NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

Setor tem uma das piores quedas da Bolsa no ano, mas perspectiva de novos cortes de juros embasa otimismo
Índice Imob, referência para ações do setor imobiliário, teve queda de 23,55% no ano até o fim de novembro
DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As ações ligadas à construção civil são, para a maior parte dos investidores, os papéis de maior potencial de ganhos na Bolsa nos próximos meses. O setor liderou as respostas em uma sondagem de projeções da corretora Banif com cerca de 3.500 clientes.
O segmento amarga uma das piores quedas do mercado no ano. O índice Imob, referência para o setor, caiu 23,55% até o fim de novembro -ante retração de 17,94% do Ibovespa no período. Mas algumas ações tiveram perdas superiores a 50%.
A queda é excessiva para um setor voltado à economia interna, com fundamentos e perspectiva de crescimento, na opinião do analista da corretora Banif Flávio Conde.
“Está criada a oportunidade de compra. Mas, para esse cenário se materializar, as Bolsas lá fora têm de voltar a subir”, afirma.
Tem forte peso, na avaliação dos investidores, a tendência de continuidade dos cortes nos juros. A construção é uma das mais beneficiadas com taxas menores, que se somariam a um ambiente interno favorável, de baixo desemprego e elevação da renda -mas com um relevante deficit habitacional.
Esses papéis atraem também porque, em geral, reproduzem a tendência do Ibovespa com mais intensidade. A escolha seria uma forma de conseguir desfrutar, no momento de recuperação da Bolsa, da mesma velocidade e força com que o setor refletiu o movimento de baixa.
RISCOS
A indicação dos investidores, porém, embute riscos. O mais imediato é a falta de clareza sobre os rumos da economia internacional. Embora os analistas enxerguem uma tendência de recuperação para a Bovespa, evitam estimar quando isso deve acontecer.
Uma característica própria do setor merece atenção: o nível de endividamento -na ótica geral, risco comum a todas- e a saúde financeira de cada empresa.
“Vejo a construção civil, sim, como um dos melhores investimentos, mas não como defensivo. Por mais que a gente não seja afetado pela crise, se secar o crédito [o desempenho] fica pior”, diz Fernando Goés, da Octo Investimentos.
A força do mercado interno também dá destaque às empresas do setor de varejo. O potencial está ligado à renda dos brasileiros e aos investimentos das redes.
O ponto positivo para 2012 em relação à renda é o reajuste do salário mínimo, que se somará aos aumentos obtidos nas negociações por categorias.
“As empresas mantiveram os planos de abertura de lojas. Isso vai se refletir em volume de vendas”, diz Sandra Peres, da Coinvalores. (GV e GB)