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Procura eleva vendas de lojas em até 35% e lotam agendas de empresas e pedreiros

O fim do ano se aproxima e eleva em até 35% as vendas nas lojas de materiais de construção, necessários as pequenas reformas, e lota agenda de empresas e profissionais, como pedreiros. A pouco mais e um mês do Natal, tem empresas que não dispõem mais de data para este ano. A empresa Calcepar, por exemplo, já está com a agenda de dezembro lotada e tem obras agendadas para janeiro e fevereiro. Segundo fontes ouvidas pelo Jornal do Estado, o crescimento no número de vendas de materiais, em pequenas quantidades, chega até 35%.

Ronald Bernsdors, 47 anos, gerente de vendas da empresa Tintas Vergínia, localizada no bairro Água Verde, afirma que o aumento nas vendas é natural. “As famílias querem deixar as casas arrumadinhas para as festas de fim de ano”, conta. Segundo ele, neste ano já houve um aumento de aproximadamente 10% nas vendas em relação ao mesmo período no ano passado, considerados um dos melhores anos da história para a construção civil. 

Maurício Andrade, 34 anos, gerente da loja Tintas Curitiba revela que houve um aumento nas vendas de final de ano de, no mínimo, 35% em relação ao mês anterior. A empresa Brenny Materiais de Construção também apresentou crescimento em relação a setembro, porém nada que se compare ao ano anterior, segundo relato de funcionário.

Com as diversas facilidades oferecidas pelo governo, como o Construcard, a construção civil aqueceu nestes últimos dois anos. Para Adriano Wichert Bandoch, dono da AWB Construções, muitas pessoas não faziam obras  devido à compra do material.  “Quando se criou o Construcard e se abriu outras linhas de financiamento em bancos  para a construção civil, houve  este aquecimento”, diz. Quanto ao número de clientes, Bandoch afirma que houve um aumento de, no máximo, 20% neste mês.

Com tanta demanda, há falta de profissionais e até de material. Segundo Ariadne Dal Prata Pansoln, 33 anos, gerente da Atenas Materiais de Construção, a falta de organização das empresas na hora de entregar o material prejudica. “O ano todo houve falta de cimento, atraso nas entregas. Para louças brancas, por exemplo, o prazo pra entrega é de 120 dias. Falta organização nas empresas, se elas se organizassem certinho isso não acontecia”, afirma Ariadne. 

Ricardo Esanoviski, 39 anos, pedreiro, conta que o maior problema não é a falta de materiais, mas sim de mão de obra. “É muita construtora. Às vezes preciso de alguém para me ajudar nas obras e não encontro. Tenho de fazer sozinho”, conta. A procura pelo trabalho de Esanoviski também é grande. “Neste fim de ano aumentou demais a procura, mas tem a fila. São de seis meses a um ano de espera para eu começar o trabalho em algum lugar”.

Com a casa ainda em reforma, Edgar Paulo Cruz Tareskiewicz, 56 anos, conta que já teve diversas experiências ruins anteriormente. “Já tivemos várias vezes problema. Atraso na entrega, troca de pessoal durante a obra e, até mesmo, refazer um banheiro por completo”, conta. Desta vez, porém, tudo corre bem. “Ele (o pedreiro) já havia trabalhado com a gente e tinha feito vários trabalhos que já tínhamos visto em outras casas. Fizemos ainda uma pesquisa, foram quatro, cinco orçamentos. Levamos em consideração prazo de entrega, qualidade e a questão de confiabilidade, até porque você acaba por deixar casa na mão dessa pessoa quando precisar sair ou algo assim”, conta.

Cuidados — Algumas medidas podem evitar grandes dores de cabeça na hora de se reformar ou construir sua casa, segundo o Luiz Fernando Pereira, 41 anos, consultor jurídico do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR). 
Pereira afirma que é importante conferir no registro de imóveis se a incorporadora está registrada, pesquisar a idoneidade da empresa e firmar um seguro de entrega de obra. 

Ele alerta que estes cuidados são necessários, caso ocorra algum imprevisto durante a obra. “Em uma ação de rescisão de contrato e requerimento de devolução de dinheiro e no caso de atraso da obra, indenização por danos morais e, ainda, uma indenização no valor do aluguel por cada mês de atraso na entrega da obra”, conta.