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Simone Maria da Silva, 33 anos, não vê nenhum impacto negativo na implantação do complexo portuário e industrial de Suape. Mesmo as mazelas de que todos reclamam, como o tráfego pesado e engarrafamentos em área de turismo, são para ela coisas positivas: “É o progresso”, afirma com sorriso aberto.
 
Há dois anos ela foi contratada, com carteira assinada, por uma das 50 empresas em fase de construção no complexo. Trabalha como faxineira em um dormitório alugado pelo empregador no distrito de Nossa Senhora do Ó, em Ipojuca, para hospedar 109 dos seus trabalhadores.
 
“Trabalho cantando”, diz ela, satisfeita como emprego que lhe proporciona plano de saúde, vale-alimentação e transporte.Ganha em torno de R$ 2 mil por mês com as horas extras e em dois anos já reformou sua casa em Ipojuca.Comprou móveis novos e computador para os filhos de 15 e 16 anos. Simone frequenta academia de ginástica e já viajou de avião para o Rio. “Muito chique”, diz ela.
 
O marido também trabalha em Suape, assim como um primo, três irmãos e quatro cunhados. Todos na área da construção civil-são encarregados de construção, armadores, montadores de andaime. Os filhos de 15 e 16 anos estão terminando a 8.ª série e vão fazer curso técnico de mecânica. De olho em Suape.
 
 Locomotiva. Ao destacar o “glamour” de Suape, Simone interpreta, na sua linguagem, os números e o discurso político e empresarial em torno do complexo: maior canteiro de obras do Brasil, locomotiva do desenvolvimento,redenção da economia pernambucana, maior polo de desenvolvimento do País, berço da nova indústria naval brasileira.
 
Cinquenta empresas em instalação – entre elas indústrias de produtos químicos, metalomecânica e logística – superam R$ 40 bilhões em investimentos e geram 42 mil empregos na construção civil. As 100 empresas já instaladas – entre elas o Estaleiro Atlântico Sul – são responsáveis por 25 mil empregos diretos.
 
Tudo numa área de 13,5 mil hectares, a 50 quilômetros do Recife, espraiando- se entre os municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho. Somente a Refinaria Abreu e Lima, em construção, ocupa 630 hectares e representa investimentos de US$ 13,3 bilhões.
 
Outro empreendimento estruturador do complexo industrial de Suape é a Petroquímica Suape, que terá fábricas de resinas plásticas em 55 hectares – investimento de R$ 2,2 bilhões.
O porto já se destaca pelo ritmo acelerado: cresceu no ano passado 16,3% na movimentação de cargas e 34,4% na movimentação de contêineres. Se nos últimos cinco anos foram movimentados 9 milhões de toneladas de carga, a estimativa é fechar 2011 com 11 milhões e chegar a 13 milhões em 2013.
 
A expectativa é que o Porto de Suape venha a se tornar um dos três maiores portos brasileiros em 2016, alcançando a marca de 50milhões de toneladas de carga. Até 2013 deverá receber investimento superior a US$ 1 bilhão para construção de mais quatro terminais.
 
Atualmente, Suape possui cinco cais para atracamento no porto interno e um molhe de pedras de proteção em “L”, que abriga três píeres degranéis líquidos, um cais de múltiplo uso e uma tancagem flutuante de GLP, no porto externo.
 
A aposta é que Suape deverá ter papel importante no escoamento da produção a ser gerada com a descoberta da reserva de petróleo, na camada pré-sal entre o Espírito Santo e Santa Catarina, a uma profundidade de 5 mil a 6 mil metros abaixo da lâmina de água, eque deverá tornar o Brasil um dos dez maiores produtores mundiais. Assim como na construção de navios para o transporte offshore para a extração de petróleo.
 
Com essa perspectiva, foi criado, em 2008, o Fórum Suape Global, com o objetivo de transformar Pernambuco num polo provedor de bens e serviços para indústrias de petróleo, gás, offshore e naval.