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Em decisão já esperada, o Copom reduziu Selic a 11,5%, o menor nível desde janeiro. Mercado espera nova redução no mês que vem

Sem surpresas, o Banco Central cortou ontem o juro básico da economia em 0,50 ponto porcentual, para 11,5% ao ano. De olho no cenário externo, o Comitê de Polí­tica Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, reduzir pela segunda vez consecutiva a taxa Selic para amenizar os efeitos gerados por “um ambiente global mais restritivo”.

Apoiado pelo Palácio do Planalto e o Ministério da Fazen­da, o BC acredita que a inflação deve cair nos próximos meses, o que abre espaço para tentar impedir que a economia sofra com uma parada brusca. No comunicado divulgado após a decisão, os diretores do BC afirmaram que o corte foi “moderado” e “é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012”. O novo patamar da taxa básica de juro é o menor desde janeiro, quando a Selic estava em 11,25%.

A aposta de mais uma redução do juro prevalecia entre os economistas e foi consolidada no início do mês após indicação dada pelo próprio presidente do BC, Alexandre Tombini. Há duas semanas, ele defendeu que reduções “moderadas” do juro, como a realizada em agosto, são suficientes para levar a inflação ao centro da meta no próximo ano. Para o estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno, o comunicado do BC após a reunião dá a entender que haverá um novo corte de 0,5 ponto na próxima reunião, no fim de novembro.

Após a surpresa generalizada com a diminuição da taxa em 0,50 ponto em agosto, economistas passaram por um gradual processo de compreensão do chamado “novo BC” capitaneado por Tombini. Ao longo dos últimos 49 dias, o mercado entendeu que o Banco Central do governo de Dilma Rousseff trabalha com certa ousadia ao aceitar um pouco mais de inflação para não prejudicar muito a atividade econômica. Por isso, o mercado acredita que os cortes continuarão até, pelo menos, o primeiro trimestre de 2012.

O BC aposta que a inflação cairá pelo menos 2 pontos porcentuais nos próximos meses porque a economia vai crescer menos, o que reduzirá a demanda interna e os preços de commodities.

Apesar de o mercado seguir preocupado com a inflação – o IPCA, índice oficial, acumula alta de 7,31% nos últimos 12 meses, bem acima do teto de 6,5% –, cresce entre os analistas a mesma percepção do governo de que a atividade econômica já está em ritmo lento.

CDB rende menos

O corte da Selic tornou um pouco menos atraentes aplicações muito comuns entre pequenos investidores, os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e fundos DI (pós-fixados). Simulação no site www.comdinheiro.com.br mostra que o rendimento de um fundo DI com taxa de administração de 2% ao ano vai encolher dos atuais 9,80% ao ano, com a Selic a 12%, para 9,31% ao ano. Esse retorno calculado não desconta o Imposto de Renda (IR), que varia de 15% a 22,5% ao ano.

No caso dos CDBs, muito oferecidos nas agências bancárias, uma aplicação de R$ 15 mil, que renderia R$ 1.246,40 no prazo de um ano, passa a render agora R$ 1.194,90. E quanto maior o prazo da aplicação, mais sensível fica o corte da Selic no retorno.