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BRASÍLIA – A indústria de transformação é a mais pessimista em relação aos impactos no setor com a piora no cenário econômico mundial. De acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 41,3% dos empresários deste ramo de atividade acreditam que os efeitos de um agravamento da crise serão piores ou iguais a 2008-2009.

Em seguida, vem o setor de construção civil, no qual 38% dos entrevistados creem nos impactos mais graves ou semelhantes aos da recessão de quatro anos atrás. A indústria extrativa registrou pessimismo um pouco menor (32,6%). Considerando todos os setores industriais, a média do indicador foi de 40%.

A análise da CNI é que a indústria saiu da crise de 2008 com ‘algumas sequelas’. ‘A produção ainda não ultrapassou ainda aquele pico de 2008’, afirmou o gerente de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. Os dados da sondagem especial Cenário Econômico Mundial revelaram também que 61% dos empresários acreditam na extensão da crise até meados ou fim de 2012.

O agravamento da crise econômica, na opinião dos empresários, deve afetar com mais força a demanda externa e o acesso ao crédito. Castelo Branco defende a criação de medidas para ‘minimizar os efeitos no Brasil’, por exemplo, com a ‘criação de linhas especiais [de crédito] para substituir eventuais linhas externas que venham a sofrer dificuldades’.

(Thiago Resende | Valor)