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Conforme empresários, setor está em fase de acomodação. O segmento de construção civil cresceu 11,6% no ano passado frente a 2010

Apesar de continuar a registrar crescimento, a indústria da construção civil perdeu ritmo no segundo semestre. O setor passa por um momento de acomodação após forte expansão no ano passado. Além disso, o temor em relação ao cenário internacional também teria contribuído para o desempenho, conforme especialistas e empresários consultados pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO.

Segundo o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Safady Simão, está ocorrendo uma estabilização do mercado imobiliário, que contribuiu para reduzir a atividade nos últimos meses. “O setor cresceu em um ritmo muito forte no ano passado”, diz, se referindo à alta de 11,6% em relação ao exercício anterior. Mesmo assim, ele acredita que o segmento deverá crescer 5% em 2011 na comparação com 2010.

Além disso, segundo ele, a segunda fase do “Minha casa, minha vida” ainda não começou. O programa federal de habitação é considerado como um dos principais fatores que impulsionaram o setor no ano passado.

Conforme o presidente da entidade, o cenário se estende por toda a indústria da construção, já que os investimentos em obras públicas também caíram no segundo semestre. Para Safady Simão, a retração se dá em função da preocupação do governo federal em relação à crise internacional, que provocou a redução dos aportes.

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Teodomiro Diniz Camargos, que também preside a Construtora Diniz Camargos, concorda e explica que a acomodação no mercado imobiliário é natural após o crescimento significativo dos últimos anos.

Já o coordenador sindical do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Daniel Ítalo Richard Furletti, lembra que o mercado interno passa por um momento de ajustes em virtude do cenário internacional. ”  um momento de acomodação”, afirma.

Por outro lado, o crédito imobiliário, outro fator preponderante para manter as vendas aquecidas, continua em alta. Furletti lembra que a modalidade representa apenas 4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e estima-se que deverá alcançar 11% até 2014.

Sensível – O presidente da Habitare Construtora e Incorporadora Ltda, Sebastião Sidney Soares, registra uma pequena oscilação no segundo semestre. “O imóvel é muito sensível ao cenário econômico”, diz. Apesar disso, ele afirma que o efeito foi psicológico em virtude das notícias de crise, mas as vendas deverão continuar a crescer. As projeções da Habitare são de incremento de 20% nos negócios no atual exercício na comparação com 2010.

Segundo Soares, o principal entrave registrado pela construtora é a burocracia na liberação de projetos por parte da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). O gargalo tem provocado a redução na oferta de imóveis em virtude da demora no lançamento dos empreendimentos.

O diretor financeiro da Prisbel Construtora, Luciano Muniz, também percebe perda de ritmo na segunda metade de 2011. “A crise, às vezes, gera dúvidas no comprador, se vale à pena ou não comprar o imóvel”, explica. Além disso, segundo ele, o período de férias em julho também contribuiu para a retração. As projeções da empresa são de repetir os resultados do ano passado.

Já na Construtora Líder foi verificado incremento no segundo semestre, conforme o presidente, Carlos Carneiro Costa. Mas, segundo ele, entre os fatores está o maior número de lançamentos feitos pela empresa neste ano em relação a 2010, que foi considerado atípico. Em 2010, os lançamentos da Líder somaram R$ 16 milhões, enquanto que em 2011 eles já totalizaram R$ 156 milhões. “No ano passado, grandes projetos acabaram não sendo lançados”, diz.