Uma família paranaense com quatro linhas de celular e um gasto mensal de 100 minutos de ligações interurbanas no Paraná mais 100 minutos em DDD para outros estados pode economizar quase R$ 3,8 mil em apenas um ano. Como? Conhecendo seu próprio perfil de consumo e combinando as melhores tarifas de cada operadora. Para isso, entidades de defesa do consumidor e as próprias empresas oferecem mecanismos para que o usuário saiba o que é melhor para o seu bolso.
A Gazeta do Povo simulou as tarifas de celulares para uma família de quatro pessoas e também para ligações interurbanas dentro do estado e para um estado distante.
É o que faz o estudante Daniel Henrique da Silva, que ao contratar seus planos de telefonia e banda larga buscou as condições que mais se adequavam aos seus hábitos. “Pesquiso bastante e não tenho dúvidas de mudar de planos quando encontro melhores condições”, diz.
Para a técnica da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste) Natalia Dias, que coordenou um estudo para implantar um simulador de tarifas, nem sempre o usuário aproveita todas as vantagens oferecidas pelas operadoras. “Ele acaba pagando mais e nem usa o serviço. Para economizar, o consumidor deve observar o que costuma usar e procurar os planos mais baratos para o seu perfil”, diz Natalia.
Estratégia
Atentas às facilidades que os usuários têm para mudar de operadora – a portabilidade –, as empresas também estão cientes dos diferentes perfis de consumidores. Marcelo Ilha, diretor de operações da Net Curitiba, explica que essa análise é feita de acordo com a base de assinantes e estudos do mercado. “Um fator a que estamos muito atentos é ao crescimento da classe C, que chegou ao mercado com alguns hábitos de consumo diferentes dos que estavam estabelecidos.”
Para atender a essas variações, diz Ilha, é preciso oferecer produtos em separado, assim como serviços em convergência. Segundo ele, assim como o cliente pode procurar a empresa para readequar seu plano, a empresa também o alerta quando detecta que há um plano mais apropriado.
Ilha explica que a empresa busca “diagnosticar” o perfil da pessoa já na assinatura do serviço. “Levantamos o que o cliente gosta e assim oferecemos a grade de tevê por assinatura. Hoje todos têm plenas condições de estudar o mercado e fazer a melhor escolha, então é necessário ofertar exatamente o que ele quer.”
A GVT também procura atender a cada nicho de clientes com serviços segmentados. A operadora diz que entra em contato com o cliente, avaliando com ele seus hábitos de consumo e sugerindo ajustes para que ele pague por planos adequados à sua realidade. Quando o cliente não consome toda a franquia contratada ou a GVT lança um plano mais apropriado a seu perfil, a área de atendimento entra em contato para sugerir a adequação de plano.
A TIM e a Claro informaram que têm planos que se adequam a cada perfil de usuário levantado pelo Proteste, que variam de 100 a 900 minutos mensais, por exemplo, além de tarifas para grupos. Os planos oferecidos pelas empresas, segundo as companhias, visam garantir a melhor relação custo/benefício para o consumidor. A Vivo informou que o cliente pode montar planos personalizados em seu site e escolher o que melhor se adapta a ele. Procurada, Oi não se posicionou.
Colaborou Pedro Brodbeck, especial para a Gazeta do Povo.
