Entre 2006 e 2008, ocorreu uma onda de abertura de capital entre as construtoras brasileiras. Mas, em Londrina, as duas maiores do setor, Plaenge e A.Yoshii, prefiriram manter-se fechadas. ”Naquela época fomos muito assediados pelos bancos (para colocar ações na bolsa). Avaliamos a possibilidade, mas chegamos à conclusão de que não valeria a pena”, conta o diretor da Plaenge, Alexandre Fabian.
Segundo ele, o segmento da construção civil vive de ciclos longos, de
Outro ponto, segundo ele, é que a Plaenge sempre constrói por meio do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e há mais de 20 anos não tem dívida de capital de giro. ”Avaliamos que seria melhor mantermos a empresa bem capitalizada, sem lançar mão do mercado de capitais, que sofre de muita oscilação”, complementa.
A perda de autonomia também foi um receio da construtora quando descartou ir à Bolsa de Valores. ”A gente percebe que, quando uma empresa abre seu capital, ela perde independência. Passa a decidir menos com base no que ela própria acha melhor e mais pela forma que os novos acinionistas entendem ser a melhor”, ressalta.
Já na A.Yoshii, a possibilidade de abertura de capital nem foi cogitada por motivos parecidos. ”Trabalhamos com crédito imobiliário. Os recursos vêm do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e da poupança”, explica o diretor de Incorporação da empresa, Silvio Iwao Muraguchi.
Ele salienta que cada empresa tem sua própria estratégia para alavancar seu crescimento. E que o mercado de capitais pode ser perigoso se uma construtora não estiver bem preparada para atuar dentro dele. ”A empresa pode se sentir pressionada, por exemplo, a lançar um empreendimento sem os devidos cuidados só para dar uma resposta à expectativa do investidor”, acredita.
Questionado se o Brasil corre o risco de sofrer uma bolha imobiliária a exemplo dos Estados Unidos, Muraguchi nega. ”Nosso sistema financeiro é muito mais rigoroso”, ressalta. (N.B.)