O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quinta-feira (25), que entregará à presidenta eleita Dilma Rousseff um país com a economia bem mais acelerada do que na época em que ele assumiu o governo, em 2003.
– A companheira Dilma não vai pegar um país a 10 quilômetros por hora como peguei. Ela vai pegar a 120 e decidir se acelera, mantém a velocidade ou se procura outro caminho. A economia é como um trem, se descarrilar leva tempo para consertar a ferrovia – disse ao discursar no 3º Seminário Nacional do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar.
No discurso a beneficiados pelo Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), Lula disse que tem “total e absoluta” confiança em Dilma e lembrou o passado da presidenta eleita.
Para ele, quem a torturou quando Dilma foi presa durante a ditadura militar e pensou que sua atuação política estaria encerrada, agora deve estar sendo torturado por por vê-la eleita. O encontro reuniu agricultores, representantes da sociedade civil organizada e gestores públicos para discutir o acesso à alimentação e o fortalecimento da agricultura familiar.
Na véspera, Dilma apresentou os nomes de sua equipe econômica e, em nota, informou que a nova equipe tem a determinação de assegurar a continuidade da política econômica do governo Lula, baseada no regime de metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal.
Depois de anunciar a equipe econômica, a presidente eleita, Dilma Rousseff, somente deverá divulgar nomes de novos ministros na próxima semana. De acordo com a assessoria de imprensa da petista, ela passará o fim de semana se dedicando a conversas internas para completar a equipe de governo.
Não está descartada, no entanto, a divulgação pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que permanecerá no cargo, dos titulares do segundo escalão da equipe econômica, como as diretorias do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Receita Federal e do Tesouro Nacional.
A equipe econômica apresentada na véspera, conta no Planejamento, com Miriam Belchior; na Fazenda, com Guido Mantega; e no Banco Central, com Alexandre Tombini.
Jantar cancelado
Nesta manhã, Dilma permaneceu na Granja do Torto, onde está morando durante o período da transição. Ela recebeu o presidente do PT, José Eduardo Dutra e o ex-ministro Antonio Palocci.
Também chegou à Granja do Torto o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia. Para se dedicar a formação de seu ministério, Dilma desistiu de viajar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a reunião da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), na Guiana. A presidenta eleita iria participar de um jantar hoje na capital Georgetown, em homenagem a Lula.
Dilma Rousseff julgou que terá outra oportunidade de se encontrar com os chefes de Estado sul-americanos mais próximos do Brasil: a Reunião da Cúpula do Mercosul, marcada para os dias 16 e 17 de dezembro, em Foz do Iguaçu.
Como a diplomação de Dilma está marcada para o dia 17 de dezembro, ela participará do encontro apenas do dia 16, quando um jantar de despedida será oferecido a Lula. (Fonte: Correio do Brasil)