Lei 3299/08, do Senado. A urgência da matéria foi aprovada na semana passada e teve o aval do presidente da Câmara, Marco Maia, ainda que ele não tenha se comprometido a colocar a proposta em votação sem um acordo com o governo. “Queremos que essa urgência sirva de estímulo para a negociação, porque se não tocarmos no assunto não sai um acordo, nem uma regra mais justa para os trabalhadores”, declarou.
Nova opção
O texto a ser votado mantém o fator previdenciário, mas cria uma alternativa ao trabalhador: a soma da idade com o tempo de contribuição. Seriam 85 anos para mulheres, e 95 para homens. Para cada ano que faltar nessa soma, o aposentado perderia 2% de seu benefício. Dessa forma, um homem que comece a trabalhar e contribuir para a previdência aos 18 anos poderá se aposentar antes aos 57 anos, sem redução, se tiver contribuído por todo esse tempo. “É um ganho para o trabalhador. Estamos criando uma opção melhor, principalmente porque os 30% piores salários seriam descartados”, defendeu o deputado Ademir Camilo (PSD-MG), que é presidente da União Geral dos Trabalhadores em Minas Gerais.
Pela proposta, o trabalhador poderá escolher entre o fator previdenciário e a nova regra, que busca retirar a expectativa de vida da equação e lidar com duas críticas à base de cálculo em vigor. A primeira delas é que o fator penaliza quem começa a trabalhar muito cedo, geralmente a parte mais pobre da população, e a outra é que o mecanismo não impediu que empregados se aposentassem mais cedo, como o governo admitiu em audiência na Câmara.
Por isso mesmo, o grupo propôs um estímulo para quem continuar trabalhando, 2% a mais no benefício para cada ano de contribuição extra. Em qualquer hipótese, será necessário o cumprimento de um dos requisitos para a aposentadoria: 30 anos de contribuição ou 60 anos de idade para mulheres e 35 de contribuição ou 65 de idade para homens.
Proteção ao trabalhador
O grupo também chegou a um consenso de que o trabalhador que está a menos de um ano de se aposentar, por idade ou contribuição, precisa de uma proteção. O texto prevê a obrigatoriedade de o empregador pagar a contribuição previdenciária do operário pelos meses que faltam, caso venha a demiti-lo.
Falta definir apenas um ponto nas negociações, em quantas parcelas seria feito esse pagamento. De uma única vez, como querem os trabalhadores, ou em 12 parcelas, como querem os empregadores. Ademir Camilo acredita que a proposta final seja intermediária.
Reforma
Na opinião do deputado Jorge Corte Real (PTB-PE), que foi o relator do tema como representante dos empresários, o texto a ser votado ainda não é o ideal, porém foi o possível dentro das negociações para resolver as pendências do fator previdenciário. “O deficit da Previdência continua a preocupar, e essa proposta não toca nisso. Precisamos de uma reforma mais ampla, mas enquanto ela não vem, pelo menos faremos uma regra mais justa para os trabalhadores”, disse.
Íntegra da proposta:
Reportagem – Marcello Larcher
Edição – Marcelo Oliveira
por master | 08/05/12 | Ultimas Notícias
Antes da votação, às 15h30, os líderes se reúnem no gabinete da Presidência para definir a pauta da semana.
O Plenário pode votar nesta terça-feira (8), em sessões extraordinárias, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo (438/01). Sete medidas provisóriastrancam a pauta das sessões ordinárias.
O texto da PEC foi aprovado em primeiro turno em agosto de 2004 e, desde então, aguarda votação em segundo turno. A proposta prevê a expropriação de propriedades rurais ou urbanas onde for constatado trabalho escravo.
Segundo o texto, o proprietário não terá direito a indenização, e os bens apreendidos serão confiscados e revertidos em recursos de um fundo cuja finalidade será definida em lei. A regra já existe para os locais onde for constatada a produção de plantas psicotrópicas.
Desde março deste ano, funciona na Câmara a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Trabalho Escravo, criada para investigar denúncias sobre essa prática com base na chamada “lista suja” elaborada pelo Ministério do Trabalho. Constam da lista 291 empregadores acusados de explorar mão de obra sem respeito aos direitos trabalhistas ou humanitários.
A CPI é presidida pelo deputado Cláudio Puty (PT-PA). O relator é o deputado Walter Feldman (PSDB-SP).
Apoio de artistas
Às 11 horas, artistas entregarão ao presidente da Câmara, Marco Maia, um documento assinado por mais de 60 artistas e intelectuais em apoio à PEC do Trabalho Escravo. O abaixo-assinado será entregue a Marco Maia no auditório Nereu Ramos. Entre os artistas que devem participar da entrega estão a atriz Letícia Sabatella e os atores Marcos Winter e Osmar Prado.
Álcool e pesca
Nas sessões ordinárias do Plenário, destaca-se a Medida Provisória 554/11, que autoriza a criação de uma linha de crédito para estocagem de álcool combustível.
O relator da MP, deputado Heleno Silva (PRB-SE), adiantou que vai incluir no texto a previsão de recursos para a renovação da frota de barcos pesqueiros, no âmbito do Programa Nacional de Financiamento da Ampliação e Modernização da Frota Pesqueira Nacional (Profrota Pesqueira). O programa financia a compra e a construção de equipamentos pelos pescadores.
Segundo ele, já existe acordo com o governo para essa alteração. Outras duas mudanças pretendidas pelo relator são a prorrogação de subsídios para os produtores de cana-de-açúcar e a renegociação das dívidas dos produtores rurais do Nordeste.
Tributo
Sobre o mesmo tema, a MP 556/11 aumenta o teto de cobrança da Cide-Combustíveis incidente no álcool de R$ 37,20 por m³ para R$ 602 por m³. A intenção do governo é aumentar sua margem de manobra para forçar as usinas a estocarem mais álcool na safra e evitar saltos de preço na entressafra.
O valor efetivo do tributo para esse combustível será determinado por decreto, permitida sua diminuição e recomposição até o teto. Atualmente, a contribuição do álcool está zerada.
Confira as outras MPs com prazo de tramitação vencido:
– 557/11, que institui o Sistema Nacional de Cadastro, Vigilância e Acompanhamento da Gestante e Puérpera [mulher que deu à luz recentemente] para Prevenção da Mortalidade Materna;
– 558/12, que altera os limites de três parques nacionais (da Amazônia, dos Campos Amazônicos e de Mapinguari); das florestas nacionais de Itaituba 1, Itaituba 2 e do Crepori; e da Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós – todos situados na região amazônica;
– 559/12, que autoriza as Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras) a adquirir o controle acionário (51% das ações) da Celg Distribuição S.A. (Celg D);
– 560/12, que abre crédito extraordinário de R$ 40 milhões para o Ministério da Defesa recuperar a Estação Comandante Ferraz, base brasileira de pesquisa na Antártica atingida por um incêndio no dia 25 de fevereiro deste ano;
– 561/12, que transfere a propriedade de imóveis financiados pelo programa Minha Casa, Minha Vida para a mulher em caso de separação, divórcio ou dissolução de união estável.
Íntegra da proposta:
Reportagem – Eduardo Piovesan
Edição – Pierre Triboli
por master | 08/05/12 | Ultimas Notícias
Adotar para o FGTS, o FAT e a poupança as mesmas taxas de juros de longo prazo praticadas pelo mercado. A proposta, apresentada pelo economista Pérsio Arida, um dos formuladores do Plano Real, em seminário no ano passado, no Rio de Janeiro, foi endossada nesta segunda-feira (7) em Plenário pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR). O parlamentar comparou as taxas de juros do mercado com a remuneração do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e da poupança. Alvaro Dias comentou a decisão do governo alterar as regras de rendimento da poupança e disse faltar ousadia do governo em relação aos bancos.
– A sugestão de Pérsio Arida é tão singela quanto inovadora. O resultado seria a multiplicação do patrimônio dos trabalhadores, um aumento considerável da poupança doméstica e a redução de tributos, como Pis/Pasep – explicou o parlamentar, segundo o qual o economista propõe “promover o bem geral em detrimento de privilégios localizados, uma vez que, hoje, os mecanismos de crédito dirigido penalizam fortemente os trabalhadores”.
A proposta foi apresentada no seminário A Nova Agenda – Desafios e Oportunidades para o Brasil, realizado no final de 2011, no Rio de Janeiro.
– Esse governo foi mais ousado do que os outros. Mas ousadia com os pequenos? Eu prefiro a ousadia diante dos grandes, dos poderosos. Não gostaria de dizer que ousadia em excesso em relação aos pequenos é covardia, mas certamente diria que ousadia em relação aos poderosos é grandeza – afirmou Alvaro Dias.
No seminário, segundo o senador, Arida afirmou que ter “convicção de que essas mudanças gerarão redução nas taxas de juros praticadas pelo Banco Central, melhorarão a distribuição de renda e aumentarão a poupança doméstica e, portanto, o potencial de crescimento do país”.
O senador disse que Arida chamou atenção para a importância dos três sistemas, que são as principais fontes públicas de crédito. A poupança lastreia os empréstimos do Sistema Financeiro de Habitação, o FGTS provê boa parte dos empréstimos da Caixa Econômica Federal e de alguns outros bancos oficiais e os recursos do FAT, que é um fundo de natureza contábil, abrange parte das operações de empréstimo do BNDES e programas governamentais do Banco do Brasil e do Ministério do Trabalho.
“Eles são formas de captação baratas, ou seja, que são emprestadas com recursos abaixo do praticado no mercado. Tais fundos fornecem recursos a baixo custo a apenas alguns grupos eleitos e remuneram mal a massa de trabalhadores e poupadores brasileiros”, afirmou Alvaro Dias citando as palavras de Arida na ocasião.
por master | 08/05/12 | Ultimas Notícias
O México está entre os países com o menor salário da América Latina, apontou o estudo “Violência econômica contra os trabalhadores mexicanos” da Universidad Obrera, localizada no país.
Segundo o relatório, enquanto a maioria das nações latino-americanas vem conseguindo promover uma política de recuperação gradual de seus salários, a economia do México observa uma diminuição drástica neste quesito.
O texto ainda aponta que os mexicanos chegam a receber até quatro vezes menos que os argentinos e a perspectiva de aumento nos salários mínimos no país nos próximos três anos varia entre 4% e 5%, o que é considerado pouco — no Brasil a expectativa é de 12,5% no mesmo período.
Essa situação explica em grande parte o empobrecimento de sua população, apontou a Universidad Obrera em seu documento. O México, junto com Honduras, ocupa os primeiros lugares no aumento da pobreza entre os países da região.
por master | 08/05/12 | Ultimas Notícias
Quando o investimento inicial é de R$ 10 mil ou menos, as administradoras cobram taxas de administração mais altas – pior para o pequeno investidor
A sensação é de procurar uma agulha no palheiro. Levantamento no site Como Investir, da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), mostra que apenas 12 de 592 fundos de renda fixa e DI têm taxa de administração de até 1,5% ao ano para aplicações iniciais de até R$ 10 mil. Isso representa apenas 2,06% do total. Ou seja, a nova poupança ainda bate 98% dos fundos.
São esses os fundos que, com a nova remuneração da poupança, vão render mais que a caderneta, se a Selic recuar para 8,5% ao ano. Segundo o site www.comdinheiro.com.br, os fundos com taxa de administração de até 1,34% ao ano serão mais vantajosos que a caderneta, para uma aplicação pelo período de um ano. “Os fundos realmente jogam as taxas de administração lá em cima quando se trata de pequenos investidores. É difícil encontrar alternativas de até 1,5% no mercado para valores menores”, afirma a professora da Fundação Getulio Vargas Myrian Lund.
Dos 12 fundos encontrados, seis são da Caixa, que acaba de reduzir as taxas de seus fundos. A iniciativa ocorreu depois da redução das taxas de juros de crédito nos bancos oficiais, política defendida pela presidente Dilma Rousseff. São quatro alternativas de renda fixa: em duas delas, a aplicação inicial é de R$ 50, com taxa de 1,5%; em outra, a taxa é de 1,4% para investimentos a partir de R$ 100. Quem tem R$ 10 mil consegue taxa menor, de 1%. Nos fundos DI, a taxa é de 1,50% (com investimento inicial de R$ 50) ou de 1% (para aplicações iniciais de R$ 2,5 mil).Caixa
No Banco do Brasil, a taxa de 1,5% só vale para quem tem pelo menos R$ 30 mil. Mas o banco deve anunciar na próxima semana mudanças em suas taxas.
Dos seis fundos restantes, três são fundos de renda fixa do Citibank, com taxas de administração de 0,8%, 1,5% e 1,5%, para aplicações mínimas de R$ 5 mil, R$ 5 mil e R$ 10 mil. As outras três opções são Plural Capital Yield FI REF DI, com taxa de 0,3% para investimentos a partir de R$ 3 mil, BNY Mellon ARX Referenciado DI LP, com taxa de 0,5% e sem aplicação mínima, e o Órama Cash DI, com taxa de 0,3% e aplicação a partir de R$ 5 mil.
“Com os juros baixos, as pessoas devem fazer um esforço maior para entender os produtos financeiros e escolher a melhor alternativa”, diz o professor da HSM Educação Ricardo Humberto Rocha. Os especialistas lembram que a rentabilidade dos fundos é diária, enquanto na poupança o rendimento ocorre apenas uma vez ao mês, na data de aniversário.
Com os bancos privados pressionados pelo governo para cortar juros e reduzir taxas de administração, a Anbima, que representa a indústria de fundos, divulgou ontem nota dizendo que, com as novas taxas de juros, “é natural que os produtos, serviços e práticas do mercado doméstico também mudem para se adaptar ao novo cenário macroeconômico”. “Nossa indústria está preparada e bem posicionada para atender às demandas dos investidores brasileiros frente aos novos patamares de taxas de juros”, diz a nota.