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Levantamento nacional do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo revela que o setor da construção gerou cerca de 314 mil empregos em 2011. São mais de 3,2 milhões de funcionários
 
A crise financeira mundial afetou todos os setores do comércio e da economia. De alguma forma, diversos segmentos sentiram pelo menos um pouco dos efeitos, quer em menor ou em maior proporção. Contudo, felizmente alguns ramos de mercado parecem indiferentes ao cenário de preocupação. Um exemplo – e talvez o melhor deles – é o da construção civil, que divulgou em dezembro números recordes de emprego e vislumbra um 2012 tão bom quanto.
A pesquisa é encomendada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), mas mesmo se tratando de uma entidade local, os dados são produto de uma amostra nacional. O levantamento revela a contratação de 16 mil trabalhadores no Brasil somente no mês de outubro. Assim, o setor da construção civil chega à expressiva marca de quase 3,2 milhões de trabalhadores regularizados. Desde janeiro, o Sinduscon-SP informa que já foram mais de 314 mil contratações.
Entre os fatores que geram o otimismo dos empresários e das entidades dos setores imobiliário e da construção, a pesquisa do sindicato destaca a expansão do crédito habitacional, que atingiu patamar de R$ 117 bilhões, e o incentivo do programa Minha Casa, Minha Vida, que tem mais de 60% do total de 1 milhão de unidades em fase de construção.
O próximo ano revela uma projeção de crescimento de 5,2%, pois há sinais de que o crédito imobiliário deve crescer entre 30% e 40%. Além disso, o programa Minha Casa, Minha Vida ainda terá milhares de unidades entregues, as obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 devem ser aceleradas e o ano eleitoral deve ser responsável por alavancar a injeção dos recursos.
A situação é refletida no Distrito Federal. O presidente da Comissão de Política e Relações Trabalhistas do Sinduscon-DF, Izídio Santos Júnior, comenta a geração de empregos em nível local pela construção. “Passamos de 45 mil trabalhadores com carteira assinada em 2010 para mais de 60 mil em 2011, aumentando consideravelmente a oferta. Estamos qualificando todo esse pessoal e oferecendo condições dignas no ambiente de trabalho”, comemora.
Setor impulsiona e movimenta a economia
 
Izídio frisa que a construção civil é responsável por gerar empregos e movimentar a economia. “O setor contribuiu para o baixo número de desempregados no Brasil, especialmente em Brasília. Economicamente este aumento de vagas no setor, com salários atraentes, trouxe um incremento importante. Basta pensarmos que 15 mil trabalhadores a mais nos canteiros de obras contribuem para o aumento de consumo em diversos setores da economia local, além da geração de empregos indiretos no DF”, salienta.
Para 2012, Izídio Santos Júnior prevê a manutenção dos bons indicadores. “As condições de trabalho em Brasília são adequadas, os salários condizentes e o setor está aquecido. Dentro da nossa capacidade, proporcionamos que este aumento de demanda venha com qualidade e satisfação. As entidades estão conscientes da sua responsabilidade social e por isso no próximo ano devem ser mantido e até incrementado o atual nível de empregos”, presume.
Santos cita um outro fator determinante para a excelência do setor da construção em Brasília: as obras para os jogos da Copa do Mundo de 2014 na capital federal. “Além da construção do estádio, que naturalmente movimenta todo o setor e traz emprego e renda para todo o DF, a infraestrutura avança a passos largos, numa velocidade impressionante”, resume.
Falta qualificação à mão de obra
Apesar de registrar bom índice na geração de empregos, a construção civil do DF carece de capacitação adequada. A escassez de mão de obra capacitada atinge todas as áreas e categorias profissionais das empresas, sobretudo os ligados diretamente à obra. A falta de profissionais qualificados prejudica, em primeiro lugar, a garantia e a melhoria da qualidade dos produtos fabricados, além da busca da eficiência e a redução dos desperdícios.
Julio Cesar Peres, presidente do Sinduscon-DF, mostra o déficit da qualificação no setor por meio de estatísticas. “É importante que haja um investimento na capacitação desses profissionais para o desenvolvimento do país. De 2004 a 2010, o número de empregos no setor saltou de 1,8 milhão para 2,9 milhões, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Até outubro de 2011, o setor gerou 309.425 vagas com carteira assinada”, destaca.
Com o intuito de amenizar os efeitos dessa defasagem de qualificação da mão de obra do setor no Distrito Federal, as entidades da construção civil têm feito a sua parte. O Serviço Social do Distrito Federal (Seconci-DF), por exemplo, oferece cursos nas áreas de segurança do trabalho, alfabetização e capacitação.