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Diretora do BC dos EUA: juro deve cair se inflação e emprego caírem mais do que se espera

Diretora do BC dos EUA: juro deve cair se inflação e emprego caírem mais do que se espera

Na visão da presidente da distrital do Fed de São Francisco, o trabalho de levar a inflação à meta de 2% ainda não terminou

Por Gabriel Caldeira, Valor — São Paulo

A presidente do banco central americano (Federal Reserve, o Fed) de São Francisco, Mary Daly, se mostrou cautelosa em discurso divulgado nesta segunda-feira (24). A diretora afirmou que o banco central americano precisa estar atento tanto à sua meta de inflação em 2% quanto ao objetivo de pleno emprego para cumprir o seu duplo mandato.

Para a dirigente, o mercado de trabalho americano segue sólido e não está mais sobreaquecido, mas a moderação recente pode se traduzir em uma taxa de desemprego mais alta em breve. “Neste momento, a inflação não é o único risco que enfrentamos. Precisaremos manter os olhos na inflação e pleno emprego enquanto trabalhamos para atingir nossas metas”, disse Daly, que tem direito a voto nas reuniões deste ano do comitê do Fed que decide sobre o rumo dos juros, o FOMC.

Se a inflação cair mais rapidamente do que se espera ou o mercado de trabalho surpreender negativamente nos Estados Unidos, os juros terão de diminuir, na visão da banqueira central. Por outro lado, se a inflação demorar mais a cair, eles terão de ser mantidos por um tempo maior. No cenário atual, de desaceleração lenta da inflação e mercado de trabalho robusto, o Fed poderá normalizar o rumo dos juros mais lentamente, segundo Daly.

Na visão da dirigente, o trabalho de levar a inflação à meta de 2% ainda não terminou, e a “irregularidade” dos dados em 2024 torna difícil definir se os Estados Unidos caminham, de fato, para um cenário sustentável de estabilidade de preços.

VALOR INVESTE

https://valorinveste.globo.com/produtos/investimento-no-exterior/noticia/2024/06/24/diretora-do-bc-dos-eua-juros-devem-cair-se-inflacao-e-emprego-cair-mais-do-que-se-espera.ghtml

Diretora do BC dos EUA: juro deve cair se inflação e emprego caírem mais do que se espera

‘Focus’: mercado financeiro eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Expectativa para o crescimento do PIB dos analistas para este ano também subiu. Números foram divulgados pelo Banco Central.

Por Alexandro Martello, g1 — Brasília

Os analistas do mercado financeiro elevaram novamente as estimativas de inflação para este ano e para 2025.

As projeções constam do relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (24) pelo Banco Central (BC).

Para este ano, os analistas dos bancos elevaram a expectativa de inflação de 3,96% para 3,98%. Esse foi o sétimo aumento seguido no indicador.

O levantamento ouviu mais de 100 instituições financeiras, na semana passada, sobre as projeções para a economia.

  • Com isso, a expectativa dos analistas para a inflação de 2024 se mantém acima da meta central de inflação, mas abaixo do teto definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
  • A meta central de inflação é de 3% neste ano, e será considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,5% e 4,5% neste ano.

Para 2025, a estimativa de inflação avançou de 3,80% para 3,85% na última semana. Essa foi a oitava alta seguida no indicador.

No próximo ano, a meta de inflação é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, o BC já está mirando, neste momento, na meta do ano que vem, e também em 12 meses até meados de 2025.

Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.

Produto Interno Bruto

Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, a projeção do mercado avançou de 2,08% para 2,09%

  • O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.
  • Já para 2025, a previsão de alta do PIB do mercado financeiro continuou em 2%.

Taxa de juros

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a estimativa para a taxa básica de juros da economia brasileira para o final deste ano.

  • Atualmente, a taxa Selic está em 10,50% ao ano, após sete reduções seguidas promovidas pelo Banco Central.
  • Para o fechamento de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia continuou em 10,50% ao ano.
  • Com isso, o mercado segue prevendo que não haverá mais reduções da taxa Selic no restante deste ano.
  • Para o fim de 2025, o mercado financeiro manteve sua expectativa de 9,50%. Isso quer dizer que os economistas continuam estimando corte dos juros ano que vem.

Outras estimativas

Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:

  • Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2024 subiu de R$ 5,13 para R$ 5,15. Para o fim de 2025, a estimativa avançou de R$ 5,10 para R$ 5,15.
  • Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção caiu de US$ 82 bilhões para US$ 81,8 bilhões de superávit em 2024. Para 2025, a expectativa para o saldo positivo recuou de US$ 76,3 bilhões para US$ 76 bilhões.
  • Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano continuou em US$ 70 bilhões de ingresso. Para 2025, a estimativa de ingresso ficou estável em US$ 73 bilhões.

G1

https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/06/24/focus-mercado-financeiro-eleva-estimativa-de-inflacao-para-2024-e-2025.ghtml

Diretora do BC dos EUA: juro deve cair se inflação e emprego caírem mais do que se espera

PIB da Argentina recua 5,1% no 1º trimestre e país entra em recessão técnica

Os meses de janeiro a março marcam o primeiro trimestre completo do governo de Javier Milei. Presidente da Argentina tomou posse em dezembro e anunciou uma série de medidas para cortar gastos e atingir o déficit fiscal zero (ter gastos iguais à arrecadação).

Por André Catto, g1

O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina recuou 5,1% no 1º trimestre em comparação com o mesmo período de 2023, informou o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) do país nesta segunda-feira (24).

Em relação ao último trimestre do ano passado, o PIB argentino encolheu 2,6%, marcando a segunda queda trimestral consecutiva.

Com o resultado, a economia argentina entrou em recessão técnica — quando a atividade econômica de um país cai por dois trimestres seguidos.

Os meses de janeiro a março marcam o primeiro trimestre completo do governo de Javier Milei. O presidente da Argentina tomou posse em dezembro, após uma campanha com promessas de corte de gastos e déficit fiscal zero (ter gastos iguais à arrecadação).

O país já vinha enfrentando uma forte recessão econômica, e o ajuste fiscal permitiu, no primeiro trimestre deste ano, o primeiro superávit desde 2008.

Após assumir o cargo, Milei determinou a paralisação de obras federais e a interrupção do repasse de dinheiro para os estados, com o intuito de reduzir os gastos públicos.

Além disso, deixou de subsidiar tarifas de água, gás, luz, transporte público e serviços essenciais — o que, inicialmente, resultou em um aumento expressivo nos preços ao consumidor.

Consumo, emprego e pobreza

Milei tem argumentado que o país precisa reorganizar suas finanças, após anos de déficits que prejudicaram a reputação do país junto a investidores globais. A melhora das contas públicas têm ocorrido, no entanto, a custo de impactos como o aumento da pobreza e a piora no consumo.

De acordo com os dados do Indec, o consumo privado caiu 6,7% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto o consumo público recuou 5%.

A suspensão de projetos de infraestrutura do Estado após os cortes de gastos de Milei levaram também a perdas de empregos em setores importantes, como o de construção.

A taxa de desemprego do país aumentou para 7,7% no primeiro trimestre, acima dos 5,7% no final do ano passado, segundo o Indec. Isso significou cerca de 300 mil novos desempregados desde o trimestre anterior.

As perdas no mercado de trabalho, a inflação acumulada em 276,4% e a intensificação da crise econômica no país já colocaram 41,7% dos 46,7 milhões dos argentinos abaixo da linha da pobreza, segundo dados do Indec.

Até o churrasco, uma das maiores tradições argentinas, perdeu espaço: em março, o consumo de carnes no país atingiu no menor nível em 30 anos, segundo a Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da Argentina.

Na balança comercial, as importações do país caíram 20,1% no primeiro trimestre, enquanto as exportações aumentaram 26,1%.

* Com informações da agência de notícias Reuters

G1

https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/06/24/pib-argentina.ghtml

Diretora do BC dos EUA: juro deve cair se inflação e emprego caírem mais do que se espera

Ata do Copom: BC defende atuação ‘firme’ e ‘vigilante’ para conter a inflação e não afasta ‘eventuais ajustes futuros’ na taxa de juros

BC avaliou que o cenário se tornou mais ‘desafiador’, com o aumento das projeções de inflação, mesmo em um cenário de taxa de juros mais alta. Copom diz que tragédia no RS, aumento de gastos pelo governo e atividade acima do previsto devem ser acompanhados.

Por Alexandro Martello, g1 — Brasília

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) informou nesta terça-feira (25) que o controle das estimativas de inflação, que estão em alta, requer uma “atuação firme” da autoridade monetária, e acrescentou que se manterá “vigilante”.

Além disso, avaliou que “eventuais ajustes futuros” na taxa de juros, com possíveis aumentos na Selic, “serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.

A informação consta na ata da última reunião do Copom, ocorrida na semana passada. Naquele momento, por unanimidade, a diretoria e o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, votaram por interromper o ciclo de corte dos juros básicos da economia – que vinha desde agosto do ano passado. A taxa Selic foi mantida em 10,50% ao ano.

A decisão do Copom, formado pela diretoria e pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto, será tomada em meio ao fogo cerrado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — que subiu o tom das críticas ao tamanho da taxa de juros nos últimos dias.

“Em sua conclusão, o Comitê avalia que o cenário prospectivo [de expectativas para o futuro] de inflação se tornou mais desafiador, com o aumento das projeções de inflação de médio prazo, mesmo condicionadas em uma taxa de juros mais elevada”, informou o BC, na ata do Copom.

E completou: “Ao fim, concluiu-se unanimemente pela necessidade de uma política monetária mais contracionista e mais cautelosa, de modo a reforçar a dinâmica desinflacionária”.

Como as decisões são tomadas

Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, no sistema de metas de inflação, o Banco Central olha para o futuro, e não para a inflação corrente, ou seja, dos últimos meses.

Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia. Neste momento, a instituição já está mirando na meta deste ano, e também para o segundo semestre de 2025 (em doze meses).

  • A meta de inflação deste ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%;
  • A partir de 2025, o governo mudou o regime de metas de inflação, e a meta passou a ser contínua em 3%, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5% sem que seja descumprida;
  • Na semana passada, os economistas do mercado financeiro estimaram que a inflação de 2024 somará 3,98% e, a de 2025, 3,85%. Ou seja, acima da meta central nos dois anos.
  • As previsões do mercado financeiro subiram relação ao patamar vigente, por exemplo, há três meses atrás. No começo de março, a projeção dos analistas estava em 3,74% para a inflação de 2024 e em 3,50% para o IPCA do próximo ano.
  • Na semana passada, o Banco Central estimou que as projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência estavam em em 4% em 2024 e 3,4% em 2025. No começo de maio, o BC estimava uma inflação de 3,8% para 2024 e de 3,3% para 2025.
  • Com isso, as projeções dos analistas, e também do BC, estão se distanciando as metas centrais de inflação, fixadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

“O Comitê unanimemente avalia que se deve perseguir a reancoragem das expectativas de inflação [em direção às metas] independentemente de quais sejam as fontes por trás da desancoragem ora observada e ressalta que a reancoragem das expectativas de inflação é vista como elemento essencial para assegurar a convergência da inflação para a meta”, informou o BC, na ata do Copom.

O Banco Central diz, ainda, que “não se furtará de seu compromisso com o atingimento da meta de inflação e entende o papel fundamental das expectativas na dinâmica da inflação”.

Recados do Copom

  • Rio Grande do Sul: O BC informou que alguns integrantes do Copom mostraram maior preocupação com a inflação de alimentos no curto prazo, destacando não só o efeito das enchentes do Rio Grande do Sul, como também revisões nos preços de alimentos em outras regiões. O Ministério da Fazenda já admitiu que a tragédia no Rio Grande do Sul deve pressionar a inflação neste ano.
  • Inflação de serviços: O Copom segue mostrando preocupação com a inflação de serviços. “Parte do debate se concentrou na trajetória mais recente da inflação, em que a inflação de bens industriais e de alimentação no domicílio deixa de contribuir para a desinflação nesse estágio do processo desinflacionário. Concomitante a isso, a inflação de serviços, que tem maior inércia, assume papel preponderante na dinâmica desinflacionária no estágio atual”, acrescentou o BC.
  • Nível de atividade e mercado de trabalho: O BC avaliou que o mercado de trabalho e a atividade econômica, em particular o consumo das famílias, têm surpreendido e, também, ” tem apresentado maior dinamismo do que o esperado”.

“O Comitê novamente avaliou que há surpresas recorrentes apontando para elevado dinamismo do mercado de trabalho, corroborando um cenário de mercado de trabalho apertado”, acrescentou.

  • Contas públicas: O Copom informou que “monitora com atenção” como os desenvolvimentos recentes das contas públicas, com proposta de ampliação dos gastos por parte do governo, impactam as decisões sobre a taxa de juros. Em tese, maiores gastos públicos tendem a pressionar mais os preços.,

“O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária. Políticas monetária e fiscal síncronas e contracíclicas contribuem para assegurar a estabilidade de preços e, sem prejuízo de seu objetivo fundamental, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”, acrescentou o BC, na ata do Copom.

G1

https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/06/25/ata-do-copom-bc-defende-atuacao-firme-e-vigilante-para-conter-a-inflacao-e-nao-afasta-eventuais-ajustes-futuros-na-taxa-de-juros.ghtml

Diretora do BC dos EUA: juro deve cair se inflação e emprego caírem mais do que se espera

Mercado em alta para trabalhadores qualificados encontra 76,9% sem ensino superior

A dificuldade de acesso e permanência no ensino superior continua um desafio num mercado crescente para profissionais qualificados

por Cezar Xavier

O Brasil alcançou a marca histórica de 100,7 milhões de pessoas ocupadas em 2023, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (21). No entanto, cerca de 76,9% dos trabalhadores brasileiros não completaram o ensino superior, evidenciando a dificuldade de acesso à educação no país.

De acordo com Jefferson Mariano, analista socioeconômico do IBGE, muitos trabalhadores interromperam a educação superior para ingressar no mercado de trabalho, pois diversas ocupações não exigem formação universitária. “Grande parte da população ocupada exerce atividades que prescindem de formação superior”, afirmou Mariano.

Apesar disso, ele destacou que a proporção de trabalhadores com diploma está crescendo lentamente, impulsionada pela evolução do mercado e a retomada dos concursos públicos. “Vale ressaltar que depois de alguns anos ocorreu o processo de retomada de contratação de trabalhadores pelo setor público – via concurso público – que em sua grande maioria é integrado por pessoas com nível superior”, afirma

Desde o início da série histórica da PNAD Contínua, o contingente de pessoas ocupadas no Brasil cresceu 12,3%, atingindo a marca de 100 milhões pela primeira vez em 2023. “Esse aumento representa uma recuperação do mercado de trabalho brasileiro”, observou Mariano. O nível de ocupação da população brasileira é de 57,6%, ainda abaixo do pico de 2013, mas indicando uma recuperação em relação à queda registrada entre 2013 e 2017 devido à recessão.

Acesso ao ensino superior no Brasil

Apenas 18,1% dos jovens de 18 a 24 anos estão matriculados em faculdades, conforme a 11ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, do Instituto Semesp. Esse dado revela a dificuldade de acesso ao ensino superior, que afeta especialmente os alunos de escolas públicas. Para aumentar a inserção no ensino superior, é fundamental estimular a formação no ensino médio, diminuir a evasão escolar e garantir um ensino público de qualidade.

Iniciativas como “feiras vocacionais” em escolas públicas, que orienta os alunos sobre carreiras e caminhos para ingressar nas universidades, têm mostrado resultados positivos, aumentando o interesse e a participação dos estudantes no ENEM. Programas como o SISU, PROUNI e FIES também desempenham um papel crucial no acesso ao ensino superior, embora muitas vezes gerem ansiedade entre os estudantes devido à falta de preparo e conhecimento das políticas públicas.

A democratização do ensino superior, contudo, tem enfrentado barreiras nos últimos anos, com o aumento do desempenho mínimo exigido no ENEM e a redução na oferta de vagas do FIES. Essas mudanças impactam especialmente os estudantes de baixa renda, pretos e pardos, que ainda representam uma pequena parcela dos ingressantes nas universidades.

Após ingressar na universidade, os estudantes brasileiros enfrentam obstáculos adicionais para concluir a graduação. A necessidade de conciliar trabalho e estudo, especialmente para alunos de baixa renda, leva a altas taxas de evasão. A pandemia da covid-19 exacerbou essas dificuldades, aumentando as desigualdades econômicas e de aprendizagem.

Mercado de trabalho para graduados

Apesar dos desafios, o ensino superior continua sendo um diferencial significativo no mercado de trabalho. De acordo com o índice ABMES/Symplicity de Empregabilidade 2023 (IASE), cerca de 75% dos egressos do ensino superior conseguiram emprego em até um ano após a colação de grau, e mais de 83% atuam em sua área de formação. O salário médio dos profissionais graduados também aumentou, passando de R$ 3.800 para R$ 4.200.

Profissionais da área de Tecnologia da Informação (TI) estão entre os mais bem remunerados, com salários cerca de 50% acima da média nacional. O setor de engenharias também apresenta altos índices de empregabilidade. No entanto, a pesquisa do IASE 2023 revelou desigualdades de gênero, raça e faixa etária, com homens e pessoas brancas apresentando maior empregabilidade e renda.

Gargalo do desenvolvimento

Gargalos de produtividade e de educação, desde as microempresas até as grandes indústrias, estão entre os principais entraves que impedem o Brasil de ter taxas de crescimento mais robustas. É o que apontam especialistas, durante em um painel recente sobre o PIB brasileiro.

“Para falar em aumento de produtividade, temos que falar em tecnologia, sendo que grande parte das micro e pequenas empresas sequer tem acesso a internet de qualidade”, diz Margarete Coelho, diretora de administração e finanças do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

As micro e pequenas empresas representam 29,5% do PIB brasileiro, de acordo com o Sebrae, e geram 50% de todos os salários recebidos no país, além de responderam, também, por cerca de 50% dos empregos formais.

O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Igor Calvet, reforça gargalos de tecnologia e qualificação também na indústria. “A discussão da produtividade da indústria como maneira de aumentar o PIB pode parecer muito básica, mas é importante reforçá-la, e passa pela qualificação.”

Embora a participação da indústria no PIB brasileiro gire atualmente entre 20% e 25%, Calvet destaca que ela responde por 34% da arrecadação de impostos e por 66% de todos os gastos empresariais com pesquisa e desenvolvimento no país.

Garantir o acesso e a permanência no ensino superior é essencial para a capacitação profissional e a diminuição das desigualdades no Brasil. Iniciativas que promovam a orientação vocacional, o conhecimento das políticas públicas de acesso e o apoio contínuo aos estudantes são fundamentais para construir um futuro com mais oportunidades.

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https://vermelho.org.br/2024/06/24/ibge-registra-769-de-trabalhadores-sem-ensino-superior-em-2023/

Diretora do BC dos EUA: juro deve cair se inflação e emprego caírem mais do que se espera

Manutenção dos juros faz custo para as empresas chegar a R$ 78 bilhões

Gestora calculou o custo financeiro para as empresas com a Selic em 10,5%. Na previsão de meses atrás, de os juros fecharem o ano em 9%, seria R$ 11,1 bilhões a menos de custo

por Redação

A continuidade da taxa básica de juros em 10,5% ao ano sob o pretexto inflacionário desagradou diversos setores, inclusive da indústria e do comércio. A pedido do Valor, a gestora Paramis Capital calculou o custo financeiro dessa taxa Selic alta em R$ 78 bilhões ao ano para os empresários.

Como exemplo, se os juros fechassem o ano em 9%, como era estimado meses atrás, este custo seria R$ 11,1 bilhões menor, de R$ 66,9 bilhões. Em 9,5%, o impacto seria R$ 7,4 bilhões abaixo, de R$ 70,6 bilhões ao ano.

Ao jornal, o diretor de investimentos de crédito e grandes fortunas da Paramis, Ricardo Nunes, pontua que a Selic acima de 10% atrasa projetos e desacelera o crescimento de certos grupos econômicos. A aposta da manutenção da taxa é feita por ele sem descartar até mesmo um aumento.

O Boletim Focus, que reúne as projeções do mercado, coloca que os juros fecham o ano em 10,5%. Há quatro semanas a previsão era para 10%.

Para os cálculos, estima-se que as dívidas corporativas atreladas ao CDI passaram de R$ 610 bilhões em abril para R$ 743 bilhões.

A manutenção dos juros foi alvo de críticas de empresários. Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), que há tempos pede por cortes robustos e defendia a manutenção das reduções, a decisão só vai impor restrições adicionais à atividade econômica, com reflexos negativos sobre o emprego e a renda, sem que o quadro inflacionário exija tamanho sacrifício.

*Edição Vermelho, Murilo da Silva

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https://vermelho.org.br/2024/06/24/manutencao-dos-juros-faz-custo-para-as-empresas-chegar-a-r-78-bilhoes/