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O índice fechou em cerca de 4% acima da inflação; tomate liderou lista de alta, acumulando aumento de 35,11%
 
 
 
 
 
 
 
A cesta básica em Londrina fechou 2011 com um aumento de 10,26%, cerca de 4% acima da inflação do período no País. Dos 13 itens pesquisados em nove supermercados da cidade durante o ano passado, apenas dois apresentaram redução de preço: o açúcar (queda de 9,53%) e a farinha de trigo (9,66%). Já entre os principais produtos que puxaram a alta, o tomate liderou com 35,11% de aumento, seguido do café (33,12%), feijão (26,62%), margarina (19,03%) e a carne (6,50%). 
 
No início de 2010, o kit estava custando R$ 618,50 para uma família de quatro pessoas (2 adultos e 2 crianças) e em dezembro de 2010 já havia saltado para R$ 681,95. Portanto, o londrinense que ganha apenas um salário mínimo – mesmo com o novo reajuste de R$ 545 para R$ 622 (14,13%) programado para fevereiro – ainda não conseguirá adquirir todos os itens da cesta. ”Isso prova que os aumentos durante o ano passado dos produtos já corroeram o novo reajuste do mínimo. Sem falar que ainda não contamos com a variação de janeiro deste ano”, explica o economista Flávio Oliveira dos Santos, coordenador da pesquisa da cesta básica da Faculdade Pitágoras. 
O professor comenta ainda que, durante os últimos dez anos que realiza a pesquisa de preços na cidade, o aumento somado atingiu a impressionante marca de 154,57%, variando entre 8% e 10% ao ano. ”Porém, a melhoria da renda da população, mesmo que seja tímida, também influencia nos preços. As pessoas fatalmente acabam consumindo mais e a inflação aparece”. 
Questionado sobre a variação de 10,26% parecer pequena quando comparado com o aumento real dos supermercados – como no caso da carne, que chegou a subir 50% nos últimos meses – Santos comenta que isso ocorre porque a pesquisa consegue capitar apenas um comparativo entre dois dias dos meses avaliados. ”Durante o mês, a oscilação acaba sendo muito mais brusca. Se o consumidor não realiza pesquisa de preços, frequenta apenas um supermercado, ele vai acabar se deparando com um aumento muito maior”, relata. 
Só para estimar a importância da pesquisa de preços, no mês de dezembro passado, quando a cesta apresentou queda de 0,89% em comparativo a novembro, seria possível economizar R$ 240,62. A variação do preço da carne chegou a 58,82%, com o quilo do coxão mole variando de R$ 11,90 a R$ 18,90. Por isso, não há como escapar: visitar pelo menos três supermercados ainda é a melhor estratégia para fugir dos preços exorbitantes dos alimentos. ”Em 2012, as variações devem manter a média do ano passado. O clima também tem que ajudar, se a seca persistir, poderemos ter aumentos maiores até agosto”, conclui.
 
 
 
Fotos: Ricardo Chicarelli
A variação no quilo da carne chegou a 58,82%, reforçando a
importância da pesquisa de preços pelo consumidor