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O aumento das tarifas comerciais por parte dos Estados Unidos e o recrudescimento da guerra comercial com a China já produzem reflexos significativos na economia mundial. O Banco Mundial revisou para baixo sua projeção de crescimento global para 2025, agora estimada em 2,3%, uma queda em relação aos 2,7% previstos em janeiro.

Segundo o economista-chefe do Banco Mundial, Indermit Gill, apesar de sinais anteriores de um “pouso suave” — ou seja, controle da inflação sem recessão —, a economia global estaria “caminhando para uma nova turbulência”.

Ele alertou que, se a trajetória atual for mantida, “as consequências para os padrões de vida poderão ser profundas”.

A instituição vê o comércio internacional ameaçado pelo aumento do protecionismo e aponta que o crescimento médio global dos próximos dois anos poderá ser o mais fraco desde a crise financeira de 2008, caso as previsões se confirmem.

Banco Mundial vê AL sob riscos, mas melhora projeção do Brasil

Na América Latina, os efeitos do tarifaço anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e o ritmo mais lento do comércio global afetam diretamente as exportações, segundo o Banco Mundial.

O México, por exemplo, deve crescer apenas 0,2% este ano — uma forte revisão negativa de 1,3 ponto percentual em relação à previsão anterior. O país é particularmente vulnerável, já que 80% de suas exportações vão para os EUA, e cerca da metade delas não são cobertas pelo T-MEC (acordo de livre comércio da América do Norte).

O Brasil teve uma leve melhora nas projeções do Banco Mundial, com expectativa de crescimento de 2,4% para 2025, alta de 0,2 ponto percentual frente ao relatório anterior. No entanto, o número ainda é inferior aos 3,4% registrados em 2024, refletindo um consumo mais fraco e queda nos investimentos.

No primeiro trimestre deste ano, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil avançou 1,4%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em um cenário global marcado pela perda de fôlego das economias desenvolvidas, o Brasil surpreendeu positivamente.

Já a Argentina desponta como exceção positiva: o país deve crescer 5,5% em 2025 e 4,5% em 2026, sustentado pela recuperação do setor agroindustrial, energias e reformas econômicas que estão melhorando a confiança interna.

Previsões de crescimento para 2025 por país

  • Argentina +5,5%
  • China +4,5% (sem revisão)
  • República Dominicana +4,0%
  • Paraguai +3,7%
  • Panamá +3,5%
  • Costa Rica +3,5%
  • Guatemala +3,5%
  • Nicarágua +3,4%
  • Peru +2,9%
  • Honduras +2,8%
  • Brasil +2,4 (+0,2 p.p.)
  • Colômbia +2,5%
  • Uruguai +2,3%
  • El Salvador +2,2%
  • Chile +2,1%
  • Equador +1,9%
  • Bolívia +1,2%
  • México +0,2 (-1,3 p.p.)
  • Estados Unidos +1,4 (-0,9 p.p.)
  • Crescimento Global +2,3 (-0,4 p.p.)

Alerta sobre inflação

Além do comércio, o Banco Mundial alertou que os níveis ainda elevados de inflação — especialmente no Brasil e na Colômbia — reduzem a margem para cortes de juros e mantêm o custo do crédito elevado, limitando a expansão do consumo e dos investimentos.

A instituição também destaca riscos adicionais para a região, como uma possível desaceleração nos EUA e na China, além da queda nas remessas de migrantes, que compõem até 20% do PIB de alguns países da América Central.

ICL NOTÍCIAS

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