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O clima esquentou no debate entre os candidatos ao Senado promovido pela Rede Bandeirantes na noite de ontem. Roberto Requião (PMDB), Gustavo Fruet (PSDB), Rubens Hering (PV) e, principalmente, Luiz Piva (Psol) apimentaram a discussão com perguntas e respostas agressivas aos adversários.

Gleisi Hoffmann (PT), apesar de uma discussão com Fruet, e Ricardo Barros (PP) foram menos agressivos. Os candidatos também aproveitaram as intervenções para defender os candidatos ao governo por suas coligações.

Depois de dois blocos mornos, em que se apresentaram e responderam perguntas de representantes de entidades sindicais, em que a maior polêmica foi o desafio de Hering para que os demais candidatos se manifestassem a favor do afastamento da Mesa da Assembleia Legislativa, a troca de farpas teve início logo na primeira fase do terceiro bloco, quando Gleisi e Fruet discutiram a reforma política.

Fruet disse que a reforma só não saiu porque o governo federal barrou, numa crítica direta ao partido de Gleisi e, na sequência, criticou a proposta da petista de criar uma constituinte exclusiva para discutir a reforma “porque quem for eleito por esse sistema não vai querer mudá-lo”.

Fruet disse que os próximos senadores têm de enfrentar esse problema. “É para isso que sou candidato. Não vou fugir da responsabilidade”, disse. Fruet continuou aquecendo o debate ao perguntar para Requião sobre as acusações que o ex-governador fez contra o ministro Paulo Bernardo sobre o superfaturamento de um orçamento de obra ferroviária.

Requião disse que teve divergência com Paulo Bernardo e que a questão está na Justiça. “Não queria que se pagasse mais por uma obra orçada com valor mais baixo”, disse. Na réplica, Fruet criticou a truculência de Requião que, segundo ele, causou muitos prejuízos ao Paraná.

“Perdemos muito com falta de interlocução, como nos casos do porto e do Banestado”, disse, para ouvir uma dura tréplica do ex-governador: “Mas o problema do Banestado foi em função de uma venda desastrada com apoio do seu grupo político, que não tem direito de conversar sobre isso. Resistimos, não paguei e com Osmar conseguimos acabar com a multa. O Paraná tem que ter gente firme para o representar e não conversa mole. Que essa gente não volte mais”, disse.

Mais tarde Requião discutiu com Ricardo Barros, ao ser questionado sobre os problemas de segurança pública do Estado e ouvir do deputado federal que “o Paraná está com medo”.

“Medo tenho eu de que vocês voltem ao governo. Porque esses problemas herdei da administração desastrosa de vocês”, retrucou Requião. Mas quem chamou a atenção foi o candidato do PSOL, Luiz Piva.

Na abertura, Piva disse que a eleição está igual, “com dois paraísos: o do Requião e o do Beto Richa”, defendeu sua proposta de acabar com o Senado, fez um apelo para que Fruet tire Álvaro Dias de sua propaganda, “porque ele jogou bomba nos professores” e perguntou a Ricardo Barros como, com condenação por improbidade, ele conseguiu escapar do “ficha limpa”. Barros explicou que sua condenação foi revisada pelo Superior Tribunal de Justiça.

Os momentos “paz e amor” foram proporcionados pelos sorteios das perguntas: Requião perguntou para Gleisi sobre os programas sociais de Lula, levantando a bola para a petista, assim como Fruet questionou as propostas de educação de Ricardo Barros, para que o pepista elogiasse a gestão de Curitiba e Maringá na educação.

Sem colega de chapa no debate, Piva também deu uma “colher de chá” para Hering, questionando o candidato do PV sobre meio ambiente, permitindo a Hering fazer uma dura crítica à forma como o congresso vem tratando a revisão do código florestal.