NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

Pesquisa reforça sinal de que ritmo inflacionário é menor em 2011 do que fora em 2010. Entre janeiro e setembro, Natal, Goiânia, Fortaleza, Manaus e Curitiba apresentam variações negativas nos preços da cesta. Mas quando se verifica variação em 12 meses, incluindo na conta os quatro últimos meses de 2010, nenhuma capital registra recuo das cotações.

Marcel Gomes

SÃO PAULO – Novos indicadores apontam que o processo inflacionário perdeu força no país – inclusive no ramo dos alimentos, um dos mais pressionados nos últimos anos. Os dados da pesquisa mensal de cesta básica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos (Dieese), divulgados nesta quarta-feira (5), apuraram queda de preço em 9 das 17 capitais avaliadas no mês de setembro.

O maior recuo ocorreu em Natal, com -6,17%. Também houve quedas expressivas em João Pessoa (-2,85) e Aracaju (-2,19%). Na contramão, as maiores altas ocorreram em Goiânia (1,87%), Belo Horizonte (0,59%) e Manaus (0,52%). As cestas mais caras do país são encontradas em Porto Alegre, a R$ 272,09, onde houve alta de 0,31% em setembro, e em São Paulo, a R$ 267,19, com elevação de 0,16% no mês.

Um sinal de que o ritmo inflacionário é menor em 2011 do que fora em 2010 é a inflação acumulada. Entre janeiro e setembro deste ano, Natal (-6,29%), Goiânia (-1,34%), Fortaleza (-1,19%), Manaus (-1,06%) e Curitiba (-0,78%) apresentam variações acumuladas negativas. Entretanto, quando se verifica a variação em 12 meses, incluindo os quatro últimos meses de 2010 na conta, nenhuma capital registrou recuo do preço da cesta. Em Curitiba, por exemplo, houve elevação de 10,39% em doze meses.

De acordo com o Dieese, a seca que atinge diversas regiões do país ainda pressiona o preço de alguns produtos. O leite aumentou em 15 capitais, com maior taxa em Natal (14,93%), e a carne subiu em 13 cidades, com maior alta em Goiânia (6,18%). “Assim como a produção leiteira, também a carne foi afetada pelo clima, principalmente pela seca que reduziu as pastagens e, com isso, o abate do gado também foi reduzido”, diz o instituto.

Uma outra pesquisa de preços divulgada nesta quarta-feira é o Índice de Preços ao Produtor (IPP), do IBGE. O IPP mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação. Divulgado sempre com um mês de defasagem, o IPP de agosto subiu 0,20% em comparação com o mês anterior, resultado superior ao alcançado em julho (0,03%).

No campo positivo, as duas maiores variações de agosto em relação a julho foram em alimentos (3,64%) e perfumaria, sabões e produtos de limpeza (3,09%). No campo negativo, os maiores recuos foram registrados nos ramos de metalurgia (-2,17%) e têxtil (-2,02%). O indicador acumulado de 2011 atingiu 0,79% em agosto, contra 0,59% em julho. Em 12 meses, o acumulado até julho era de 4,83%, ante 4,28% até agosto.