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Ministro afirma que governo está insatisfeito, mas não “jogou a toalha” e vai tentar mudar o texto no Senado

BRASÍLIA. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse ontem que o governo não ficou satisfeito com o resultado da votação do Código Florestal na Câmara, mas não “jogou a toalha”, e agora tentará mudar o texto no Senado. Na audiência com deputados da bancada religiosa, no Palácio do Planalto, o ministro afirmou que a presidente Dilma Rousseff ficou incomodada e chateada com a aprovação de dispositivos contrários aos interesses do Palácio do Planalto.

– É evidente que nós não ficamos satisfeitos com a votação final do Código, uma vez que gostaríamos que o acordo realizado anteriormente pudesse prevalecer, mas não jogamos a toalha – disse Carvalho.

Segundo ele, o governo vai insistir nos ajustes negociados com os deputados, mas que não foram aprovados. A presidente já disse que vetará a anistia para os desmatadores e a possibilidade de os estados definirem novos limites de preservação, aprovadas na Câmara.

– As posições jogadas com clareza pela presidente prevalecem, e agora iremos para o front do Senado fazer esse embate, esperando que o bom senso prevaleça e que tenhamos de fato um código que combine o respeito à produtividade e à produção agrícola, com nossa posição clássica, com o respeito à natureza. Esperamos que os ânimos se acalmem, e o debate possa ser sem tantas paixões tendo em vista os resultados.

Para ele, o assassinato do casal de ambientalistas no Pará – José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva – mostra a responsabilidade com que a questão ambiental tem de ser tratada.

O ministro minimizou o racha na base governista na votação, que colocou PT e PMDB em campos opostos. Para ele, a relação entre os dois partidos tem de ser cultivada sempre.

– Não tem essa história de lua de mel. A gente se relaciona sempre, tem crises, é um casamento nesse sentido. É uma relação que tem de ser cultivada sempre, tem crises, tem momentos de muito encontro, momentos de desencontro. O importante é a gente ter maturidade e perseverar no diálogo e no trabalho.

Depois de se reunir com a presidente, o governador de Sergipe, Marcelo Déda, condenou o dispositivo do Código Florestal que permite aos estados definirem novos limites de preservação.

– Eu acho um risco para a proteção do meio ambiente no Brasil. A questão ambiental é nacional e deveria da competência da União..

Na reunião, segundo o governador, a presidente estava preocupada com uma ação do governo federal na região de Mato Grosso para combater queimadas.

Fonte: O Globo