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Ministra, Gleisi Hoffmann, diz que interrompe reuniões com Dilma para falar com filhos

Ministra, Gleisi Hoffmann, diz que interrompe reuniões com Dilma para falar com filhos

Há 11 meses no comando da Casa Civil, considerado um dos ministérios mais importantes do governo Dilma, a ministra Gleisi Hoffmann teve de abrir mão de passar tempo livre com os filhos. Casada com o também “ocupado” ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, Gleisi tem dois filhos: João Augusto, de 10 anos, e Gabriela Sofia, de 6 – confira no vídeo ao lado trechos da entrevista exclusiva aoG1.

Para compensar a rotina de mais de dez horas de trabalho por dia, Gleisi diz que sempre atende os telefonemas das crianças, até mesmo em reuniões de trabalho com a presidente Dilma Rousseff.

“Outro dia eu estava numa reunião com a própria presidente Dilma, e o João Augusto me ligou. Quando ela viu que era meu filho telefonando, disse: ‘Pode atender, é filho. Eu também sempre atendia a Paula e atendo até hoje'”, contou. Paula é a única filha da presidente.

Por ocasião do Dia das Mães, Gleisi Hoffmann recebeu o G1 no gabinete para falar de gravidez e de como concilia o trabalho de ministra com a maternidade (uma parte da entrevista fez parte do infográfico “Gravidez na real“, publicado na sexta-feira, 11, com depoimentos de nove mães famosas sobre a experiência de gerar uma vida).

Na entrevista, Gelisi conta que não consegue mais levar os filhos à escola e nem sempre pode brincar ou fazer lição de casa com eles. A ministra chega questionar se vale a pena dedicar tanto tempo ao trabalho e dar menos atenção aos filhos.

“A gente se sente culpada. Será que vale a pena fazer tudo que se está fazendo e às vezes você não poder dar para a sua criança, para os seus filhos, a atenção que muitas vezes você dá numa reunião de trabalho?”, se pergunta.

Para compensar a ausência, ela afirma que tem um trato com Dilma para comparecer a todas as apresentações das crianças na escola. “Já combinei com a presidente Dilma de ir a todas as peças de teatro e apresentações. É muito triste a criança no palco sem encontrar os pais na plateia.”

Veja abaixo os principais pontos da entrevista com a ministra.

Assim como eu me sinto, a maioria das mulheres que tem filhos e trabalham fora se sentem. De ter menos horário, menos tempo pras crianças. A gente se sente culpada. Será que vale a pena fazer tudo que se está fazendo e às vezes você não poder dar para a sua criança, para os seus filhos, a atenção que muitas vezes você dá numa reunião de trabalho?”

Ministra Gleisi Hoffmann

G1 – Como a sra. explica a falta de tempo dedicado às crianças? Elas têm noção do papel de ministra da Casa Civil?

Gleisi Hoffmann – Eu acho que eles têm essa noção, sim. Eu procuro nunca ficar falando da importância no sentido do cargo, procuro sempre minimizar isso. Sabem da importância do resultado. O que nós estamos fazendo com a presidenta, o que significa servir ao país. Mas eles sabem que eu sou ministra, dizem pros coleguinhas que eu sou ajudante da Dilma. Então é interessante isso.

G1 – Como foi o processo da gravidez do Carlos Augusto? Foi planejado?

Gleisi Hoffmann – Foi muito bom. Primeiro porque eu queria muito um filho. Foi planejado, foi querido. Segundo porque a gravidez correu de uma maneira muito normal. Tirando que eu engordei muito – mais de 20 quilos – foi legal curtir aquela barriga, falar todo dia com o bebê, fazer os exames, fazer o ultrassom, conhecer, ler muito sobre bebês, sobre filhos, como cuidar da gravidez. Foi um período que eu curti muito. Assim como curti também o período da Gabriela, que eu digo que foi a minha “gestação do coração”. Eu queria um segundo filho e queria que esse segundo filho fosse adotado. Então, ir atrás de informação sobre adoção, conversar na Vara de Família, receber as pessoas que visitaram a minha casa. Enfim, a preparação para ter os dois filhos foi uma preparação muito boa, foi muito feliz. E os dois foram muito queridos.

G1 – A sra. tinha alguma mania durante a gravidez? Desejo por comida?

Gleisi Hoffmann – Eu tinha mania de comer, infelizmente. Desejo específico não, mas eu tinha que estar comendo o tempo inteiro. Adorava doce, sentia vontade de comer doce, almoçava muito. Eu não sei se eu coloquei na minha cabeça – e a minha mãe estimulava e dizia isso – de que eu estava comendo por dois. Eu acabei realmente comendo por dois do meu tamanho, né? Então eu engordei muito. Mas não tinha assim nada de muito diferente. Nunca senti vontades bizarras. Nunca fiz o Paulo [Bernardo, ministro e marido] levantar de madrugada pra comprar alguma coisa pra mim. Não, nunca tive problema e nunca tive vontade.

G1 – Foi difícil perder todo o peso depois da gravidez?

Gleisi Hoffmann – Não, não foi difícil. Eu demorei cerca de um ano pra voltar ao meu corpo normal. Também porque eu não me esforcei logo de início, não coloquei como prioridade retomar o corpo que eu tinha. Então foi muito natural. Voltar a comer as mesmas quantidades e fazer um pouco de exercício. O que foi difícil foi perder a barriga. Não no sentido “a barriga física”, é deixar de ter aquela criança comigo o tempo inteiro. Eu estava tão acostumada. Aonde eu ia, ele estava comigo, eu conversava, falava. Quando ele nasceu eu sentia uma imensa falta. ‘Cadê a minha barriga? Com quem que eu converso?’

G1 – Como foi a preparação para a chegada da criança? Fez os exames, ultrassons? Teve receio de aparecerem complicações? Quis saber o sexo do bebê?

Gleisi Hoffmann – Quis saber. Até porque eu queria me preparar, arrumar o quarto, arrumar o enxoval. Eu acho que era importante escolher o nome, conversar com as pessoas a respeito, saber as características de cuidado de um menino. É diferente de uma menina, então eu queria saber. É claro que com receio todo mundo fica, né? Se vai se fazer um ultrassom, tudo o que você quer é que o seu bebê esteja nas mais perfeitas condições. Eu rezava muito para que isso acontecesse. Eu acho que todo pai e toda mãe faz isso. Mas também estava preparada para aceitar o bebê como ele viesse. Eu queria muito ter aquele filho, estava muito disposta, com muito amor, para acolhê-lo da forma como ele chegasse.

A ministra Gleisi  Hoffmann com a presidente Dilma Rousseff em evento no Palácio do Planalto  (Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil)
A ministra Gleisi Hoffmann com a presidente Dilma
Rousseff em evento no Palácio do Planalto (Foto:
Antônio Cruz / Agência Brasil)


G1 – E a relação com a estética? Se sentiu bem? Pôde fazer luzes no cabelo, por exemplo?

Gleisi Hoffmann – Não fiz, proibiram de tudo. Então, o cabelo ficou sem pintar, a pele ficou manchada, mas eu também estava preparada pra isso. Eu queria ficar grávida e sabia que eu ia ter nove meses de uma vida diferente. E tiveram coisas que compensaram. Por exemplo, você estar gerando um filho, estar numa gestação. Isso é uma coisa muito legal. Foi muito boa. Foi um período muito rico na minha vida. Então compensou tudo o que eu deixei de fazer.

G1 – E como foi o processo de adoção da Gabriela? Como foi recebê-la?

Gleisi Hoffmann – Olha, depois que nasceu o João Augusto, eu sentia que eu tinha muito amor para um filho só. Eu olhava uma criança na rua e eu queria ter aquela criança junto. Eu disse “meu Deus, eu tenho que ter mais um filho porque não é possível: sentir tanto prazer, ter tanta vontade de cuidar de uma criança”. Mas eu conversei muito com o Paulo e aí eu já não tinha o desejo de ficar grávida. Já tinha passado por um período de nove meses, tinha feito o que eu queria fazer, queria ter passado por isso, curti muito, mas achava que na altura da minha vida naquele momento, já não teria mais condições de dispor de um tempo como esse para me dedicar a uma outra gravidez. […] Então nós conversamos muito e chegamos à conclusão de que era melhor adotar. Nós queríamos mais um filho – eu, particularmente, queria muito – e que o melhor caminho seria a adoção. E foi uma “gravidez de coração” de dois anos porque até você arrumar os papéis, conversar na Vara da Infância, da Criança e do Adolescente, receber as visitas, as pessoas realmente verificarem as suas condições. Então foram dois anos de espera para chegar a Gabriela.

G1 – Como é conciliar a vida de ministra com a de mãe?

Gleisi Hoffmann – É muito difícil. Acho que como é para qualquer mãe que trabalha fora. Mudou muito a realidade da maternidade. Antes, as mulheres se dedicavam muito à casa e ao cuidado dos filhos. Estavam muito presentes fisicamente na vida das crianças. Não sei se qualitativamente todas conseguiam estar na mesma intensidade que estavam fisicamente. Mas estavam presentes e isso era uma referência importante. Quando a mulher passa a entrar no mercado de trabalho, muda essa realidade. Então, assim como eu me sinto, a maioria das mulheres que tem filhos e trabalham fora se sentem. De ter menos horário, menos tempo pras crianças. A gente se sente culpada. Será que vale a pena fazer tudo que se está fazendo e às vezes você não poder dar para a sua criança, para os seus filhos, a atenção que muitas vezes você dá numa reunião de trabalho? O que me faz ficar mais tempo no serviço do que ficar com eles? O que que isso vai ocasionar na formação? Então, isso pra mim tem sido muito difícil.



Ministra, Gleisi Hoffmann, diz que interrompe reuniões com Dilma para falar com filhos

Dilma anuncia programa social para famílias com crianças de até 6 anos

 

A presidente Dilma Rousseff anunciou na noite deste domingo (13), em pronunciamento exibido em rede nacional de rádio e televisão, um novo programa social que será voltado para famílias com crianças de 0 a 6 anos.

O Brasil Carinhoso prevê que todas as famílias com pelo menos uma criança nessa faixa etária tenham renda mínima de R$ 70 por integrante. Ou seja, famílias que já recebem o Bolsa Família mas não atingem renda per capita de R$ 70 terão um complemento no benefício para deixar a situação de pobreza absoluta.

O governo considera como extremamente pobres, miseráveis ou na pobreza absoluta as famílias cuja renda mensal por pessoa é inferior a R$ 70.

“É uma ampliação e um reforço muito importante ao Bolsa Família”, disse Dilma sobre o Brasil Carinhoso, anunciado em homenagem ao Dia das Mães. “O Brasil Carinhoso faz parte do grande programa Brasil Sem Miséria que estamos desenvolvendo, com sucesso, em todo território nacional e será a mais importante ação de combate à pobreza absoluta na primeira infância já lançada no nosso país”, afirmou a presidente.

Na semana passada, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, já havia dito ao G1, sem dar detalhes, que Dilma anunciaria um pacote para as mães e para as crianças no Dia das Mães.O programa Brasil Sem Miséria foi lançado em junho do ano passado com a intenção de erradicar a miséria no país. Segundo dados apresentados à época, o governo estima que 16,2 milhões de pessoas no país vivem com menos de R$ 70 por mês.

Creches e saúde

No pronunciamento deste domingo, que durou cerca de sete minutos, Dilma anunciou ainda que o governo vai ampliar o número de creches e os serviços de saúde para ajudar as famílias com crianças pequenas.

Ela afirmou que será lançado um programa para combater a anemia e a deficiência de vitamina A, além do início da distribuição gratuita de remédios contra a asma nas unidades do Farmácia Popular.

Em relação às creches, ela disse que o governo construirá novas unidades e vai estimular convênios com entidades públicas e privadas para “atacar pela raiz a desigualdade”.

Em janeiro, a presidente havia anunciado que o governo prevê investir R$ 7,6 bilhões para abrir 6 mil novas escolas de educação infantil até 2014.

Norte e Nordeste

A presidente destacou ainda que a situação das crianças de 0 a 6 anos é pior no Norte e Nordeste do país, regiões que concentram 78% das crianças em situação de pobreza absoluta – 60% delas estão no Nordeste.

“Regiões mais pobres, crianças mais desprotegidas e mães e pais entregues historicamente a sua própria sorte. A vida das crianças pobres tem melhorado muito nos últimos anos no Brasil. O índice de mortalidade infantil caiu 47,5% no país e 58,6% no Nordeste. Porém, muito ainda precisa ser feito e a situação se agrava em períodos de seca, como ocorre neste momento no Nordeste.”

Em razão disso, a presidente afirmou que o governo terá “máxima atenção” com as crianças dessas duas regiões.

‘Realidade amarga’

Ela também citou que “a faixa de idade onde o Brasil tem conseguido menos reduzir a pobreza é infelizmente a de crianças de 0 a 6 anos”.

“Para um país é uma realidade duplamente amarga. Ter ao mesmo tempo gente ainda vivendo na miséria absoluta e essa pobreza se concentrar com mais força entre as crianças e os jovens.”

Veja abaixo a íntegra do pronunciamento da presidente Dilma Rousseff.

“Queridas mães brasileiras,

Talvez seja essa a primeira vez que, desta cadeira presidencial, alguém faz um pronunciamento no nosso dia, o Dia das Mães.

Não por acaso é também a primeira vez que nosso país tem uma presidenta, uma mulher que é filha, é mãe e avó. Uma mulher que, como a maioria de vocês, já se emocionou nesta data.

Hoje quero dar um abraço cheio de alegria e esperança a todas as mães brasileiras, em especial nas que mais sofrem. Nas que passam sacrifícios para alimentar, criar e educar seus filhos.

Sei que quando uma presidenta fala para as mães mais pobres, todas as outras mães a escutam com a alma e coração. Por isso sei que cada uma de vocês está atenta ao que eu vou dizer.

Não são apenas palavras de conforto que tenho para as mães mais pobres do nosso país. Quero anunciar hoje o lançamento da ação Brasil Carinhoso, que irá tirar da miséria absoluta todas as famílias brasileiras que têm crianças de 0 a 6 anos de idade.

O Brasil Carinhoso faz parte do grande programa Brasil Sem Miséria que estamos desenvolvendo, com sucesso, em todo território nacional e será a mais importante ação de combate à pobreza absoluta na primeira infância já lançada no nosso país.

O nome da ação diz tudo: Brasil Carinhoso. É um Brasil cuidadoso, um Brasil que cuida bem do seu bem mais precioso, as nossas crianças. Que tem carinhoso e amor por elas.

Todos sabem que a principal bandeira do meu governo é acabar com a miséria absoluta no nosso país. Mas nem todos sabem que historicamente a faixa de idade onde o Brasil tem conseguido menos reduzir a pobreza é infelizmente a de crianças de 0 a 6 anos.

Para um país é uma realidade duplamente amarga. Ter ao mesmo tempo gente ainda vivendo na miséria absoluta e essa pobreza se concentrar com mais força entre as crianças e os jovens.

A concentração da pobreza é igualmente cruel regionalmente. Pois é no Nordeste e no Norte onde ela está mais presente. 78% das crianças brasileiras em situação de pobreza absoluta vivem nessas duas regiões e 60% delas estão no Nordeste. Ou seja, regiões mais pobres, crianças mais desprotegidas e mães e pais entregues historicamente a sua própria sorte.

A vida das crianças pobres tem melhorado muito nos últimos anos no Brasil. O índice de mortalidade infantil caiu 47,5% no país e 58,6% no Nordeste. Porém, muito ainda precisa ser feito e a situação se agrava em períodos de seca, como ocorre neste momento no Nordeste.

Por estas razões, o Brasil Carinhoso, mesmo sendo uma ação nacional, vai olhar com a máxima atenção para as crianças dessas duas regiões mais pobres do país, para o Norte e para o Nordeste.

Como outros programas do Brasil Sem Miséria, ele será uma parceria dos governos federal, estaduais e municipais e terá três eixos principais.

O primeiro, e muito importante, vai garantir uma renda mínima de R$ 70 a cada membro das famílias extremamente pobres, que tenham, pelo menos, uma criança de 0 a 6 anos. É uma ampliação e um reforço muito importante ao Bolsa Família. Isso, aliás, tem sido uma prática bem sucedida do Brasil Sem Miséria.

O segundo eixo do Brasil Carinhoso será aumentar o acesso das crianças muito pobres à creche. E o terceiro, ampliar a cobertura dos programas de saúde para elas. Neste caso, além do reforço dos atuais programas de saúde, vamos lançar um amplo programa para combater a anemia e deficiência de vitamina A. E introduzir remédio gratuito contra asma nas unidades do Farmácia Popular.

Quero enfatizar a importância de se ampliar efetivamente o acesso das crianças pobres às creches. E creche significa mais que um teto ocasional para essas crianças. Creche significa saúde, educação, comida, conforto, lazer e higiene. Significa atacar pela raiz a desigualdade.

Para ampliar essa cobertura, vamos construir novas creches e especialmente ampliar e estimular convênios com entidades públicas e privadas.

Com o Brasil Carinhoso, estamos reforçando fortemente as ações do Brasil Sem Miséria que beneficiam as mulheres e as crianças. As crianças, aliás, têm sido a prioridade desde o início do programa como mostram, por exemplo, os subprogramas Bolsa Gestante e Bolsa Nutriz.

Fico muito feliz de poder anunciar o Brasil Carinhoso no Dia das Mães. É uma forma de reafirmar de maneira ainda mais contundente que nosso governo tem o maior conjunto de programas de apoio à mulher e à criança da nossa história. Ou seja, é o Brasil cuidando cada vez mais de quem dá a vida e de quem faz o futuro.

É um Brasil moderno e amoroso, cuidando de suas mães e dos nossos queridos brasileirinhos e brasileirinhas.

Um Feliz Dia das Mães e uma vida mais feliz para todas as mães brasileiras é o que desejo de todo coração. Obrigada e boa noite.”

 


 

Ministra, Gleisi Hoffmann, diz que interrompe reuniões com Dilma para falar com filhos

Grécia: fracassa tentativa de presidente em formar governo

 

-O presidente grego, Carolos Papulias, encabeçou neste domingo uma infrutífera tentativa para convencer aos partidos políticos a formar uma coalizão de governo, o que ampliou a possibilidade de convocação de novas eleições, que podem levar o país à quebra e à saída da zona do euro.

O chefe de Estado organizou uma reunião com os três partidos mais votados nas eleições de domingo passado, o conservador Nova Democracia, a Esquerda Radical Syriza – contrária às medidas de austeridade – e o socialista Pasok. Ao longo da semana, cada um desses partidos fracassou ao tentar formar uma coalizão de governo viável.

A reunião foi finalizada após uma hora e meia. “As consultas seguem”, declarou o líder conservador Antonis Samaras, após esta primeira série de conversações conjuntas. Papulias deve reunir-se durante a tarde com os líderes dos demais partidos gregos.

Apesar do impasse oficial, o líder da Esquerda Radical grega (Syriza), Alexis Tsipras, chegou a anunciar que três partidos alcançaram um acordo para formar um governo de coalizão por um período de dois anos, que aplicará o plano de austeridade acordado com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de assistência financeira.

“Ao todo, os três partidos têm 168 deputados no novo Parlamento e têm, portanto, a maioria”, disse o líder do partido Syriza, referindo-se aparentemente aos conservadores da Nova Democracia, os socialistas do PASOK e o partido Esquerda Democrática.

Contudo, o pequeno partido de esquerda grego, Esquerda Democrática, classificou de “caluniosa” a declaração anterior de seu rival Esquerda Radical.

“Isto é uma vergonha (…) é uma calúnia e uma mentira”, disse o partido após o encontro dos líderes dos principais partidos com o presidente Carolos Papulias.

Nenhum dos três partidos que obtiveram os melhores resultados eleitorais conseguiu na semana passada formar um governo de coalizão. Os resultados das legislativas – com uma forte alta do Syriza e a entrada dos neonazistas no Parlamento – preocuparam seriamente a Europa.

Os partidos tradicionais, Pasok e Nova Democracia, ambos europeístas e favoráveis ao draconiano plano de austeridade imposto à Grécia, não somaram assentos suficientes para obter a maioria no Parlamento.

A maior parte dos demais partidos, incluindo a esquerda radical Syriza e seu líder Alexis Tsipras, se opõem de maneira taxativa à austeridade.

Os analistas políticos consideram que, em caso de novas eleições, o Syriza poderia desta vez ocupar o primeiro lugar.

O líder do Pasok, Evangelos Venizelos, declarou após a reunião deste domingo que não lhe restava mais que um “limitado otimismo” e que a situação seguia em um “beco sem saída”.

Samaras, por sua vez, afirmou que o Syriza se negou a apoiar a coalizão governamental, mesmo com o compromisso de “renegociar” o acordo.

“Fiz todo o esforço possível para assegurar uma cooperação universal”, disse Samaras à imprensa.

O presidente Papulias deve se encontrar ainda neste domingo com os líderes dos demais partidos gregos, inclusive com o neonazista Amanhecer Dourado, a maioria deles opostos também ao duro plano de rigor.

 

 

Ministra, Gleisi Hoffmann, diz que interrompe reuniões com Dilma para falar com filhos

8° Feirão chega com juros menores

Aniele Nascimento/Gazeta do Povo / Construção do Minha Casa, Minha Vida, no bairro Ganchinho, no sul de Curitiba. Imóveis novos de até R$ 150 mil se enquadram no programa na capital e região metropolitanaConstrução do Minha Casa, Minha Vida, no bairro Ganchinho, no sul de Curitiba. Imóveis novos de até R$ 150 mil se enquadram no programa na capital e região metropolitana
 

MERCADO IMOBILIÁRIO

Mais da metade dos imóveis que serão ofertados no evento da Caixa, a partir de sexta-feira, se encaixa no perfil do Minha Casa, Minha Vida

O 8º Feirão da Casa Própria de Curitiba avre as portas na próxima sexta-feira kcom uma oferta de 21 mil imóveis e o forte apelo da redução de juros para o crédito imobiliário. Ao todo, 6.729 unidades novas e usadas e mais 14.474 empreendimentos em fase de construção serão ofertadas aos compradores em potencial que visitarem o evento, no Marumbi Expo Center.

Segundo a Caixa, 60% dos imóveis ofertados pelo Feirão se encaixam no Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Em Curitiba, o valor máximo financiado pelo programa é de R$ 150 mil. A maior concentração de imóveis está nos bairros Sítio Cercado, Tatuquara, CIC e na região metropolitana de Curitiba. Além dos órgãos de classe, 41 construtoras e 40 imobiliárias de Curitiba e região metropolitana vão participar do Feirão, que acontece simultaneamente nas cidades de Fortaleza e São Paulo.

Crédito

Confira as novas taxas de juros da Caixa

Pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH)

• Público Geral – Passou de 10% para 9% ao ano (0,72% ao mês).

• Clientes do banco – Passou de 8,9% para 8,4% ao ano (0,67% ao mês).

• Clientes que recebem salário na Caixa – Podem acessar taxa de até 7,9% (0,63% ao mês).

Fora do Sistema Financeiro de Habitação (SFH)

• Público geral – Passou de 11% para 10% ao ano (0,79% ao mês).

• Clientes do banco – Passou de 10,5% para 9,2% ao ano (0,73% ao mês).

• Clientes que recebem salário na Caixa – Podem acessar taxa de até 9% ao ano (0,72% ao mês).

Tire as dúvidas

Prepara-se para o 8.º Feirão da Caixa

Quais são os documentos necessários?

Documento de identidade, CPF e comprovante de renda (três últimos contracheques ou seis últimos extratos bancários, para o caso de renda informal).

Em quais casos o imóvel pode ser financiado em 100% do valor?

O imóvel pode ser financiado em 100% do valor em dois casos: pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), quando a empresa em que a pessoa trabalha possuir convênio com a Caixa e o débito puder ser feito em folha de pagamento ou pelo programa Minha Casa, Minha Vida, dependendo apenas da capacidade de pagamento do mutuário.

Quem compra o primeiro imóvel tem algum desconto nas taxas de cartório?

Compradores que estão adquirindo o seu primeiro imóvel pelo Sistema Financeiro da Habitação (unidades de até R$ 500 mil) podem exigir desconto de 50% nos custos com cartório no momento de registrar o seu imóvel. As despesas variam de acordo com o imóvel e, para acessar o desconto, o comprador precisa avisar que se encaixa no SFH.

Atenção

Visita ao imóvel é fundamental no processo de compra

Segundo informações da Caixa Econômica Federal, todos os imóveis ofertados no Feirão já foram vistoriados e aprovados previamente por profissionais competentes. No entanto, essa vistoria não exclui a importância da visita do comprador interessado ao imóvel ou a central de decorados, no caso de unidades vendidas na planta, recomendam especialistas. De acordo com a Caixa, durante o Feirão algumas incorporadoras e imobiliárias oferecem serviço de transporte para clientes interessados em conhecer pessoalmente o imóvel. Isso possibilita uma análise atenta e mais detalhada de fatores decisivos no momento da aquisição como a região e proximidade de serviços, as vias de acesso, ventilação, iluminação, materiais utilizados, metragem e acabamento.

Serviço

8º Feirão Caixa da Casa Própria

Dias 18 e 19, das 10 as 21 horas, e dia 20, das 10 as 18 horas. Local: Marumby Expo Center – Avenida Presidente Wenceslau Braz, 1046, Guaíra.


O destaque desta oitava edição são as novas taxas de juros para o financiamento imobiliário, que estão em vigor desde o dia quatro de maio. Para os imóveis que se encaixam no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), com preço de até R$ 500 mil, os juros passaram de 10% ao ano (público geral) e 8,9% (clientes com relacionamento) para 9% e 8,4%, respectivamente. Clientes que recebem salário na Caixa poderão se beneficiar de uma taxa de até 7,9%. Já para os imóveis acima de R$ 500 mil, que estão fora do SFH, os juros de 11% (público geral) e 10,5% (clientes com relacionamento) caíram para 10% e 9,2% ao ano. Da mesma forma, quem possui conta no banco pode acessar taxa de até 9% ao ano. O prazo máximo de financiamento é de 30 anos.


“Por menor que seja o percentual de redução dos juros, o impacto dos centésimos representa uma economia significativa quando se trata de uma dívida grande e com prazo de financiamento longo, como é o caso dos imóveis”, explica Marcelo Prata, presidente da Associação Brasileira dos Corretores de Empréstimo e Financiamento Imobiliário (Abracefi). Na prática, as reduções podem chegar a uma diferença de R$ 300 na parcela, dependendo do caso.


Segundo ele, o feirão deve ser encarado como a fase inicial ou final do processo de compra de um imóvel, e não como a única e decisiva. “A aquisição envolve a pesquisa de uma série de fatores que impactam a qualidade de um imóvel”. Por outro lado, a possibilidade de comparar, em um mesmo espaço, várias opções de plantas e preços, além de simular condições de financiamento é a grande vantagem dos feirões para quem está em busca da casa própria, sobretudo, para compradores que procuram imóveis na faixa de até R$ 170 mil, que concentra boa parte das ofertas.


Para as pessoas dispostas a gastar mais, a opção é comparar as taxas em vários bancos. “Os bancos privados têm bastante apetite para conquistar esse público e podem oferecer boas condições. Diante de tantas taxas de juros, a comparação do Custo Efetivo Total (CET) pode levar ao melhor custo-benefício”, recomenda.


O CET, divulgado desde 2008 segundo resolução do Conselho Monetário Nacional, é a soma de todos os demais custos embutidos na contratação de um empréstimo ou financiamento. O cálculo do CET leva em conta o valor do crédito concedido, o número de parcelas contratadas, a taxa de juros, tributos, tarifas, os prêmios de seguro de Morte e Invalidez Permanente (MIP) e Danos Físicos do Imóvel (DFI), além de outras despesas previstas em cada operação de crédito.


Sem impulso


Boa localização, tamanho compatível com as necessidades e preço que cabe no bolso não devem ser os únicos critérios para a compra de um imóvel. É preciso ficar atento aos detalhes e tomar certos cuidados básicos durante o processo de aquisição para evitar dores de cabeça no futuro, recomendam os analistas. Confira algumas dicas importantes:


• Pesquise na internet, nas associações de mutuários e órgãos de defesa do consumidor, o histórico da construtora no mercado. Isso ajuda a descobrir se ela
cumpre os prazos e as suas responsabilidades na entrega do imóvel.


• Visite o imóvel pretendido ou os decorados, no caso de empreendimentos vendidos na planta. Quando não for possível, procure esclarecer todas as dúvidas sobre a unidade desejada com a incorporadora, por meio da planta e maquete do empreendimento.


• Observe alguns detalhes que fazem toda a diferença em um imóvel. Além da localização, é importante verificar o posicionamento da unidade escolhida (frente ou fundos), a incidência de luz e sol e a ventilação.


• Procure saber se projeto de incorporação do empreendimento está legalizado na prefeitura e devidamente registrado no Cartório de Registro de Imóveis.


• Anote todas as condições oferecidas durante a negociação como o valor da entrada, prestações intermediárias (balões), prazo de entrega, juros e correção mensal do valor do imóvel.


• Leia com atenção a minuta do contrato de compra e o memorial descritivo do imóvel, que determina os materiais (pisos, louças, azulejos) que serão utilizados e como o imóvel será entregue, além das especificações básicas, tanto da área privativa quanto dos espaços comuns. Isso ajuda a garantir os direitos do comprador no momento da entrega do imóvel.

 

Ministra, Gleisi Hoffmann, diz que interrompe reuniões com Dilma para falar com filhos

124 anos de Lei Áurea e o trabalho escravo não acaba…

O trabalho escravo continua, 124 anos depois
O trabalho escravo continua, 124 anos depois

 

As comemorações dos 124 da Lei Áurea ontem (13), perderam o brilho. Mais uma vez, a Câmara dos Deputados adiou a votação da Proposta de Emenda Constitucional 438, a chamada PEC do Trabalho Escravo, que prevê a expropriação das terras em que a prática for comprovada. A bancada ruralista foi quem deu a última palavra. O argumento é meramente ideológico: a defesa intransigente da propriedade. 

Por Najla Passos. 

As comemorações dos 124 da Lei Áurea hoje (13), perderam o brilho. Mais uma vez, a Câmara dos Deputados adiou a votação da Proposta de Emenda Constitucional 438, a chamada PEC do Trabalho Escravo, que tramita há 11 anos na casa. Não bastaram a intensa mobilização da sociedade civil, os esforços do governo e o compromisso dos parlamentares mais progressistas. A bancada ruralista, que possui a maioria dos votos na casa, foi quem deu a última palavra, a exemplo do ocorreu na votação do novo Código Florestal. 

A votação estava prevista para ocorrer na terça (8), em sessão extraordinária. Durante todo o dia, movimentos camponeses, militantes dos direitos humanos, representantes das centrais sindicais, artistas, intelectuais e políticos participaram de atos e manifestações em favor da matéria, que prevê o endurecimento da pena contra os proprietários das terras onde for comprovada a prática, inclusive com a expropriação das terras para fins de reforma agrária.

Embora nenhum parlamentar tenha chegado à ousadia de subir na tribuna para defender a prática, momentos antes do horário previsto para a votação, o quórum do plenário da Câmara permanecia baixo. As 16:30 horas, apenas 208 dos 513 deputados haviam assinado a lista de presença. Para a aprovação de uma mudança na constituição, são necessários pelo menos 308 votos favoráveis. O deputado Amauri Teixeira (PT-BA) que acompanhava de perto a mobilização em plenário, já denunciava: “Há partidos grandes, alguns deles da própria base aliada do governo, que estão com poucos deputados em plenário”. 

Na reunião dos líderes de bancadas, representantes dos partidos de oposição e da própria base aliada do governo explicaram porque não aprovariam a matéria. De acordo como líder o governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), os ruralistas reclamavam que a PEC não deixava claro o que é trabalho escravo e nem detalhava em quais circunstâncias se daria a expropriação. 

O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), ainda tentou um acordo: os parlamentares aprovavam a PEC como estava, e ele conversaria com o presidente do Senado, José Sarney, para que a casa revisora aprovasse uma lei complementar detalhando os pontos de discórdia. Os ruralistas concordaram. O presidente anunciou a votação para o dia seguinte e deu início às negociações com o Senado. A mobilização social se dispersou.

Entretanto, na quarta (9), pela manhã, os ruralistas se reuniram e decidiram pelo rompimento do acordo. Em documento divulgado, eles criticavam não só os pontos levantados na reunião de líderes do dia anterior, como vários outros. Segundo eles, a PEC implicaria em insegurança jurídica, o que ocasionaria a fuga de investidores do país. 

“Os argumentos são mentirosos. O conceito de trabalho escravo, por exemplo, já está tipificado no Código Penal e é muito bem difundido até no senso comum. Mas eles terão que acertar as contas com a história”, afirmou o presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara, deputado Domingos Dutra (PT-MA).

Ele criticou também a alegação dos ruralistas de que a expropriação poderia prejudicar, também, um proprietário que, porventura, arrendasse terras para alguém que compactuasse com prática do trabalho escravo. “Saber a quem arrenda um imóvel é dever do proprietário já previsto na Constituição”, rebateu. 

À noite, o quórum era de 338 deputados em plenário. Porém, sem conseguir negociar com os ruralistas, o presidente da Casa fez as contas e, ciente de que não conseguiria aprovar a matéria, adiou a votação para 22 de maio. 

Ferida aberta

Dados do relatório Conflitos no Campo Brasil 2011, divulgados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), na segunda (7), já mostravam a dimensão atual do problema. Só em 2011, foram identificados 230 casos de ocorrência de trabalho escravo em 19 dos 27 estados do país, envolvendo 3.929 trabalhadores, inclusive 66 crianças. Destes, 2.095 foram de fato considerados em condições análogas à de escravidão, e libertados.

As ocorrências se deram, principalmente, nas atividades ligadas à pecuária (21%), ao corte de cana (19%), à construção civil (18%), a outras lavouras (14%), à produção de carvão (11%), ao desmatamento e reflorestamento (9%), à extração de minério (3%) e à indústria da confecção (3%).

“O trabalho escravo é um fenômeno majoritariamente rural, da fronteira agrícola, da invisibilidade, salvo as raras exceções em que ocorrem nas cidades, com a exploração de estrangeiros ilegais. O agronegócio brasileiro, que se diz pujante, moderno e altamente tecnológico, não precisa estar vinculado a esta prática. Por isso, acredito que a posição da bancada ruralista reflete mesmo é a questão ideológica da defesa intransigente da propriedade”, resumiu o ex-ministro dos Direitos humanos do governo Lula, Nilmário Miranda.