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Retroativo da revisão do INSS de até R$ 15 mil já está disponível

Retroativo da revisão do INSS de até R$ 15 mil já está disponível

 

O Ministério da Previdência Social informou nesta quarta-feira (2) que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) antecipou o pagamento da segunda parcela da revisão pelo teto para os segurados com direito a receber valores atrasados que estão na faixa entre R$ 6.000,01 e R$ 15 mil.

Os valores se referem à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) do início de 2011, que reconheceu o direito à revisão e ao pagamento de atrasados de 154 mil aposentados prejudicados pelas emendas 20/1998 e 41/2003. Na época, as emendas mudaram o teto do INSS, prejudicando quem contribuiu acima da cota máxima da Previdência e se aposentou. Além de corte nos benefícios, o segurado não teve direito à revisão dos ganhos.

O pagamento desta segunda cota – que antes estava previsto para o dia 31 de maio – está disponível na rede bancária a partir desta quarta-feira (2), acrescentou o governo federal. O valor total investido pelo INSS no pagamento de 30.835 benefícios do segundo lote da revisão pelo teto é de R$ 280 milhões.

O cronograma de pagamento das diferenças referentes à revisão do teto prevê a liberação do terceiro lote para os segurados que têm direito a receber entre R$ 15.000,01 e R$ 19 mil em 30/11/2012; e em 31/01/2013 para os créditos superiores a R$ 19 mil.

Os segurados que tinham direito a receber valores até R$ 6 mil já tiveram o benefício liberado no ano passado.

 

Retroativo da revisão do INSS de até R$ 15 mil já está disponível

Futuro dos trabalhadores exige luta e solidariedade

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgou nota saudando a categoria e os demais trabalhadores brasileiros neste 1º de Maio. No texto, a entidade sindical reafirma “a necessidade da luta coletiva e unitária como alternativa de superação de dilemas históricos nas relações entre capital e trabalho”. E conclama os trabalhadores à luta para “combater a onda de desregulamentação e precarização das profissões e das relações trabalhistas”.
“As lutas pelo estabelecimento de um piso salarial nacional para a categoria, pelo respeito à regulamentação da profissão, com a volta da exigência do diploma, de combate às práticas antissindicais de demissão e/ou afastamento de dirigentes, bem como de combate à crescente violência contra jornalistas e ao cerceamento à liberdade de expressão são necessárias e exigem respostas urgentes das autoridades brasileiras”, diz a nota.
A Fenaj defende ainda a democratização da comunicação, com a consequente aprovação de um novo marco regulatório do setor, como fundamental para aperfeiçoar e aprofundar a democracia brasileira e dar voz à classe trabalhadora.
Outra perspectiva
Para a Fenaj, “a preservação e ampliação dos direitos dos trabalhadores no Brasil é bandeira de luta que requer o protagonismo e a solidariedade dos que clamam por melhores condições de vida e por uma outra perspectiva de sociedade que não a barbárie da fome, da miséria, da violência e da exploração, que subjugam a dignidade humana”.
E avalia a realidade dos jornalistas brasileiros, destacando “a necessidade de reafirmar a importância do seu trabalho como condição para assegurar à sociedade o direito fundamental de acesso à informação de relevante interesse público com qualidade”.
A nota critica o patronato, a quem atribui a situação de arrocho salarial, superexploração do trabalho e o desrespeito a direitos básicos dos jornalistas.
De Brasília
Márcia Xavier
Retroativo da revisão do INSS de até R$ 15 mil já está disponível

Dia do Trabalhador: superando a desvalorização

 

Ele cata lixo. Ela varre a escola onde a filha do catador de materiais recicláveis estuda. O marido da zeladora sai às ruas todos os dias para consertar o carro do cidadão, que refém do medo fecha o vidro para o rapaz que quer limpar o vidro do carro. O flanelinha, por sua vez, junta plástico e papelão para seu amigo catador. A historinha é fictícia, mas serve para ilustrar o contexto socioeconômico do país, que ainda teima em desvalorizar algumas profissões, tratando-as como invisíveis.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2000 para 2010, os profissionais com carteira de trabalho assinada aumentaram sua participação no contingente de empregados do país: saíram de 54,8% para 63,9%. Enquanto isso, no mesmo período, os sem carteira — 17,4 milhões — recuaram de 36,8% para 28,5%.
Mesmo com o crescimento do mercado de trabalho, registrando 39,1 milhões de trabalhadores formalizados, algumas profissões ainda sofrem com a desvalorização e até mesmo com o estigma.
Nesta categoria entram os empregados domésticos, que são mais de sete milhões de pessoas, sendo 93% mulheres. Um número, entretanto, assusta: só 23% têm carteira assinada. Por isso, vale o registro, é importante conscientizar, o patrão e o empregado.
O primeiro deve saber que para ter um funcionário no próprio lar, as obrigações são praticamente as mesmas de manter um empregado de uma empresa ou escritório, ou seja, férias, 13º salário e licença-maternidade, para citar alguns. Já a empregada tem que procurar se inteirar sobre seus direitos. Doméstica não é um sinônimo de escravidão, é profissional, faz o seu serviço e tem os mesmos direitos de qualquer outro trabalhador.
Felizmente, alguns avanços sociais e econômicos já despontam no cenário nacional, trazendo o profissional do lar à categoria de trabalhador formalizado e reconhecido por sua atuação, zelando pelo patrimônio físico e familiar do empregador. Ainda é um longo caminho a ser percorrido, é verdade, porém, alguns passos estão sendo dados.
O incômodo causado, por exemplo, pelo flanelinha que tenta limpar os vidros do carro do cidadão brasileiro é outro sintoma da indigestão social que assola a sociedade brasileira. Descontando o medo que estes trabalhadores causam nos motoristas, ainda sobra o preconceito e a intolerância de muitos, inconformados com os andrajos e as unhas sujas que arranham o símbolo de um consumo. Em resumo, não há vilões neste quadro, mas com certeza há vítimas.
Além de políticas que visam a inserção social daqueles que estão sempre a margem da sociedade, é necessário tolerância, o exercício do amor ao próximo e, se isso for muito difícil, que seja posto em prática, pelo menos o respeito ao direito civil, este ainda é para ser visto com isonomia.
 

 

Retroativo da revisão do INSS de até R$ 15 mil já está disponível

Emprego que alimenta sonhos

Emprego que alimenta sonhos

No Dia do Trabalho, quatro funcionários contam como as atividades diárias os aproximam de objetivos maiores

Levina, Silvana e Marisa veem no trabalho um significado a mais. Para elas, o emprego não se resume a remuneração e está longe de ser uma obrigação. É algo que fazem com prazer e que as coloca perto de um sonho: estudar na universidade, viajar de avião ou trabalhar com artes cênicas. Elas sabem que têm um caminho longo pela frente, mas, no dia a dia na universidade, no aeroporto e no cinema, sentem-se cada vez mais próximas da realização.

Silvana Cardoso do Ro­­sário, de 34 anos, é encarregada da limpeza no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais. Trabalhando há quase quatro anos no aeroporto, ela sabe de cor onde ficam as companhias aéreas, já entrou várias vezes nas salas de embarque, ouve diariamente diferentes sotaques e vê o vaivém de passageiros com malas. Nos intervalos do trabalho, confere de longe o pouso e a decolagem dos aviões. E sonha: um dia ainda vai viajar de avião.

Brasileiro está insatisfeito com trabalho

A maioria dos brasileiros parece viver uma realidade distinta da dos funcionários que projetam seus sonhos no trabalho. Pesquisas de opinião realizadas por diferentes institutos mostram que boa parte dos brasileiros está insatisfeita com seu emprego.

No ano passado, a empresa de consultoria em gestão de talentos e carreira Right Management questionou cerca de 6 mil pessoas sobre a satisfação com o trabalho. Do total de entrevistados, 48% responderam estar infelizes. Em outra pesquisa, elaborada pela International Stress Management Association no Brasil, o índice de realização na vida profissional foi ainda menor: somente 24% dos entrevistados no país se disseram satisfeitos.

O Brasil se destaca negativamente na comparação com outros países. Em 2010, uma pesquisa feita pela Philips com mais de 30 mil pessoas de 23 países apontou que o brasileiro era o segundo mais insatisfeito com o emprego e o salário. O índice de insatisfação era liderado pelos japoneses. Já em Curitiba, o cenário é outro com relação ao rendimento. Um levantamento feito pelo instituto Paraná Pesquisas em janeiro de 2012 mostrou que 60% dos curitibanos estão total ou parcialmente satisfeitos com o salário atual.

“No final do trabalho, compro um sorvete e fico olhando os aviões no pátio e imaginando que um dia eu vou viajar num daqueles”, planeja Silvana. “Às vezes, quando estou entrando na sala de embarque, também fico na fila imaginando que um dia vou estar com minha malinha na mão”, revela.

Silvana chegou perto do sonho em julho do ano passado, quando pretendia ir a Londrina, no Norte do Paraná, visitar parentes. Ela até comprou uma mala para viajar, mas parou para calcular o valor da passagem e, no final das contas, resolveu não ir. “A mala está guardada em cima do guarda-roupa, nunca usei.” Enquanto isso, mantém a lembrança de quando viu um avião por dentro durante a limpeza da plataforma.

Já para o colega Antônio da Silveira, de 58 anos, que trabalha como servente de limpeza no aeroporto, a curiosidade era conhecer a sala de embarque. “Às vezes, a gente tem um sonho e pensa que nunca vai realizar, mas, de uma maneira ou de outra, a gente chega lá.” Hoje, as salas são os locais de trabalho de Silveira, que nunca viajou de avião. Ele acha, porém, que não passará pela experiência tão cedo, já que a esposa tem medo de voar.

Os trabalhadores que sonham parecem não ter pressa. Responsável pela portaria de um dos prédios da Universidade Federal do Paraná, Levina Costa, 46 anos, sabe que, antes de realizar o sonho de entrar no ensino superior, terá um longo caminho nos estudos. “Estou terminando o ensino médio e devo concluir até outubro. Depois quero prestar um vestibular e fazer um cursinho para frente”, afirma.

Um dos desejos de Levina é ser professora. O gosto pelos estudos vem das dificuldades vividas na infância, quando teve que parar de estudar aos 10 anos. Só conseguiu voltar à sala de aula aos 30. O contato diário com professores e alunos alimenta o sonho de Levina: “Vejo todo mundo aqui estudando e isso me dá mais força para continuar”.

Escolha certeira

Já o sonho da operadora cinematográfica Marisa Pereira da Silva, de 47 anos, natural do Piauí, é alimentado pelas projeções na tela. Desde pequena, ela sonhava em ser atriz e seu primeiro emprego foi na portaria de um cinema, em Brasília. Depois de quatro meses, passou para a cabine de projeção. “Para mim, foi a realização porque eu não brilhava, mas fazia as pessoas brilharem”, lembra.

Hoje ela trabalha na capital federal no último drive-in em funcionamento no país, no qual a plateia assiste ao filme de dentro do carro. A operadora ainda gostaria de ser atriz, mas acha que o “tempo está passando” e nesse percurso descobriu novas paixões. “É uma satisfação tremenda trabalhar no drive-in, sou apaixonada por isso”, diz Marisa, que logo corre para retirar a fita do projetor, sem tirar seu sonho da tela.

Retroativo da revisão do INSS de até R$ 15 mil já está disponível

Até 25 mil casos de câncer por ano têm ligação com o trabalho, mostra estudo

Documento recomenda eliminar exposição aos agentes causadores para reduzir o número de tumores malignos

Dos 500 mil casos de câncer registrados todos os anos, pelo menos entre 20 mil e 25 mil estão relacionados à ocupação do paciente. Um levantamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca) lista 19 tipos de tumores malignos – entre eles os de pulmão, pele, fígado, laringe e leucemias – que podem ser provocados pela exposição a produtos químicos e falta de equipamentos de segurança adequados. Os dados fazem parte do estudo Diretrizes para vigilância do câncer relacionado ao trabalho, divulgado ontem.

Essa estimativa pode ser conservadora – leva em conta pesquisas europeias, que apontam que 4% dos novos tumores são ligados à ocupação. “Considerando o ambiente de trabalho, maquinários obsoletos, processos ultrapassados, os trabalhadores brasileiros estão ainda mais expostos que os europeus. Em alguns tipos de tumor, podemos trabalhar com uma proporção de 8% a 16% dos novos casos”, ressalta Ubirani Otero, coordenadora do estudo e responsável pela Área de Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho e ao Ambiente do Inca.

Agentes de risco

Confira a lista completa de possíveis causadores de tumores a que profissionais estão expostos no ambiente de trabalho:

Ácido sulfúrico, acrinonitrila, agrotóxicos, amianto, aminas aromáticas, antineoplásicos (quimioterápicos), arsênico, asfalto, benzeno, benzidina, butadieno, cádmio, campos magnéticos, chumbo, compostos halogenados, compostos orgânicos voláteis, cloreto de vinila, cromo, dioxinas, emissão de forno de coque e de gases combustíveis, epicloridina, estireno, formaldeído, fuligem, fumo, hormônios, HPA (hidrocarboneto policíclico aromático), herbicidas, inseticidas não arsenicais, manganês, mercúrio, níquel, óleos, ondas e campos eletromagnéticos, óxidos de metais, petróleo, radiação, sílica, solventes, urânio, vapores de combustíveis fósseis, poeira de (metais, madeira, couro, cimento, cereais, tecidos, construção civil, carvão, quartzo e cimento) e gases de (amônia, óxido de nitrogênio, dióxido de cloro e enxofre).

O documento recomenda, como principal estratégia para a redução do número de tumores malignos, a eliminação da exposição aos agentes causadores. Além de listar os cânceres ligados ao trabalho, relaciona os produtos cancerígenos e a atividade econômica a que está ligado, como a de cabeleireiros, agricultores profissionais, da construção civil, indústria do petróleo, entre outras.

Aponta ainda a dificuldade de se obter dados a respeito da ocupação dos pacientes. Ubirani levantou, por exemplo, estatísticas sobre câncer de bexiga, a partir do cadastro Integrador de Registros Hospitalares de Câncer, entre 2008 e 2010. Nesse período, hospitais relataram 2.426 casos da doença – em 46,2% não havia informações sobre o tipo de trabalho exercido.

“Não basta saber a ocupação atual, mas também a atividade pregressa. Só com informações corretas vamos conseguir relacionar câncer à ocupação. O Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde) tem apenas 128 registros de câncer relacionado ao trabalho. É preciso melhorar esse dado”, afirma Ubirani. O estudo propõe a adoção de um questionário ampliado sobre a ocupação e o tempo de serviço na atividade de risco.

O professor de Epide­mio­logia da Universidade de São Paulo Victor Wünsch defende que o governo defina metas para a redução dos riscos no trabalho. “Desses casos ligados à ocupação, estima-se que metade sejam pacientes com câncer de pulmão. É extremamente grave porque não temos tratamentos eficazes, até o momento, para esse câncer. Temos de fazer a prevenção desses casos”, afirmou.